SEQUIPE (Navelloyde Nº 4)

Sumário

Histórico

Pesquisa
Durante a Expedição 2007 Naufrágios do Brasil / Voyager, pude conhecer o naufrágio do Sequipe, o que não foi possível na viagem de 2006. Este naufrágio não possui identidade, assim iniciamos a pesquisa coletando dados no local.
A identificação deste naufrágio, na realidade, foi relativamente simples, uma vez que os documentos necessários já estavam em minha posse. Cruzando as informações da localidade do naufrágio com os dados presentes no SINAU sobraram poucos alvos possíveis a verificar.

Evidência 1: Segundo o Anuário de Jurisprudência, 1936, Processo Nº 74, pág. 52:

“O navio Curitiba do Lloyde, conduzia a reboque para Fortaleza, CE., a chata Navelloyde 4. No dia 6 de novembro, navegando pelas coordenadas de Latitude 9º 41′ Sul e Longitude 35º 40′ Oeste, com a Ponta Verde (Maceió) e o farol de Maceió, respectivamente a 17º Noroeste, 30º Nordeste a chata abriu água e consequentemente naufragou”.

Com essa informação, o posicionamento podia ser considerado como coincidente. Mas faltava comparar as características do navio e do naufrágio para confirmar a identificação.

Evidência 2:
Segundo Lista das Embarcações de Navios Inscritos nas Capitanias dos Portos, 1941, pág. 138.

“As chatas do Lloyde Brasileiro Navelloyde 3, 4 e 5 foram construídas em Santos em 1927 para embarque de sacaria nos navios da companhia e possuíam dimensões de 20 metros de comprimento por 6,3 metros de boca.”

O sistema de rampa da chata, observável no local e as medidas feitas no naufrágio (20 m. X 7 m.), não deixavam dúvidas de estarmos tratando da mesma embarcação.
Diversas informações utilizadas no cruzamento dos dados foram confirmadas em outras publicações como: Acidentes de Navegação na Costa Brasileira no Período de 20.02.1935 a 30.09.1956, Ministério da Marinha e Levantamento da Frota do Lloyde Brasileiro de 1919 a 1958, 1958 Lloyde Brasileiro.

História
O Lloyde Brasileiro mandou construir em 1927 no estaleiro A. A. Simões de Santos três chatas batizadas de Navelloyde Nº3, Nº 4 e Nº5, com a função básica de auxiliar no embarque de sacaria nos navios da companhia.
Embora os dados não sejam garantidos, aparentemente, em 1935 o Navelloyde Nº 4 foi transferido para o Ceará onde deveria auxiliar no embarque de sal.
A chata Navelloyde Nº 4 partiu do porto do Rio de Janeiro no dia 27 de outubro rebocada pelo navio Curitiba também do Lloyde e comandado pelo Capitão Manoel Dias de La Velha Gomes.
Embora não houvesse previsão de escalas, no dia 6 de novembro o Curitiba, levando a reboque a chata, deixou o porto de Maceió. Quando navegava pelas coordenadas de Latitude 9º 41′ Sul e Longitude 35º 40′ Oeste, a chata começou a fazer água e acabou por naufragar pouco depois.

(L)O guincho se destaca no centro dos destroços     (L)Muitos peixes abrigam-se embaixo da esteira de carga

Dados básicos

Nome do navio: Navelloyde Nº 4
Data de afundamento: 06.11.1935

Dados de localização

Local: Maceió
UF: AL
País: Brasil
Posição: 6 milhas da costa de Maceió
Latitude: 09º 44.905′ sul
Profundidade mínima: 29 metros
Profundidade máxima: 32 metros
Condições atuais: semi-inteiro

Dados técnicos

Nacionalidade: brasileira
Armador: Lloyde Brasileiro
Deslocamento: 120 Toneladas
Tipo de embarcação: chata de embarque de sacaria
Material do casco: aço
Carga: vazia
Propulsão: sem propulsão
Motivo do afundamento: desconhecido

Descrição

Descrição
Esta chata esteira encontra-se apoiada no fundo, em sua posição de navegação.
O convés é plano e de cada lado, apoiado sobre ele, encontra-se uma espécie de braço de carga.
No centro, dominando totalmente o cenário está a estrutura tipo – esteira rolante, inclinada cerca de 30º e apoiada sobre seu suporte.
Embaixo desta esteira existe um sistema de guincho.
A pequena balsa, embora inteira, não apresenta pontos onde se possa penetrar.
Diversos pontos no convés e nas laterais estão rompidos, deixando a mostra os compartimentos que um dia foram estanques.
Sobre o convés existem 8 grandes escotilhas aparafusadas, mas apenas duas estão abertas.
Na popa existe um grande orifício, mas pelo aspecto, parece ter sido produzido pela corrosão.

(L)Esteira de carga domina o cenário do convés (L)No convés, diversos buracos expõem o interior da chata (L)A ponta da esteira de carga mostrando a polia de tração (L)O nome Sequipe II fixado ao convés da embarcação

Compartilhe

Login

Rolar para cima