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Histórico O Agenor Gordilho era um Ferry Boat (embarcação para transporte de veículos) que teve grande importância no processo do desenvolvimento do estado da Bahia. Ele fez parte do projeto de transporte que tinha como objetivo unir rapidamente a cidade de Salvador, ilha de Itaparica, recôncavo baiano e a região cacaueira do sul da Bahia, que era realizada por navios lentos da Companhia Bahiana de Navegação. O projeto envolvia a construção de dois terminais, a ponte do Funil, que uniria a ilha de Itaparica ao sul da Bahia e um complexo de vias rodoviárias do trecho da BR 101 que seria inaugurada em 1972. Construído em aço, possuía 69 metros de comprimento, 13,5 metros de boca e mais de 1.350 toneladas. Foi encomendado em 1970 no estaleiro EBIN Só S.A. em Porto Alegre, RS pela Companhia Bahiana de Navegação S.A. (CBN). Possuía cinco conveses, alcançando mais de 19 metros de altura e podendo acomodar 14 caminhões, 18 automóveis e 305 passageiros. |
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Na
visita que fizemos em janeiro de 2019, durante a preparação
da embarcação para o naufrágio, impressionou a ótima
condição do casco e demais estruturas, mostrando a sólida
construção da embarcação. Ele foi lançado ao mar em fevereiro de 1970 e entregue oficialmente em maio de 1972, recebendo o nome do empresário e presidente do conselho da Companhia de Navegação Bahiana, falecido em 1969. A viagem inaugural ocorreu no dia 5 de dezembro de 1972 e a embarcação realizou travessias regulares até o final de 2017, quando atingiu o tempo de uso permitido pela legislação e foi encostado no cais da empresa em Itaparica onde permaneceu até seu preparo para o afundamento. |
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A
ampla proa com rampa que dava acesso a dois conveses para o transporte
de veículos
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Na
popa também existia uma rampa facilitando as manobras embarque
e desembarque
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No
casario central existiam dois convéses um o transporte de cerca
de 300 passageiros, além das cabines de comando no tijupá
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Afundamento |
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O
Agenor Gordilho ancorado no pier da Cia Bahiana de Navegação
em Itaparica junto a outros ferry boats postos fora de serviço.
Neste local foi realizado todo o trabalho de preparação do navio para seu afundamento |
Igor
Carneiro, proprietário da operadora Shark
Dive
durante a visita ao navio em janeiro de 2019
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A primeira data
agendada para o afundamento dos navios foi o dia 20 de outubro de 2019,
mas por conta de detalhes nos procedimentos de preparação
e da crise que se instalou em todo o litoral do nordeste no país
por conta de um misterioso vazamento de petróleo que começou
a chegar e poluir as praias, o procedimento foi suspenso dois dias antes
da data programada. |
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Visita
de inspeção em janeiro de 2019 com o navio ainda a seco
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Equipe
da Shark Dive
pouco antes do afundamento
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O
sorriso de
Igor
Carneiro, pai
da criança durante seu "nascimento"
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O
Agenor Gordilho teve as válvulas abertas e assim que o mar atingiu
o convés, grande quantidade de água entrou pela abertura
de acesso, levando o navio em menos de meia hora para o fundo.
A operação foi um sucesso com o navio assentando no fundo na posição esperada e sem liberação de resíduos no mar. |
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Descrição O Agenor Gordilho está apoiado corretamente no fundo, de aproximadamente 35 metros de profundidade até cerca de 15 metros, seu grande tamanho, assim como as áreas com teto e escuridão de grandes dimensões obrigam os mergulhadores a restringir sua exploração aos seus limites de treinamento. Segundo o que divulgaram as operadoras de mergulho de Salvador, serão implementados 4 níveis de experiência, que obrigará os mergulhadores que desejam conhecer todo o navio a investir em melhores e novas técnicas. Nível 1 - Open water - Nível 2 - Advanced Open Water - Nível 3 - Wreck diver / Deep - Nível 4 - Advanced Wreck Diver. Para facilitar o entendimento e prevenir riscos desnecessários vamos apresentar o navio por essa classificação O navio foi preparado com a remoção de elementos de risco como fios e material cortante, também foram abertas diversas passagens que fazem com que praticamente todo o navio tenha acesso direto a luz. A planta original apresentava em sua configuração 5 conveses definidos que passam a nomear o ponto do ferry boat. A parte mais alta do navio é definida como convés do passadiço e nela estão o tijupá de vante e ré, onde ficavam localizadas as pontes de comando. A uma profundidade de 16 metros (Nível 1 - Open water). Existe uma plataforma tijupá de ré, duas chaminés nos bordos. As duas pequenas cabines, separadas por 10 metros têm aberturas amplas por portas laterais e janelas frontais com muita luz e acesso fácil. O teto plano do convés superior é um excelente ponto para prática de aquacidade. Esta região não apresenta riscos. O primeiro convés (Nível 2 - Advanced Openn Water), que atinge os 20 metros é formado pelo grande compartimento de passageiros, todas as poltronas e outras estruturas foram removidas, formando um grande salão sustentado por pilastras. O acesso pode ser feito por portas amplas nas laterais, na parte frontal e traseira. Nos dois bordos do casario estão escadas de acesso ao convés intermediário, mas são passagens menos amplas. Cercado por amplas janelas ele oferece bom acesso e luminosidade. Embora seja uma região com acesso restrito à superfície (teto) o nível de risco é pequeno para mergulhadores devidamente treinados. O convés intermediário (Nível 3 - Wreck diver / Deep), a cerca de 25 metros é o primeiro convés de veículos de veículo e corre toda a embarcação da proa a popa. Na proa, a rampa de acesso ao convés principal foi removida assim o convés não existe na parte central da embarcação. No centro deste convés existe uma região com teto, coberta pelo casario, a distância é curta e os acessos pela proa e popa são enormes, não há risco de retenção. Nos bordos existem escadas tanto para acesso ao primeiro convés como ao convés principal, nestas regiões de escada, os espaços são mais estreitos e devem ser restritos a mergulhadores mais experientes. O convés
principal (Nível
4 - Advanced Wreck Diver) também
corre por toda a embarcação de proa a popa atingindo os
30 metros de profundidade. Pela proa o acesso é amplo já
que foi removida boa parte do convés intermediário sobre
o convés principal. Mas no restante da extensão é
uma área com teto e luminosidade já reduzida, o espaço
é muito amplo e no convés existem aberturas que dão
acesso ao convés inferior. O convés principal também
possui escadas nos bordos que dão acesso ao convés intermediário
e aos compartimentos do convés inferior. |
O
navio é enorme, não se perca!
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Convés
do passadiço com Tijupá de vante é de ré -
16 metros (Nível 1 - Open water)
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Na
parte superior do navio, a 16 metros, estão os tijupás de
proa e popa com as cabines de comando. Segundo as operadoras de Salvador
este é o Nível 1, liberado a mergulhadores open water
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Convés
superior com compartimento de passageiros,bar e banheiros - 20 metros
(Nível 2 - Advanced Open Water)
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![]() Foto: Roberto costa pinto - Shark Dive |
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![]() Foto: Roberto costa pinto - Shark Dive |
O
primeiro convés é formada pelo grande salão de passageiros,
todas as poltronas e outras estruturas foram removidas formando um grande
salão com acesso por portas amplas nas laterais, parte frontal
e traseira. Neste convés, chamado de Nível 2, que atinge
os 20 metros terão permissão de acesso os mergulhadores
avançados. Nos dois bordos do casario estão escadas de acesso
ao convés intermediário
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Convés
intermediário aberto para veículos - 25 metros (Nível
3 - Wreck diver / Deep)
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![]() Foto: Gilson Galvão - Bahia Scuba |
O
convés intermediário, primeiro convés de veículos
corre toda a embarcação de proa a popa. Na proa a grande
aberturas, da rampa foi retirada aumentando o acesso ao convés
principal. Os destroços vistos na foto foram removidos.
Neste ponto do naufrágio chamado de Nível 3 existe uma região com cerca de 30 metros de cobertura do casario, nela existem várias das escada nos bordos tanto para acesso ao convés intermediário como ao convés inferior |
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Convés
principal aberto para veículos - 30 metros (Nível 4 - Advanced
Wreck Diver)
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![]() Foto: Roberto Costa Pinto - Shark Dive |
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O
convés principal também corre por toda a embarcação
de proa a popa . Pela proa o acesso é amplo já que foi removida
boa parte do convés intermediário.
Mas no restante da extensão é área com teto e luminosidade reduzida, nela existem aberturas de acesso ao convés inferior. O convés principal posui escadas nos bordos que dão acesso ao convés intermediário e aos compartimentos do convés inferior |
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Convés
inferior aberto para veículos - 36 metros (Nível 4 - Advanced
Wreck Diver)
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![]() Foto: Roberto Costa Pinto - Shark Dive |
No
convés inferior existem as salas de máquina, que receberam
um acesso direto ao exterior, outros compartimentos de serviço,
como acesso aos tanques de água e combustível e um compartimento
de passageiros que teve suas poltronas removidas.
Neste nível encontram-se os espaços mais apertados e escuros da embarcação. Não recomendamos o acesso sem treinamente adequado para mergulho com tetoe conhecimento previo da planta do navio |
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Agradecimentos
as operadoras
Shark Dive e Bahia
Scuba pelo apoio e aos fotógrafos Roberto Costa Pinto e Gilson
Galvão
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