WEST POINT

Histórico
O West Point era um navio a vapor britânico de 4.998 toneladas brutas, comprimento total de 136, 1 metros (415 pés) de comprimento e 17,3 metros (53 pés) de boca. O capitão Williams Thomas Davis, estava no comando desde março de 1938.
O navio era operado pela New Trading Cargo Company e estava fretado de seus proprietários o Ministério dos Transportes de Guerra Britânico.
Em fevereiro de 1946 embarcou cargas em Baltimore e Nova York (USA) de onde partiu para portos brasileiros com 40 tripulantes e sob o comando do capitão Williams Thomas Davis.
Chegou a Cabedelo (PB) em março de 1946, descarregou e embarcou algumas cargas da New Trading, como destino a Nova York. O navio tinha contrato prevendo que poderia parar em outros portos e inclusive reverter a ordem de escalas de acordo com suas necessidades.
Em 31 de março, o West Point partiu de Cabedelo (PB), continuando a descer á costa e atracou em Recife (PE) no dia 1º de abril. Ali descarregou a carga de Baltimore, mas só partiu no dia 15, devido a falta de cargueiros disponíveis para o transbordo das mercadorias.
Ainda navegando para o sul, o navio atracou em Salvador (BA) no dia 18 de abril, onde completou o descarregamento embarcado nos Estados Unidos. A viagem de volta estava programada para fazer escala em Fortaleza, Tutóia (MA) e São Luís (MA), ordem geográfica do sul para norte. Porém, no dia em que partiu, foi orientado a fazer escala primeiro em Tutóia, para aproveitar as marés na Baía de Tutóia e depois seguir para o sul até Fortaleza e então para o norte até São Luís.
O West Point partiu da Bahia no dia 25 de abril e chegou a Tutóia no dia 30 de abril, Depois navegou até Fortaleza e no dia 12 de maio partiu para São Luís (MA), onde chegou no dia 14.
O carregamento demorou apenas um dia e em 15 de maio partiu para o norte transportando cerca de 5.000 toneladas de carga embarcadas em Salvador, Fortaleza, Tutóia e São Luís, onde percebeu um carregamento de 600 toneladas de babaçu, cera de carnaúba e peles de animais. Seguiu para a Belém, última escala do litoral brasileiro antes do destino final nos Estados Unidos.

  (L) West Point no porto de Vitória (ES)

O Naufrágio
No dia 17, as 5:30 horas o navio chocou-se com o recife denominado Parcel Manuel Luiz, a 5 milhas da ilha de São João, o ponto mais próximo da costa do Maranhão. Inicialmente o vapor ficou seriamente avaliado, flutuando ao sabor das ondas enquanto as providências eram tomadas. O desastre ocorreu no mesmo local onde o paquete Uberaba do Lloyde Brasileiro naufragou em 1921.
As manobras de máquinas e leme foram inúteis e às 6 horas o navio estava definitivamente encalhado nos recifes. Às 11 horas, o costado começou a se abrir, metendo muita água para dentro e o West Point adernou para boreste.
Às 13:40 horas, com os porões inundados, foi emitido um pedidos de S.O.S, informando que o navio estava prestes a afundar e dada a ordem de abandonar o navio. A tripulação passou aos escaleres e logo depois o navio submergiu.

O pedido de S.O.S. foi respondido pelo petroleiro americano H. A. Flager, que se dirigiu ao local, onde só chegou no dia seguinte, resgatando toda a tripulação. A Capitania dos Portos em São Luís também captou o pedido de socorro inicial e enviou imediatamente ao local um rebocador para avaliar a situação.
O rebocador chegou ao local, distante 50 milhas de São Luís, no dia 21 as 16:00 horas, informando que “o West Point não batera nos recifes de Manuel Luiz, mas que encalhou nas proximidades dos mesmos, a 5 milhas de distância e que havia esperanças de salvar parte da carga e do casco, mas que o vapor continuava fazendo bastante água e que era considerado totalmente perdido.

No dia 24, o Flager chegou a Recife, PE conduzindo dos tripulantes e uma parte da carga. Os tripulantes foram repatriados em um navio belga.
No inquérito do acidente foi aceita a tese de que: A água encobriu os rochedos, impedindo a visualização dos recifes, pois o local é um dos poucos do mundo em que as marés atingem 14 metros acima do nível comum.
Além disso, considerou razoável que navio tivesse feito alterações da rota entre portos para aproveitar as marés vivas da região.

O Parcel Manoel Luís
A região é formada um conjunto de recifes distantes de cerca de 50 milhas da costa do Maranhão. Descoberto por um pescador no século XIX de nome Manoel Luís. Somente foi mapeado pelos navios de pesquisas Cannopus e Sirius de Marinha do Brasil em 1968, em função da repercussão do naufrágio do petroleiro Ilha Grande.
Apresenta mais de 9.000 milhas quadradas e segundo a Marinha, 12 naufrágios tinham acontecido no local até 1962.
Hoje, para alertar os navegantes, existe no local uma barca farol.
A região é protegida pelo Parque Estadual Marinho do Parcel do Manuel Luís.
Mas devido às condições de distância do local é pouco conhecido e o mapeamento dos naufrágios é incipiente.

  (L)
Posição do Parcel Manoel Luís e distribuição dos naufrágios segundo informes: 1 – Salinas, 2 – Maria Cristina, 3 – Ilha Grande e 4 – Westpoint