Sumário
Histórico
Histórico
O Bellucia foi construído para a companhia Lamport & Holt Lines em 1888 nos estaleiro D&W Henderson Ltd. de Glasgow. Era um vapor de 102 metros de comprimento e 2.728 toneladas e registrado no porto de Glasgow pela companhia Bell Brothers & McLelland de Glasgow, que também gerenciava o Bellarden de 2.715 Toneladas, que serviam a linha Liverpool, Brazil and River Plate Steamers.
Também fizeram parte da linha Bell os navios: Bellands, Bellco, Bellpool e Bellbank.
No dia 09 de fevereiro de 1903 partiu, com uma carga de 15.000 sacas de café, do porto de Santos, com escala em Vitória e destino final no porto de New Orleans nos Estados Unidos. Fez uma escala para reparos no porto do Rio de Janeiro, de onde partiu no início da manhã do dia 14.
As condições meteorológicas eram moderadas, com ondulação e vento fresco. O vapor passou pelo Cabo de São Thomé e no início da noite do dia 15 foi avistada a uma distância de 2 milhas a Ilha Escalvada, em frente a Guarapari, ES.
(legenda)
Atenção para não confundir
A mesma companhia, Bell Brothers & Co. de Glasgow teve outro navio de nome Bellucia de 4.573 T, lançado ao mar em 1929.
Esse cargueiro navegava do Rio de Janeiro com 6.700 T de minério de ferro em direção a Sydney, quando em 19 de julho de 1942, foi interceptado e atacado com três torpedos pelo submarino alemão U-332, afundando na posição de Latitude: 37º 01′ N e Longitude: 052º 04′ W.
Todos os 31 tripulantes sobreviveram.
Dados básicos
Dados de localização
Dados técnicos
Descrição
O Naufrágio
Por volta das 19:30 horas o engenheiro de máquinas reportou um problema na caldeira de bombordo e o comandante S. Horne ordenou a redução da velocidade do vapor e a sondagem de profundidade.
As 19:40 horas foram observadas muito próximas as rochas da Raza (escrita da época) da Escalvada e foi dada ordem de parar máquinas.
A manobra não foi suficiente e o Bellucia chocou-se com a formação pouco a cima do nível da superfície da bochecha de bombordo. Imediatamente o vapor começou a inundar e ficou preso entre as rochas da Raza.
Todos os esforços para reflutuar o vapor foram infrutíferas. Após permanecer encalhado por algumas horas o casco começou a se partir e o navio foi abandonado pela tripulação. A proa afundou junto a Raza, enquanto a popa se afastou cerca de 150 metros, afundando em seguida. Antes que algum auxílio pudesse ser prestado.
Parte da carga da popa e da mobília do navio foi salva, mas foi impossível salvar o casco.
O navio encontra-se partido a meia nau, bem no meio do compartimento das caldeiras.
As duas seções, proa e popa, estão separadas por cerca de 150 metros, não havendo destroços significativos entre elas.
Posição da Popa: Latitude 20º 40.730′ Sul e Longitude 040º 21.698′ Oeste.
Posição da Proa: Latitude 20º 40.790′ Sul e Longitude 040º 21.653′ Oeste.
Vista da Ilha Rasa da Escalvada da posição da popa do Bellucia
Seção de Popa
Descrição
A secção da popa é a parte mais inteira dos destroços. Está adernada para bombordo, a lateral de boreste está a 17 metros, enquanto o costado de bombordo permanece apoiado na areia a 25 metros.
Na popa pode ser visto o resto do casario, com parte das janelas traseiras, uma pequena penetração pode ser conseguida neste local. O grande hélice de quatro pás e o leme estão alinhados em seu local habitual.
Junto ao convés de popa, podem ser vistos dois cabeços de amarração e parte do guincho de popa. É sem dúvida a parte mais imponente dos destroços e produz ótimas fotos.
Seguindo-se em direção a meia nau, encontramos a boreste, uma grande fratura no casco, provavelmente na altura do porão de popa. À frente desta fratura está o mastro, caído para bombordo, ainda com as malaguetas da base presas a ele, a seu lado um grande guincho de pau de carga.
A dez metros à frente do mastro está o segundo maior conjunto de destroços da popa; formado por parte da casa de máquinas. Um estreito corredor passa ao lado deste conjunto. Sobre ele estão tombados, na diagonal, os cilindros da máquina a vapor do tipo dupla expansão. Elas estão partidas no virabrequim e o eixo está escondido abaixo de muitos destroços.
Atrás do conjunto das máquinas estão uma das caldeiras principais (as demais caldeiras estão na seção da proa) e uma caldeira auxiliar.
A seção de popa está afastada cerca de 150 metros da seção de proa, porém as fortes correntes locais tornam a travessia totalmente desaconselhável. Devem ser planejados mergulhos diferentes, com reposicionamento da embarcação, para as duas partes.
(legenda) Máquinas do tipo Duble Expansion Engine equipavam o Bellucia, porém elas são difíceis de se ver no fundo, pois estão encobertas por outras ferragens.
Seção de Proa
Descrição
Encostada nas pedras da Ilha Rasa da Escalvada a popa estende-se adernada para bombordo por cerca de 25 metros.
A proa é a parte mais inteira deste conjunto de destroços. Junto ao casco, uma âncora almirantado descansa na areia. Na ponta da proa alguns turcos encontram-se apoiados no fundo. Ainda na proa muitos ferros se espalham caídos na areia, parecendo terem rolado do convés de proa, no meio deles, existe um grande guincho e cabeços de amarração.
Seguindo-se em direção do meio do navio, muitos ferros empilhados mostram grande destruição causada pelo impacto do navio e pela ação do mar junto às rochas do costão.
Podem ser localizados mais um guincho dois reforços de estiva de porão. Parte do mastro de proa está caída para bombordo. Além disso, vários turcos estão fincados no fundo.
No final do conjunto da proa está a segunda caldeira principal caída de lado.
Agradecimento: A toda equipe da Atlantes de Guarapari pela atenção e profissionalismo apresentado
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