AREEIRO (Margaritte)

Sumário

Histórico

Histórico
Durante muitos anos, não se sabia a identificação deste naufrágio, sendo por isso ele, chamado de “Areeiro”. Finalmente em abril de 2001, graças fundamentalmente ao auxilio do Engenheiro TARCÍSIO VILARINHO GOMES DE OLIVEIRA de Recife, pudemos finalmente confirmar sua identificação.

O navio lameiro ou areeiro Marguerite, da Companhia Carioca de Dragagem, já se encontrava em mau estado quando foi recolhido ao Estaleiro do Pina, em Recife, para uma reforma. Deixou o estaleiro no dia 05 de dezembro para participar das obras de modernização do porto de Recife (PE.). O navio foi totalmente vistoriado pela capitania dos Portos, após seu retorno ao serviço.
O navio, junto com outros dois, recolhia a lama das dragas que trabalhavam no interior do porto, levando o material para ser solto em alto mar.

 

(L) Navio lameiro Marguerite

(L) Na legenda original pode ser lido: Antes da Explosão –
O Marqueritte voltara ao mar no dia 5 de dezembro (foto de Rui Carneiro)

Naufrágio
No dia 16 de agosto o navio deixou o porto para mais uma descarga de sedimentos, o mar estava agitado. Quando o material já havia sido liberado e o navio retornava ao porto de Recife. Passava um pouco das 15 horas, quando houveram duas violentas explosões nas caldeiras.
O navio começou a afundar rapidamente, tocando o fundo do local conhecido como Banco dos Ingleses. A proa permaneceu de fora por dois dias, antes de afundar totalmente.
Os 10 tripulantes acabavam de se reunir na popa para tomar um café e dois deles dirigiram-se a proa para fumar um cigarro. Com a explosão eles foram atirados à água, sendo os únicos sobreviventes.
Os sobreviventes não souberam explicar as causas do afundamento. Com o barulho ouvido do porto, foram enviados rebocadores para o socorro, os dois sobreviventes e mais um corpo foram recolhidos.

 

(L) (Legenda Original) VISTA AÉREA – este é uma vista
aérea do “Marguerite” uma hora após a explosão.
(foto: Maurício Coutinho)

(L) Vista em 2007 da boia que marca a posição do
Areeiro, ao fundo a cidade de Recife.

Os mergulhadores da marinha não conseguiram mergulhar nos destroços nos dois dias seguintes a catástrofe a procura de outros cadáveres, devido as condições do mar.
Durante os 10 dias seguintes, cinco cadáveres e parte deles foram encontrados nas praias do Janga e Boa Viagem em torno da cidade de Recife. O navio estava segurado em mais de 300 mil cruzeiros.

Dados básicos

Nome do navio: Margaritte
Data de afundamento: 16.09.1969

Dados de localização

Local: Recife
UF: PE
País: Brasil
Posição: Na saída do porto de Recife. Banco dos Ingleses a 50 metros da boia na frente a entrada do porto
Latitude: 08° 03′ 46″ sul
Longitude: 034° 49′ 24″ oeste
Profundidade mínima: 10 metros
Profundidade máxima: 15 metros
Condições atuais: desmantelado

Dados técnicos

Nacionalidade: brasileira
Ano de fabricação: 1930
Estaleiro: Ateliers et Chantiers (Saint Nazaire – França)
Armador: Companhia Carioca de dragagens
Deslocamento: 445 toneladas
Comprimento: 48,8 metros
Boca: 8,6
Tipo de embarcação: draga
Material do casco: aço
Carga: vazia
Propulsão: vapor
Motivo do afundamento: explosão e incêndio

Descrição

Descrição
O navio encontra-se alinhado com a entrada do porto, com a proa presa sobre a laje que é marcada com a boia de Perigo Isolado. Embora se encontre sobre fundo de areia, existem formações coralíneas a seu redor.
O navio está completamente desmantelado, sua estrutura desabou entre 1997 e 2004. A popa está desmantelada, não sendo possível distinguir o hélice e o leme; o volante do comando do leme é visto sobre a estrutura da popa que está caída para trás.

Compare com o Croqui do Areeiro de 1997

A frente desta estrutura de popa, encontramos as máquinas, com dois grandes cilindros.
Junto à popa existem cabeços de amarração e muitos ferros espalhados, que deveriam pertencer ao casario de popa. Existe um grande cilindro à frente do motor (4 metros de diâmetro e altura, posicionado verticalmente e aberto na parte de cima), não se trata da caldeira, parecendo pertencer ao maquinário de sucção de areia.
Junto a este cilindro existem grandes tubos metálicos e dois outros motores menores.

(L) Estrutura de popa

(L) Máquinas do Margaritte

À frente deste conjunto, o casco desmoronou totalmente até a proa. O interior do navio, que já foi um compartimento único destinado ao material coletado na dragagem, não passa de um amontoado de ferros onde podem ser vistas as colunas que sustentavam a passarela que existia acima do nível do convés.
A proa está praticamente destruída, apenas uma parte do costado de boreste resiste em pé e sobre ele está apoiado parte do bico de proa com o reforço e o escovém. A bombordo, todas as estruturas estão caídas. Não existem âncoras ou correntes.
Devido a proximidade do porto a visibilidade costuma ser ruim para o padrão de Recife (em torno de 15 metros) além disso, é costume afirmar-se que o local é frequentado pelos tubarões Cabeça Chata que atacam surfistas na região da praia de Boa Viagem em Recife.

    (L) Draga semelhante ao Areeiro

  (L) Hoje o costado domina o cenário

 (L)Existem vários cabeços de amarração

 (L) Escovém na proa caída

 

A história completa

 

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