....NAUFRÁGIO do RIO NEGRO
 
Histórico

O vapor Rio Negro foi construído em 1872, com casco de vapor ferro e 450 toneladas para servir a navegação de cabotagem no Brasil. Em 1885 passou à propriedade da Companhia Nacional de Navegação a Vapor do Rio de Janeiro e sofreu uma grande reforma, quando recebeu duas máquinas a vapor de dupla expansão que movimentavam dois hélices. Em 1890 foi vendido ao Lloyd Brasileiro onde fazia rotineiramente a rota do Rio de Janeiro a Montevidéu, com escalas em Santos, Cananéia, Iguape, Paranaguá, Porto Alegre e Buenos Aires.

O Naufrágio
O vapor deixou o Rio de Janeiro no dia 07 de julho de 1893, com destino a Porto Alegre, porém, segundo alguns registros, teria regressado antes de atingir portos do Rio Grande do Sul, devido aos conflitos causados pela revolta federalista (Revolta da Armada).
No dia 17, quando já regressava a capital com uma carga de 6.000 volumes na maior parte feijão e farinha para porcos, a companhia foi comunicada por telegrama, que, devido à forte cerração daquela noite, o Rio Negro havia se chocado contra a costa da Ilha Queimada Grande, 30 milhas ao sul de Santos, onde, permanecia encalhado e preso às pedras.

 
Imediatamente foi despachado ao local o rebocador Commandante Alvim, com o objetivo de prestar os devidos auxílios. Parte da carga foi lançada ao mar e outra foi passada a um pontão trazido pelo rebocador.
O Commandante Alvim, regressou a Santos, desembarcando 29 passageiros da 1ª classe e 31 da 3ª. Um dos passageiros que já havia embarcado no Paraná adoentado morreu, segundo os jornais da época, seu corpo foi enterrado na ilha. O comandante, tenente da armada João Batista das Neves, acreditava poder safar o navio, porém às 8:00 horas da manhã do dia 19, o Rio Negro, muito danificado pelo embate com as rochas e parcialmente megulhado de popa, acabou por afundar definitivamente.

Ilha Queimada Grande em frente ao litoral de Peruíbe, ao sul de Santos, SP. No mesmo local afundaria em 1933 o vapor Tocantins
     

 

DADOS BÁSICOS

Nome do navio: Rio Negro

Data do afundamento: 18.07.1893

LOCALIZAÇÃO

Local:Ilha Queimada Grande

UF:SP.

País:Brasil

Posição: Face norte da ilha

Latitude: 24º 28.852' sul

Longitude: 46º 40.786' oeste

Profund.idade mínima: 06 metros

Profundidade máxima:20 metros

MOTIVO DO AFUNDAMENTO: choque

DADOS TÉCNICOS
Nacionalidade: Brasileira
Ano de Fabricação: 1872
Armador: Lloyd Brasileiro.
Deslocamento: 450 toneladas
Tipo de embarcação: vapor
Material do casco: madeira Propulsão: 2 hélices
CONDIÇÕES ATUAIS: desmantelado
     
Os Destroços
O Rio Negro está afundado na ponta norte da ilha em frente a uma rocha com fratura (foto ao lado) e perpendicular ao costão. Na sua proa, em torno de 4 metros, existem poucos destroços, possivelmente devido ao forte embate do mar. Uma âncora encontra-se a cerca de 20 metros a esquerda desse ponto e provavelmente é uma das âncoras do navio.
Na proa existem apenas um guincho, um turco e parte do cavername apoiado sobre uma grande rocha a cerca de 8 metros.
A partir desse ponto, a quantidade de destroços aumenta significativamente em direção ao fundo. Parte do cavername se estende pelo fundo e em seguida encontram-se as os restos de duas caldeiras de três fornalhas. Elas estão com a couraça destruída e sobraram apena as fornalhas e conjuntos dos trocadores de calor.
Em torno dos 12 metros estão caídas de seus suportes as duas máquinas de dupla expansão. Elas estão praticamente nos limites dos dois bordos. A máquina de bombordo está mais exposta e a de boreste parcialmente enterrada, seus suportes ainda encontram-se no local.
 

Posição do Rio Negro - rocha com rachadura
     
Guincho de proa
Fornalhas da caldeira de boreste
Abertura das fornalhas, ainda com uma das tampas
     
     

Logo atrás da máquina de bombordo está o guincho de carga. A partir das máquinas existem dois grandes eixos, com seus segmentos ligados por flanges e ainda apoiados nos seus mancais. Eles seguem alinhados em direção a popa do navio sem rupturas. Apenas algumas partes estão enterradas sobre os destroços.
Por toda a extensão, só existem pequenos destroços espalhados pelo fundo e poucas peças se diferenciam; um cabeço de amarração e parte de um dos condensadores. Nos bordos também não existe grande quantidade de casco ou cavername, apenas algumas seções isoladas o que é explicado por sua fabricação em ferro.
A popa é a parte mais inteira do Rio Negro. Ela está tombada para bombordo e pode ser vista a ligação do hélice de boreste com o casco. O hélice de bombordo está parcialmente escondido e somente uma das pás pode ser identificda. A peça que domina a popa é o grande leme, ainda na posição original de alinhamento do casco. O volante do leme está caído além do espelho de popa, em torno de 23 metros. O naufrágio é limitado na popa por uma grande laje retangular de pedra.
O mergulho é muito simples de ser executado e deve-se dar preferência por iniciar o passeio pela popa em direção ao raso.

 

 

 

 

 

Volante do leme
     
Máquina de dupla expansão de bombordo
Máquina de dupla expansão de boreste
Eixos, flanges e mancais

Vista do hélice de boreste e do leme
O grande leme domina o cenário da popa
Parte do volante do leme caído além da popa

 
A ilha Queimada Grande e seus três naufrágios Rio Negro, Tocantins e Araponga, onde existem mergulhos regulares, podem ser atingida a partir do litoral sul de São Paulo, principalmente Santos. Mas o ponto mais próximo é Peruíbe, onde atua a operadora NOVOSMARES. Os mergulhos são feitos a partir de um grande inflável FLEXBOAT SR 760 D, com dois motores de 200 HP, que permitem, com mar calmo, atingir a ilha em uma hora de navegação. A operação é excelente, a embarcação acomoda até 10 mergulhadores e o barco possui banheiro, garrafeiros e uma escada muito bem planejada.
Em dois dias pudemos mergulhar no Rio Negro, Tocantins e no Araponga, um mergulho mais complexo pois encontra-se a mais de 30 metros, mas que a operadora está disponibilizando para mergulhadores com maior nível de treinamento.
Obrigado a grande amiga e mergulhadora de naufrágios (a melhor) Tatiana Mello a operadora Novosmares (Maurício Mendes) e a Extreme Divers (Luiz Flório), que juntos organizaram e possibilitaram a operação com o maior sucesso.
 
 
Agradecimentos
 

Instrutora Tatiana Mello

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Shipwreck WRECK WRAK EPAVE PECIO
shipwreck wreck

 

 

 

 

Guincho de carga Guincho de carga Caldeiras Máquina de boreste Condensador Eixos Hélice de bombordo Hélice de boreste Leme