De Guadalcanal a Creta
Por: Nestor Antunes de Magalhães

 

 
Guadalcanal, ilha da morte. Lugar onde a maré da Guerra no Pacífico começou a virar definitivamente contra o Japão. Palco de feroz batalha pela posse de um aeródromo miserável, cercado por selva tropical infestada de malária. Pois eu estive lá, mergulhando e explorando navios e aviões mortos no leito marinho da Baía do Fundo de Ferro, visitando o campo de batalha, museus militares e memoriais. É com esta história, real e emocionante, que inicio este livro. Mas teve mais. Pouco tempo depois ganhei a feliz oportunidade de estar a bordo do Tapajó, submarino da Marinha do Brasil e participar de um exercício de navegação e mergulho no Atlântico. Fui batizado por Netuno como Dourado e vivenciei as entranhas daquela máquina complexa, dominada por uma tripulação hábil e dedicada, em um ambiente informal, mas pleno de camaradagem e eficiência; qualidades típicas de um caçador das profundezas.
 

No ano seguinte fui a Malta. Seria verdade que durante a Segunda Guerra Mundial, quem possuísse aquela ilha amarelada e rochosa, teria nas mãos o domínio do Mediterrâneo Central? Malta pertinaz, foi duramente bombardeada e estava repleta de histórias. Mergulhei nos seus naufrágios, conheci fortalezas, museus e memoriais, trazendo tudo isto para as páginas deste livro.
Pousei então em Palau, minúsculo pontinho no mapa da imensidão do Pacífico. Importante base japonesa logística-operacional, atacada tenazmente pela Marinha Americana em 1944. Bombas, minas e torpedos enviaram muitas embarcações para o fundo da laguna e eu tive a possibilidade de esmiuçar as principais.
Depois teve um intervalo de superfície ao desembarcar em Peleliu, ilha invadida por fuzileiros e soldados americanos que tiveram que enfrentar uma selvagem resistência dos japoneses. Visitei cavernas, tanques, canhões, bunkers e aviões apodrecendo na selva inóspita e úmida. Cansado, caro leitor? Pois eu não. Fui conhecer o encouraçado USS Texas, poderoso navio de duas Guerras Mundiais, remanescente de uma época romântica onde a espessa blindagem e obuses de grosso calibre determinavam a vontade política de uma nação. Naquele mesmo ano retornei aos Estados Unidos e conheci na pequena cidade de Fredericksburg, terra natal do almirante Nimitz, o primoroso Museu Nacional da Guerra no Pacífico com seu valioso acervo e esmerada expografia.
Em seguida foi uma visita a Fortaleza de Oscarsborg, na Noruega e sentir de muito perto o clima da Batalha do Estreito de Drobak e o afundamento do cruzador pesado Blücher. Os canhões e os tubos lança-torpedos que afundaram o navio alemão estavam por lá. Ainda em Oslo, tive o ensejo de ver uma embarcação viking com quase 1.200 anos e o navio polar Fram utilizado por Nansen e Amundsen. E lá, bem perto, em Estocolmo, fui conferir o Vasa, galeão que ficou submerso 333 anos no Báltico e que agora é monumento nacional.
Satisfeito, prezado leitor? Eu ainda não! Já era hora de voltar para a água. Foi assim que aterrissei em Rabaul, também antiga e poderosa base japonesa, com seu excelente porto natural e seus vulcões. Lá foram mergulhos emocionantes em caças Zero, em um biplano Pete e diversos navios afundados na Baía de Simpson. Depois foi Bougainville onde participei de extenuante marcha na selva até o ponto em que caiu o bombardeiro Betty que transportava o almirante Yamamoto, abatido por caças americanos durante a execução da Operação Vingança.
Impressionante. Todavia tudo isto ainda era muito pouco. Assim, fui a Croácia e mergulhei no naufrágio de um Junkers 87 Stuka que se encontrava muito bem preservado. No mês seguinte estive na Normandia, França, e identifiquei o naufrágio de um velho tanque Sherman DD afundado no dia do Desembarque Aliado, não pelo fogo alemão, mas pelas ondas do Mancha. Depois foi Creta, onde pude também mergulhar e explorar um Messerschmitt 109 emborcado no fundo do Mediterrâneo e ainda, conhecer o campo de batalha de Maleme onde pousaram em 1941 os Fallschirmjäeger, também o Cemitério e o Memorial Alemão, bem como o Museu de Guerra de Askifou.Tudo isto é verdadeiro, vibrante e está agora diante dos seus olhos, caro leitor. Tenha um excelente proveito.

 
 

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As vendas
O livro De Guadalcanal a Creta é vendido on line pelo e-mail [email protected].
O valor da venda (data atual - 03.2018) esta por R$60,00. O exemplar é entregue em casa.


 
  Nestor Antunes de Magalhães é 2º tenente reformado do Exército Brasileiro, tendo servido os nove últimos anos de sua vida profissional no Museu do Comando Militar do Sul. É membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, mergulhador CMAS** com quatro especializações, Submarinista Honorário da Marinha do Brasil, Medalha Mérito Tamandaré e autor dos livros U Boats - Mergulhando na História e De Truk a Narvik - Mergulhando na História. Mergulhou em inúmeros naufrágios por toda a costa brasileira, destacando entre outros, a participação em uma expedição exploratória nos naufrágios do Parcel do Manuel Luís, Maranhão. Também mergulhou em naufrágios na costa leste dos Estados Unidos, Mar Negro, Golfo de Biscaia, Truk Lagoon, Havaí, Golfo de Suez, Golfo de Aqaba, Scapa Flow, ilha Haakoy, Malta, Palau, Rabaul, Narvik, Croácia, Normandia e Creta.
 

 


Nestor Antunes de Magalhães é membro do Grupo BdU - Brazilians discovering Unterseeboote, um grupo especializado no estudo histórico da atuação dos submarinos alemães na costa brasileira durante a Segunda Guerra, colaborando com informações para as expedições de mergulho nos U-Boats naufragados. Maiores informações: http://u-boats.sites.uol.com.br

 

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