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Histórico |
O
Programa RAM
(Recifes Artificiais Marinhos) é executado pelo Instituto ECOPLAN,
uma ONG especializada em projetos de proteção ambiental, com coordenação
científica do CEM
- Centro de Estudos do Mar
da Universidade Federal do
Paraná (UFPR). Ele foi desenvolvido para criar áreas de proteção ambiental, favorecendo a agregação de fauna bentônica e protegendo peixes de fundo que abrigados nesses recifes livram-se da açào de barcos de arrasto. O projeto de recifes artificiais do Paraná já havia afundado mais de 2000 blocos de concreto do tipo quadrilátero e Reef Ball® fabricados em cimento especial, que favorece a fauna marinha. Duas grandes balsas de casco duplo, utilizadas no transporte de grãos no porto de Antonina, a Espera 7 e a Dianka, estavam desativadas a 4 anos e foram doadas ao projeto. |
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Fotos:
divulgação |
A
Balsa Espera 7 durante a explosão proposital que provocou seu afundamento
em 1minuto e 57 segundos. |
Elas
foram cuidadosamente limpas de todos os resíduos e rebocadas durante três
horas e meio até serem afundadas ao largo do litoral do Paraná.
O processo utilizado foi a colocação de explosivos no casco, o que
fez com que as balsas afundassem em menos de 5 minutos. Essas balsas foram os
primeiros naufrágios devidamente autorizados pela Marinha no litoral brasileiro.
O IBAMA, FEEMA do Paraná é o IAP (Instituto Ambiental do Paraná),
são também parceiros do programa . O programa têm ainda como parceiros a IBQ (explosivos) responsáveis pelo processo de afundamento, F Andreis (transporte náutico), Marinha do Brasil, Associação Paranaense de Atividades Subaquáticas (APASUB). A primeira balsa foi a Espera 7, que foi afundada a 20 milhas da Ilha dos Currais. A segunda Dianka, foi posicionada 20 milhas da Ilha de Itacolomi. Elas demoram menos de 2 minutos para afundar. |
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Descrição A balsa de casco duplo está apoiada no fundo horizontal, à cerca de 27 metros de profundidade. Nas laterais, proa e popa, existem oito grandes buracos com lâminas de ferro feitos com as cargas explosivas e janelas abertas com maçarico, para circular a água que penetrava a medida que o alagamento acontecia. Dentro do porão de proa encontramos dois cortes; um na forma de uma bandeira de mergulho e outro de um tubarão. Na proa, um rombo liga o exterior a uma pequena sala, unida ao interior do porão da balsa por uma porta estreita. Sobre o convés, existem cabeços de amaração, escovêns e a marca do que sobrou de um guincho. Três escotilhas estão abertas ao interior do compartimento de proa. | ![]() Escovêm na proa, coberto por redes. | ||
![]() Muitos badejos e garoupas habitam o interior da balsa. | Duas
grandes estivas percorrem praticamente todo o comprimento da balsa, interrrompendo-se
apenas no centro da embarcação. Elas estão totalmente abertas,
dando acesso ao interior dos dois porões ligados por uma passagem. Parte
de uma das tampas da estiva está caida dentro do porão de popa.
Ao longo da lateral das estivas existe um estreito passadiço, onde são
vistos diversos cabeços de amarração e escotilhas. Na popa existe marcas de um guincho, cabeços de amarração e escotilhas para o compartimento de popa, que também foi explodido. Os porões estão cheios de areia que penetrou pelos rombos das explosões. Por toda a balsa, mas principalmente em torno dela estão presas grandes redes e suas tralhas, todas as penetrações são estreitas e sujeitas a problemas com as redes, que ondulam com a correnteza. |
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![]() Casco dobrado pela explosão que afundou a balsa. | ![]() Algumas penetrações são perigosas por causa das redes. |
![]() Abertura artística com o maçarico. | ![]() Mergulho representado na ponta do maçarico. |