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Histórico |
O cliper com casco de ferro Blackadder (nome de um rio na Escócia) foi construído, para a companhia John Willis & Son, junto com seu irmão gêmeo Halloween a partir de planos do veleiro Cutty Sark, que por sua vez foi adaptado em 1862 por Jonh Willi & Sons. do projeto do vapor misto The Tweed, após a retirada das rodas de propulsão. |
Segundo
Lubbock "o navio que nunca teve sorte". A construção iniciou-se em junho de 1869 e ele foi lançado em 1º de fevereiro de 1870 do estaleiro de Maudslay da Son & Field, de Londres. Foi construído segundo os mais altos requisitos do Lloyds para navios de ferro. Com completo apetrecho para navegação a vela. Os mastros apresentavam um grave defeito de fabricação em seus suportes, o que traria diversos problemas ao navio. Em sua primeira viagem, de Londres a cidade do Cabo e de lá para o Rio de Janeiro, o mastro começou a tombar e inclinar perigosamente o navio. Antes que os reparos pudessem ser feitos o mastros despencou espalhando pedaços sobre o convés, destruindo parte do deck. |
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Cutty
Sark, um Cliper como o Blackadder |
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Posição
do Blackadder em frente à praia de Boa Viagem, Salvador, BA. |
Partido dois metros
acima da base o mastro ficou pendurado por bombordo, porém antes
que ele fosse cortado definitivamente, o balanço do barco fez com
que rolasse para estibordo, destruindo ainda mais o deck. Outro mastro também apresentou problemas e buracos foram abertos no deck, por onde entrava muita água. Durante a viagem do Rio para a cidade do Cabo o Blackadder sofreu três colisões. Em 1873 perdeu outro mastro em um furacão no Pacífico. |
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Em
outubro de 1873 em viagem para Melbourne (Austrália) foi jogado por uma
tempestade contra um recife costeiro. A tripulação chegou a abandonar
o navio; porém como ele se recusou a afundar, a tripulação
retornou a embarcação e com dificuldades conseguiu retirar o navio
dos recifes e retornar a Boston para reparos. Apesar de uma trágica história o Blackadder bateu alguns recordes de | ![]() | ![]() |
travessia
como: 95 dias de Foochow até Londres com uma carga | O
naufrágio e ricamente colonizado,
com muitos cardumes de Salemas | O
que sobrou das Bigotas que
manipulavam os cabos do veleiro |
de chá. Em 1899 ele foi vendido a companhia Norueguesa J. Aalborg, Kragero. Em 11 de setembro de 1905 parte de Barry para a Bahia com uma carga de carvão. Em 5 de novembro de 1905 [9 de abril segundo Sea Breezes] afundou na Bahia quando entrava ancorado junto a praia de Boa Viagem. Segundo moradores locais; durante um temporal no dia 4, a embarcação se soltou da amarração sendo lançada sobre os recifes da praia de Boa Viagem. (Mary Mills) |
Tradução
e adaptação do texto enviado em 14.12.2001 pela senhora Mary Mills,
biógrafa da família proprietária do navio, ao pedir autorização para publicação do Croqui do Blackadder em uma revista inglesa sobre o armador Maudslay Son and field's de Greenwich. |
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Na proa, caida de lado, pode ser visto se projetando em direção a areia o gurupés. No interior da proa, além de muitos cardumes, existe uma âncora reserva praticamente enterrada. |
Descrição | |
O navio encontra-se encostado no recife, paralelamente a costa, deitado sobre o costado de estibordo. Na popa, parcialmente íntegra podemos perceber a estrutura do costado ainda armada com o volante do leme ainda em sua posição. |
Neste
ponto são vistas, junto ao costado, antigas roldanas de cabos, evidenciando um
veleiro. Seguindo-se em direção a proa encontram-se diversos segmentos do cavername.
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Este
navio encontra-se em águas muito bem abrigadas da Baía de todos
os Santos e embora a condição de visibilidade não seja das
melhores, se comparado a outros naufrágios de Salvador é suficientemente
boa, para que com a tranquilidade do mar e a facilidade de acesso e de orientação
torne o mergulho por demais agradável. Na proa existir um mastro (gurupés), o que indicaria também um veleiro do tipo Brigue. Parece ter havido um trabalho de limpeza do casco, antes ou após o naufrágio, pois não são vistas peças do navio entre os destroços. |
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Parte
do suporte do convés está hoje caído formando belos corredores entre os destroços | No
meio do navio muitos cavernames indicam que o navio adernou. |
Fotos
dos destroços no fundo |
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A
intensa colonização dos destroços por grandes e variada quantidade
de esponjas, corais, peixes e
outros organismos é o que mais impressiona neste naufrágio no interior da Baía de Todos os Santos |
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A
maior parte dos destroços é formada pelo cavername, que se espalha
da proa, parte mais inteira
dos destroços (foto direita), até a popa, acompanhando o contorno do recife costeiro |
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