Sumário
Histórico
O paquete Velasquez foi lançado do estaleiro Sir Raylton, Dixon & Co. ao mar em 1906 para a tradicional empresa Inglesa Lamport & Holt Lines. Fazia regularmente a rota de Buenos Aires – Nova Iorque.
Em sua última viagem, além de passageiros, transportava 2.000 sacas de café e carga variada, com destino aos portos dos Estados Unidos e Canadá.
O Velasquez saiu de Santos com escala prevista no porto do Rio de Janeiro quando na noite do dia 14, foi de encontro às pedras do costão sul da ilha de São Sebastião (Ilhabela), no estado de São Paulo, afundando horas depois a duas milhas da Ponta da Sela.
Paquete Velasquez Velasquez 3 meses após o choque ainda no local onde logo após afundou
Dados básicos
Dados de localização
Dados técnicos
Naufrágio
A noite era de muita chuva, com forte vento sudoeste e neblina; o mar tinha grandes vagas. Essas condições impediram que os oficiais visualizassem o costão da Ilha de São Sebastião.
O mar estava agitado e a chuva forte. Eram quase 10 horas da noite e a maioria dos passageiros conversa nos salões, quando ouviu-se um forte estrondo, seguido de ruídos estridentes de aço e de coisas se quebrando.
Provavelmente por um erro de navegação, o vapor chocou-se com as rochas da Ilha de São Sebastião (Ilhabela), nas proximidades da entrada sul do Canal.
O choque abriu um grande rombo na proa e o navio ficou preso as rochas do costão e começou a afundar.

O comandante do Velasquez, recusou-se a abandonar o navio, até que toda a carga, assim como os passageiros fossem colocados em segurança na costa através de cabos. Os passageiros só foram resgatados da costa no dia seguinte pelo navio Milton.
Despachados para São Sebastião dois inspetores do Lloyd’s verificaram a perda total do vapor, assim como sua carga de café, comunicando, via telégrafo, a companhia armadora o grave acidente.
Escovén e âncora sobre as rochas do costão. Segundo informações locais, essa seria uma das pás armadas do hélice do Velasquez.
Hoje é utilizada como placa de um dos hotéis de São Sebastião, SP. Outras duas estão no Museu naval de São Sebastião
Descrição
No costão em frente a posição dos destroços e próximo da linha d’água está uma das âncora Halkins, ainda passada no escovém; certa quantidade de correntes e um cabeço de amarração.
O navio encontra-se desmantelado, em posição diagonal cerca de 45º ao costão. Junto ao costão (5 metros) podem ser vistos alguns ferros, sem partes identificáveis. Nadando na direção do fundo chega-se a primeira caldeira, posicionada a frente das demais e perpendicularmente ao sentido do casco.
Existem pontos onde a penetração sob o casco pode ser feita, já que o navio está pousado sobre um fundo formado por grandes pedras.
A 8 metros encontram-se três grandes caldeiras duplas no centro dos destroços. Elas estão bastante comprometidas internamente. As fornalhas e os trocadores de calor já se romperam sobrando apenas a couraça. A quarta caldeira está ligeiramente afastada, a bombordo do navio e é a mais integra.
Uma das quatro caldeiras duplas As caldeiras que geravam o vapor para as máquinas Um dos cilindros das máquinas a vapor (vista da biela)
Atrás das duas caldeiras principais estão as máquinas de dupla expansão, onde podem ser visto os cilindros, virabrequins, pistões, camisas e mancais e o eixo excêntrico. A bombordo existe uma grande parte do casco e a estibordo pequenos pedaços, turcos e cabeços de amarração.
Seguindo-se o eixo em direção ao fundo, podem ser seguidos os mancais até alcançar-se a popa ainda inteira. O comando do leme é nítido, estando apoiado em ângulo de 45º com o fundo, logo abaixo do leme, está o corpo (cubo) do hélice armado, de onde foram sacadas 3 das 4 pás.
Ainda são vistos cabeços de amarração e um grande guincho de carga.
Cilindro de baixa pressão Eixo excêntrico das máquinas Grupo gerador
Saída do eixo Mancal do eixo Cubo do hélice armado
Fotos Sérgio Gurgel
Passagem abaixo do casco na área das máquinas Um dos mancais do eixo
Interior de uma das grandes caldeiras Volante do leme
SINAU
Para mais informações, acesse o Sistema de Informações de Naufrágios - SINAU
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