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Histórico: O vapor da Compagnie des Chargeurs Réunis saiu do porto do Rio de Janeiro às 15:30 horas. do dia 15 de outubro de 1874, seguindo para a Europa com diversas escalas e chegada prevista para o porto de Havre (França). Naquela tarde, o tempo estava muito escuro e chuvoso, o mar encarpelado dificultada a navegação e as baixas núvens impediam a boa visualização das Ilhas do arquipélago de Maricá. Segundo o capitão, o tempo instável com muitas descargas elétricas atrapalhavam o funcionamento da bússola. Às 19:30 horas o vapor da bateu contra a ponta da Galheta na Ilha Maricá. Alguns minutos depois a água já cobria todo o convés, tendo o navio sido dado como perdido. Diversos pescadores acodiram os 39 tripulantes e nove passageiros. Os rebocadores Pacífico e Gamo dirigiram-se ao local, porém mais nada puderam fazer. |
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Destroços: Os destroços estão paralelos ao costão da enseada. A proa, próximo a praia, está bastante destruida, mas ainda existe um aglomerado de correntes e um guincho. Continua-se pelo costado de estibordo, que segue quase paralelamente ao costão, com pequeno aumento de profundidade, nele podem ser vistas as cavernas e parte do casco até praticamente a popa. Junto a areia, entre a proa e meia nau, está um dos mastros perpendicularmente ao costão, ainda existe parte da fiação. A meia nau existem duas caldeiras, uma delas encostada no estibordo e a outra, está praticamente enterrada por tijolos refratários e outros detritos. Ao lado das caldeiras existe um grande cilindro oco, que deveria tratar-se da câmara de condensação do vapor. |
![]() Local do naufrágio do Moreno (Interior da enseada da Ilha de Maricá) |
Logo atrás
das caldeiras encontram-se as máquinas do tipo Duble Expansion Engine,
onde são facilmente vistos os pistões, cilindros e bielas além
das câmaras de expansão. Em 2005 localizamos junto ao fundo uma
caldeira quadrada, das raras encontradas no mundo A popa se ergue mostrando ainda as vigas do cavername e a ligação do casco com o leme, o volante do leme se destaca do conjunto inclinado para a superfície. O hélices, de pás retas, está no local, mais parcialmente enterrado, são visíveis duas pás uma emergindo da areia e outra entre o casco e o leme. |
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Cavername de boreste,
ao fundo pode ser vista uma |
Fotos
dos destroços no fundo |
Abrigado
na enseada da maior das Ilhas Maricá, o Moreno encontra-se caído
de lado paralelamente ao costão e a pouca profundidade garante um mergulho longo e agradável. |
![]() Boa parte do costado de estibordo ainda encontra-se elevado acima do fundo | ![]() Entre
o costão e o casco de estibordo formam-se várias passagens sombreadas |
![]() Uma das caldeiras aparece claramente no meio dos destroços, a segunda está a direita, quase enterrada |
![]() Os dois cilindros da máquinaa vapor Compound Engine - Duble Expansion |
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![]() A popa é a parte mais inteira do moreno e o volante do leme projeta-se em direção a superfície | ![]() O hélice têm apenas duas pás para fora da areia. Uma projeta-se para cima e a outra está no meio do arco do hélice |
O hélice do Moreno, difícil de ser identificado, é uma raridade em termos de construção naval, pois é um dos modelos mais antigos. Um hélice semelhante pode ser visto, totalmente descoberto, no naufrágio do Queimado em João Pessoa PB. |