DDica Técnica
Swivel de 2º estágio | Carta Náutica | Swivel de 1º estágio | Descompressão Fora do Cabo |
Batida de Meio Ciclo | Comunicação Subaquática |Uso da Segunda Fivela | Regra dos Terços |
Equilíbrio Hidrostático
| Níveis de Penetração em Naufrágio | Nó - Pescador Duplo |
 

O SWIVEL de 2º estágio.
Já abordamos aquí o swivel de 1º estágio, que além de permitir ao mergulhador um bom roteamento das mangueiras, o que as protegerá de cortes em partes mais afiadas dos destroços, diminui o volume do equipamento, diminuindo o arraste e enrosco.
No entanto, em vários mergulhos, principalmente quando nos apertamos em passagens estreitas, com bordas irregulares e cortantes, não existe roteamento que proteja a mangueira do 2ª estágio por onde respiramos, é aí que entra o swivel de 2º estágio..
Analizaremos o uso do swivel de 2º estágio, chamado swivel de 360º.

Existem no mercado três ou quatro modelos de swivel que entram junto ao 2º estágio. Eles podem simplesmente mudar o ângulo do regulador em relação a mangueira (figura 1a), ou permitir a variação livre de posição do 2º estágio (figura 1b).
Abordaremos a utilização do swivel de 360º (figura 1b), Esse Acessório é formado por uma junção esférica, vedada por o'ring e mantidas juntas por um parafuso central. Ele permite o giro do regulador para qualquer posição em relação a mangueira..

A primeira função do swivel é sem dúvida aliviar o desconforto causado por algumas configurações, que acabam por repuxar o 2º estágio forçando-o para fora da boca, o que acaba provocando: fadiga no maxilar, incomodas nevralgias e desgaste do bocal do regulador, que acaba por rasgar-se rapidamente.
Em algumas ocasiões, o bocal solta-se do regulador o que faz o mergulhador beber desagradáveis goles de água salgada.
Para o mergulhador de naufrágio, a maior vantágem do swivel de 360º é a possibilidade passar a mangueira por debaixo do braço, sem que isso torne-se incômodo. Esse procedimento protege a mangueira do 2º estágio de arestas cortantes, que embora não devam romper totalmente a mangueira, se o mergulhador for cuidadoso, poderá provocar pequenos cortes, que já serão suficiente para cancelar o mergulho e a penetração.
Além dessa vantagem o swivel protegem a alça da mangueira de estruturas que possam causar enrosco.
Os mergulhadores que portam esse tipo de acessório, não costumam utilizar a mangueira por baixo do braço o tempo todo; mas em momentos de passagens estreitas ela é rapidamente passada pela axila, mantendo a mangueira junto ao corpo (figura 2 e 3).

 
Figura 2
Figura 3
A mangueira do 2º estágio, usada normalmente por cima do ombro, fica exposta a cortes. Com o Swivel de 360º no 2º estágio, ela pode ser passada por baixo do braço em passagens mais estreitas ou quando estiver sujeita a cortes em arestas afiadas.
 
Comfira também a utilização do SWIVEL de 1º estágio, apresentado em uma dica anterior.
 
Cartas Náuticas

As Cartas Náuticas são produzidas pelo Departamento de Hidrografia e Navegação (DHN) da Marinha do Brasil. Elas abrangem todos os corpos de águas navegáveis, dos rios até o limite das águas trerritoriais. São produzidas em diversas escalas, de acordo com as necessidades de navegação do local. Nos postos de venda autorizados, são feitas atualizações para restrições a navegação, acidentes, balizamento e outros detalhes.
Ao adquir uma carta com função de pesquisa de naufrágios, procure utilizar cartas de detalhe, que são mais precisas e verificar tanto a data de publicação como de atualização. Em algumas versões, as simbologias de naufrágios deixam de aparecer, por não mais serem considerados um perigo a navegação; por isso, pode não ser o mais interessante utilizar a carta mais nova.

Na biblioteca da Marinha - Rio de Janeiro - está situada também a Mapoteca do SDGM, que inclui das cartas náuticas do período colonial as cartas atuais.
Os naufrágios são normalmente marcados nas cartas náuticas quando, de alguma forma, representam perigos à navegação, embora em algumas situações eles estejam em profundidades que não constituem obstáculos. Nas cartas, existem a posição de inúmeros navios afundados (ditos cascos soçobrados). Essas marcações servem como fonte segura da existência do naufrágio, embora a posição precisa não seja garantida, devido às escalas utilizadas na impressão gráfica.
Para extrair posições mais precisas, procure utilizar, não as cartas gerais, mais as cartas de detalhe.
Apesar dos naufrágios estarem indicados, normalmente não são citados os nomes dos navio indicados; todavia, informações como profundidade mínima e máxima, posição e tipo de fundo podem ser obtidas (Exemplo: Carta 1632, Baía do Sítio Forte - RJ. casco 7m, indica o Pingüino).
A batimetria indicada na carta náutica sempre representa a menor profundidade que pode ser registrada no local, que corresponde a profundidade durante a maré baixa de sizígia. Deste modo, esteja preparado para encontrar profundidades ligeiramente maiores (as variações dependerão do local), quando executar a leitura no sobre os destroços.


Símbolos de Naufrágios nas Cartas Náuticas
No atual sistema de sinalização naval, existem quatro formas básicas de representação de cascos soçobrados, que devem ser conhecidos pelos mergulhadores para não só reconhecer os destroços, mas para determinar que tipo de condições serão encontradas.


Navio soçobrado com casco visível.

Navio soçobrado com profundidade maior que 18 metros (sem perigo à navegação).

Navio soçobrado com profundidade menor que 18 metros (perigo à navegação).

Navio soçobrado com profundidade conhecida.

Ilustração: Maurício Carvalho
 

Símbolos e características de naufrágios
 
Navios com o casco visível.
Nesta condição estão destroços que podiam ser vistos na superfície, em condições de maré baixa, quando a carta náutica foi produzida.
Isso não significa que o naufrágio ainda esteja nessa situação quando você tentar localiza-lo.
Diversos naufrágios, com o processo de decomposição acelerada desaparecem rapidamente da superfície.
São geralmente naufrágios muito deteriorados pela ação mecânica das ondas, alta taxa de oxigênio, que aumenta a oxidação, variação de temperatura e ação humana retirando partes dos destroços. Normalmente não existem muitas partes para serem vistas; em áreas de areia estão parcialmente ou totalmente cobertos e em áreas de rochas estão muito partidos.

Naufrágio do Galgo - Buzios, RJ.
 
Destroços com profundidade maior que 18 metros.
Por não representarem perigo a navegação estão livres da ácão de desmanche. Quando esse símbolo aparece sobre áreas de costão, ou junto a praia a profundidade é sensivelmente baixa, impedindo a navegação no local.
Os destroços estão mais conservados devido a menor ação mecânica das ondas, menor taxa de

Naufrágio do Sacramento - Salvador, BA.
oxigênio, que diminui a oxidação e a um menor número de mergulhadores terem acesso a ele.
A direção da representação na carta não corresponde a disposição dos destroços.
Neste grupo de navios encontramos os destroços mais inteiros e interessantes para mergulhar; porém localiza-los é sensivelmente mais complexo do que no caso anterior, necessitando de técnicas de busca específicas.
 
Destroços com profundidade menor que 18 metros.
Esses destroços quando não estão localizados junto a um costão ou praia, o que os deixará entre blocos de
rocha ou parcialmente enterrados, poderá ter sofrido serviços de
desmanche para evitar abalroamento por outras embarcações.
Em alguns casos uma bóia de perigo isolado (faixas vermelhas e pretas) pode marcar o local.
Vários desses navios, estão em condições muito precárias, mais até do que deveriamos esperar pela ação mecânica das ondas e ação química da água com alto teor de oxigênio. A explicação muitas vezes reside no fato de terem sido alvo de operações de desmanche, com maçarico ou até explosivos.

Naufrágio do Germânia e Cap Frio - Salvador, BA.
 
Navio soçobrado com profundidade conhecida.
A experiência mostra que os naufrágio que realmente são obstruções a navegação, estão marcados nas cartas náuticas com esta configuração; além da palavra casco ainda existe

Naufrágio do Herald - Arraial do Cabo, RJ.
explicitamente a menor profundidade local, que também está representada pela medição durante a menor maré local.
Alguns dos mais conhecidos destroços do Brasil estão assim representados. A foma da representação, também não corresponde ao formato subaquático dos destroços, porém o tamanho da obstrução guarda uma proporção com o maior comprimento dos destroços.
As condições dos destroços dependerão também da profundidade.
 

O SWIVEL de 1º estágio.
Quando se fala de mergulho técnico, um dos tópicos mais detalhados é a distribuição (ou roteamento) das mangueiras do 1º estágio. Uma boa distribuição permitirá ao mergulhador além de proteger suas mangueiras de cortes em partes mais afiadas dos destroços, diminuir o volume do equipamento.
No mergulho técnico, o uso de dois primeiros estágios permite que as mangueiras, distribuídas entre eles, saiam da parte inferior do regulador, mantendo-se escondidas. Porém quando se utiliza apenas um 1º estágio, com um 2º estágio e octopus, é muito difícil conseguir essa distribuição harmoniosa.
Apresentaremos algumas possibilidades, considerando o uso de apenas um 1º estágio.
Os fabricantes de reguladores não têm preocupação com saídas harmoniosas de mangueira. Na maioria dos caso, os 1º Estágios, permitem a saída de 5 mangueiras em torno do corpo do regulador. Isso fará com que as mangueiras estejam a intervalos próximos de 90º, o que não permite protege-las e torna o conjunto volumoso. Apenas duas soluções são possíveis neste caso. Ou se troca para um regulador com distribuição mais adequada - o que implica em alto custo financeiro -, ou se utiliza um SWIVEL de 90º (figura.1).
Essa pequena peça, têm a função de permitir que a mangueira não saia perpendicular ao 1º estágio e sim paralelo a ele. Além disso ela permite o giro de 360º da mangueira em torno da saída do 1º estágio.
O SWIVEL esconde mangueiras, impede que elas batam na cabeça e diminuem o repuxo do 2º estágio na boca.
Na maioria dos casos de reguladores (1º estágio alinhados com o yoke), um único SWIVEL de 90º pode permitir que a distribuição das mangueiras fique bem mais harmoniosa, protegendo a maioria das mangueiras e posicionando-as junto ao corpo (figura.2).
Recomendamos utilizar essa peça, junto ao octopus e posicionar o 1º Estágio com as mangueiras do colete e manômetro ligeiramente para baixo (protegidas), desta forma, a mangueira mais exposta será a do 2º estágio, que normalmente está na boca, e por isso, percebe-se quando ela esbarra em algum objeto. (Figura. 2).
Alguns mergulhadores, alegam que essa peça introduz uma possibilidade de falha no equipamento, pois suas vedações são feitas por dois O'rings. No entanto, além de minha experiência mostrar que essas peças são muito seguras, o risco de expor excessivamente as mangueiras parece bem pior.
 
 
Existem SWIVELS de 2º estágio, porém sobre eles falaremos em uma próxima dica.
 

Descompressão Fora do Cabo

Em naufrágios profundos, sempre procuramos retornar ao cabo de subida, pois isso garantirá uma descompressão confortável, próximo ao barco e com apoio. Porém, poderão ocorrer situações em que, por uma série de razões, esse procedimento não será possível. Neste caso outras técnicas de descompressão devem ser dominadas para garantir uma plataforma estável de parada e uma localização rápida pelo barco. De acordo com a situação existem várias técnicas, que podem ser aprendidas no curso de mergulho em naufrágio, uma delas é a descompressão utilizando o pára-quedas.

DESCOMPRESSÃO NO PÁRA-QUEDAS
O pára-quedas convencional ou um deco-mark, que são mais longos para aumentar a visibilidade na superfície, podem ser usado como uma sólida base de apoio durante paradas descompressivas.
Antes de atingir a profundidade de descompressão, desenrole o pára-quedas e fixe a ponta do pára-quedas a carretilha já destravada. Incline a cabeça para o lado, aproximando a boca do pára-quedas do segundo estágio. Feito isso, infle o pára-quedas com o ar de 3 ou 4 exaustões. Com a outra mão mantenha o cabo e a carretilha afastados de seu corpo. Ao sentir a força do empuxo, solte o pára-quedas liberando-o através do cabo, até que ele atinja a superfície. Quando o pára-quedas já estiver na superfície, trave a carretilha e mantenha-se ligeiramente negativo segurando pelo cabo, pelo tempo que durar a descompressão. Nesta técnica o mergulhador será levado pela corrente, enquanto cumpre a descompressão, por isso, a equipe de superfície deve estar avisada e atenta ao procedimento, para seguir ou recuperar o mergulhador à deriva. O que pode parecer uma desvantagem do método, será um ponto positivo, se a corrente estiver forte o suficiente para impedir o mergulhador de segurar o cabo de subida, que é fixo. À deriva, o mergulhador não se opõe à força da corrente e por isso não há desgaste.
  
 


Subir