No ano
seguinte fui a Malta. Seria verdade que durante a Segunda
Guerra Mundial, quem possuísse aquela ilha amarelada e rochosa,
teria nas mãos o domínio do Mediterrâneo Central?
Malta pertinaz, foi duramente bombardeada e estava repleta de histórias.
Mergulhei nos seus naufrágios, conheci fortalezas, museus e memoriais,
trazendo tudo isto para as páginas deste livro.
Pousei então
em Palau, minúsculo pontinho no mapa da imensidão do Pacífico.
Importante base japonesa logística-operacional, atacada tenazmente
pela Marinha Americana em 1944. Bombas, minas e torpedos enviaram muitas
embarcações para o fundo da laguna e eu tive a possibilidade
de esmiuçar as principais.
Depois teve um intervalo de superfície ao desembarcar em Peleliu,
ilha invadida por fuzileiros e soldados americanos que tiveram que enfrentar
uma selvagem resistência dos japoneses. Visitei cavernas, tanques,
canhões, bunkers e aviões apodrecendo na selva inóspita
e úmida. Cansado, caro leitor? Pois eu não. Fui conhecer
o encouraçado USS Texas, poderoso navio de duas Guerras Mundiais,
remanescente de uma época romântica onde a espessa blindagem
e obuses de grosso calibre determinavam a vontade política de uma
nação. Naquele mesmo ano retornei aos Estados Unidos e conheci
na pequena cidade de Fredericksburg, terra natal do almirante Nimitz,
o primoroso Museu Nacional da Guerra no Pacífico com seu valioso
acervo e esmerada expografia.
Em seguida foi uma visita a Fortaleza de Oscarsborg, na Noruega e sentir
de muito perto o clima da Batalha do Estreito de Drobak e o afundamento
do cruzador pesado Blücher. Os canhões e os tubos lança-torpedos
que afundaram o navio alemão estavam por lá. Ainda em Oslo,
tive o ensejo de ver uma embarcação viking com quase 1.200
anos e o navio polar Fram utilizado por Nansen e Amundsen. E lá,
bem perto, em Estocolmo, fui conferir o Vasa,
galeão que ficou submerso 333 anos no Báltico e que agora
é monumento nacional.
Satisfeito, prezado leitor? Eu ainda não! Já era hora de
voltar para a água. Foi assim que aterrissei em Rabaul, também
antiga e poderosa base japonesa, com seu excelente porto natural e seus
vulcões. Lá foram mergulhos emocionantes em caças
Zero, em um biplano Pete e diversos navios afundados na Baía de
Simpson. Depois foi Bougainville onde participei de extenuante marcha
na selva até o ponto em que caiu o bombardeiro
Betty que transportava o almirante Yamamoto, abatido por caças
americanos durante a execução da Operação
Vingança.
Impressionante. Todavia tudo isto ainda era muito pouco. Assim, fui a
Croácia e mergulhei no naufrágio de um Junkers 87 Stuka
que se encontrava muito bem preservado. No mês seguinte estive na
Normandia, França, e identifiquei o naufrágio de um velho
tanque Sherman DD afundado no dia do Desembarque Aliado, não pelo
fogo alemão, mas pelas ondas do Mancha. Depois foi Creta, onde
pude também mergulhar e explorar um Messerschmitt 109 emborcado
no fundo do Mediterrâneo e ainda, conhecer o campo de batalha de
Maleme onde pousaram em 1941 os Fallschirmjäeger, também o
Cemitério e o Memorial Alemão, bem como o Museu de Guerra
de Askifou.Tudo isto é verdadeiro, vibrante e está agora
diante dos seus olhos, caro leitor. Tenha um excelente proveito.
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