NAUFRÁGIO MORENO
 
Histórico:
O vapor da Compagnie des Chargeurs Réunis saiu do porto do Rio de Janeiro às 15:30 horas. do dia 15 de outubro de 1874, seguindo para a Europa com diversas escalas e chegada prevista para o porto de Havre (França).
Naquela tarde, o tempo estava muito escuro e chuvoso, o mar encarpelado dificultada a navegação e as baixas núvens impediam a boa visualização das Ilhas do arquipélago de Maricá.
Segundo o capitão, o tempo instável com muitas descargas elétricas atrapalhavam o funcionamento da bússola.
Às 19:30 horas o vapor da bateu contra a ponta da Galheta na Ilha Maricá. Alguns minutos depois a água já cobria todo o convés, tendo o navio sido dado como perdido. Diversos pescadores acodiram os 39 tripulantes e nove passageiros. Os rebocadores Pacífico e Gamo dirigiram-se ao local, porém mais nada puderam fazer.
 
 

DADOS BÁSICOS

Nome do navio: Moreno

Data do afundamento: 15.10.1874

LOCALIZAÇÃO

Local: Ilhas Maricás

UF: RJ.

País:Brasil

Posição:No interior da enseada da Ilha de Maricá

Latitude: 23° 00' 39" Sul

Longitude: 042° 55' 06" West

Profund. mínima: 05 metros

Profund. máxima:12 metros

MOTIVO DO AFUNDAMENTO: incêncio

DADOS TÉCNICOS
Nacionalidade: Francesa
Ano de Fabricação: 1872
Armador:Compagnie des Chargeurs Réunis.
Estaleiro: La Seyne, (Toulon- França).
Comprimento: 95,45 metrosBoca: 10,5 metros
Tipo de embarcação: Cargueiro
Material do casco: açoPropulsão: hélice

Carga: 10.000 café.

CONDIÇÕES ATUAIS: desmantelado
 
 

OBS.: De acordo com as características encontradas nas peças do naufrágio Moreno,
é próvavel que ele seja semelhante ao Erie (Queimado), naufragado em João Pessoa.

 

 
Destroços:
Os destroços estão paralelos ao costão da enseada. A proa, próximo a praia, está bastante destruida, mas ainda existe um aglomerado de correntes e um guincho. Continua-se pelo costado de estibordo, que segue quase paralelamente ao costão, com pequeno aumento de profundidade, nele podem ser vistas as cavernas e parte do casco até praticamente a popa.
Junto a areia, entre a proa e meia nau, está um dos mastros perpendicularmente ao costão, ainda existe parte da fiação.
A meia nau existem duas caldeiras, uma delas encostada no estibordo e a outra, está praticamente enterrada por tijolos refratários e outros detritos. Ao lado das caldeiras existe um grande cilindro oco, que deveria tratar-se da câmara de condensação do vapor.
 

Local do naufrágio do Moreno
(Interior da enseada da Ilha de Maricá)
 
 
 


 
Logo atrás das caldeiras encontram-se as máquinas do tipo Duble Expansion Engine, onde são facilmente vistos os pistões, cilindros e bielas além das câmaras de expansão. Em 2005 localizamos junto ao fundo uma caldeira quadrada, das raras encontradas no mundo
A popa se ergue mostrando ainda as vigas do cavername e a ligação do casco com o leme, o volante do leme se destaca do conjunto inclinado para a superfície.
O hélices, de pás retas, está no local, mais parcialmente enterrado, são visíveis duas pás uma emergindo da areia e outra entre o casco e o leme.
 

 

Cavername de boreste, ao fundo pode ser vista uma
das duas caldeiras cilíndricas (Aquatubulares) do Moreno.
(foto: Luís Toledo)

 
 
Fotos dos destroços no fundo
 
Abrigado na enseada da maior das Ilhas Maricá, o Moreno encontra-se caído de lado paralelamente ao costão e a
pouca profundidade garante um mergulho longo e agradável.
 

Boa parte do costado de estibordo ainda
encontra-se elevado acima do fundo
Entre o costão e o casco de estibordo
formam-se várias passagens sombreadas
  

Uma das caldeiras aparece claramente
no meio dos destroços, a segunda
está a direita, quase enterrada

Os dois cilindros da máquinaa vapor
Compound Engine - Duble Expansion


O condensador forma um túnel que
liga as caldeiras ao areal no fundo

   

A popa é a parte mais inteira do moreno e o volante
do leme projeta-se em direção a superfície

O hélice têm apenas duas pás para fora da areia.
Uma projeta-se para cima e a outra está
no meio do arco do hélice
 
O hélice do Moreno, difícil de ser identificado, é uma raridade em termos de construção naval, pois é um dos modelos mais antigos. Um hélice semelhante pode ser visto, totalmente descoberto, no naufrágio do Queimado em João Pessoa PB.
 

 

Hélice de pá reta com apenas uma visível Pequena penetração Cilindros das máquinas Condensadores Chaminé vazada com passagem pelo meio Correntes Guincho de cabeça para baixo Turcos Eixo Cana do leme