VELASQUEZ

Sumário

Histórico

O paquete Velasquez foi lançado do estaleiro Sir Raylton, Dixon & Co. ao mar em 1906 para a tradicional empresa Inglesa Lamport & Holt Lines. Fazia regularmente a rota de Buenos Aires – Nova Iorque.
Em sua última viagem, além de passageiros, transportava 2.000 sacas de café e carga variada, com destino aos portos dos Estados Unidos e Canadá.
O Velasquez saiu de Santos com escala prevista no porto do Rio de Janeiro quando na noite do dia 14, foi de encontro às pedras do costão sul da ilha de São Sebastião (Ilhabela), no estado de São Paulo, afundando horas depois a duas milhas da Ponta da Sela.


                                                  Paquete Velasquez                                                          Velasquez 3 meses após o choque ainda   no local onde logo após afundou

Dados básicos

Nome do navio: Velazques
Data de afundamento: 17.10.1908

Dados de localização

Local: Ilha de São Sebastião
UF: SP
País: Brasil
Posição: Entre sudoeste e oeste da Ponta da Sela
Latitude: 23° 53,882′ sul
Longitude: 045° 27,724′ oeste
Profundidade mínima: 00 metros
Profundidade máxima: 20 metros
Condições atuais: desmantelado

Dados técnicos

Nacionalidade: inglesa
Ano de fabricação: 1906
Estaleiro: Sir Raylton, Dixon & Co., (Middlesborough).
Armador: Lamport & Holt Lines.
Deslocamento: 7.542 toneladas
Comprimento: 153 metros
Boca: 19,5 metros
Tipo de embarcação: paquete a vapor
Material do casco: aço
Carga: 137 Passageiros e tripulantes, 2.133 sacas de café e carga geral
Propulsão: vapor
Motivo do afundamento: choque contra a ilha de São Sebastião

Naufrágio

A noite era de muita chuva, com forte vento sudoeste e neblina; o mar tinha grandes vagas. Essas condições impediram que os oficiais visualizassem o costão da Ilha de São Sebastião.
O mar estava agitado e a chuva forte. Eram quase 10 horas da noite e a maioria dos passageiros conversa nos salões, quando ouviu-se um forte estrondo, seguido de ruídos estridentes de aço e de coisas se quebrando.
Provavelmente por um erro de navegação, o vapor chocou-se com as rochas da Ilha de São Sebastião (Ilhabela), nas proximidades da entrada sul do Canal.
O choque abriu um grande rombo na proa e o navio ficou preso as rochas do costão e começou a afundar.

Foto: Alan e Eliane Rocha

  O comandante do Velasquez, recusou-se a abandonar o navio, até que toda a carga, assim como os passageiros fossem colocados em segurança na costa através de cabos. Os passageiros só foram resgatados da costa no dia seguinte pelo navio Milton.
Despachados para São Sebastião dois inspetores do Lloyd’s verificaram a perda total do vapor, assim como sua carga de café, comunicando, via telégrafo, a companhia armadora o grave acidente.

Escovén e âncora sobre as rochas do costão. Segundo informações locais, essa seria uma das pás armadas do hélice do Velasquez.
Hoje é utilizada como placa de um dos hotéis  de São Sebastião, SP. Outras duas estão no Museu naval de São Sebastião

Descrição

No costão em frente a posição dos destroços e próximo da linha d’água está uma das âncora Halkins, ainda passada no escovém; certa quantidade de correntes e um cabeço de amarração.
O navio encontra-se desmantelado, em posição diagonal cerca de 45º ao costão. Junto ao costão (5 metros) podem ser vistos alguns ferros, sem partes identificáveis. Nadando na direção do fundo chega-se a primeira caldeira, posicionada a frente das demais e perpendicularmente ao sentido do casco.
Existem pontos onde a penetração sob o casco pode ser feita, já que o navio está pousado sobre um fundo formado por grandes pedras.
A 8 metros encontram-se três grandes caldeiras duplas no centro dos destroços. Elas estão bastante comprometidas internamente. As fornalhas e os trocadores de calor já se romperam sobrando apenas a couraça. A quarta caldeira está ligeiramente afastada, a bombordo do navio e é a mais integra.

 
Uma das quatro caldeiras duplas                    As caldeiras que geravam o vapor para as máquinas               Um dos cilindros das máquinas a vapor (vista da biela)

Atrás das duas caldeiras principais estão as máquinas de dupla expansão, onde podem ser visto os cilindros, virabrequins, pistões, camisas e mancais e o eixo excêntrico. A bombordo existe uma grande parte do casco e a estibordo pequenos pedaços, turcos e cabeços de amarração.
Seguindo-se o eixo em direção ao fundo, podem ser seguidos os mancais até alcançar-se a popa ainda inteira. O comando do leme é nítido, estando apoiado em ângulo de 45º com o fundo, logo abaixo do leme, está o corpo (cubo) do hélice armado, de onde foram sacadas 3 das 4 pás.
Ainda são vistos cabeços de amarração e um grande guincho de carga.

 
                   Cilindro de baixa pressão                                                           Eixo excêntrico das máquinas                               Grupo gerador

 
                        Saída do eixo                                                                      Mancal do eixo                                                          Cubo do hélice armado

Fotos Sérgio Gurgel


Passagem abaixo do casco na área das máquinas                                                  Um dos mancais do eixo

Interior de uma das grandes caldeiras                                          Volante do leme

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