Sumário
Histórico
O vapor Alice de 840 toneladas era um vapor misto que servia a navegação de cabotagem no Brasil, embora em algumas ocasiões pudesse estender sua rota até o Rio da Prata, nas portos do Uruguai e da Argentina.
Segundo alguns autores, porém sem comprovação documental, o Alice foi lançado ao mar com o nome de Mariana em 10.10.1866 para a firma Francisco Gustavo de Oliveira Roxo e João Domingos de Oliveira. Porém o hélice armado presente nos destroços se confronta com a identificação, pois hélices desse tipo só passaram a ser fabricadas a partir de 1890.)
O vapor foi fretado pelo governo brasileiro para transportar tropas brasileiras na guerra contra o tirano do Paraguai.
A 30 de março de 1869, nele embarcou o príncipe imperial Gastão de Orleans (Conde d’Eu), para assumir o comando em chefe do exército brasileiro. Chegou a Montevidéu em 5 de abril de 1869.
O Naufrágio
No dia 25 de junho de 1899 deixou o porto de Recife, PE. com destino a Mossoró no Rio Grande do Norte, onde foi carregado de sal destinado à companhia de Salinas, com sede no Rio de Janeiro. Já a caminho da capital escalou na Paraíba onde recebeu duas mil sacas de algodão.
No final do dia 19 de agosto deixou o porto da Paraíba com destino ao sul. Logo depois de transpor a barra, o vapor começou a fazer água e os esforços, comandados pelo capitão Sr. Francelino Duarte, não surtiram efeito.
Diante da impossibilidade de esgotar a água do navio, que entrava em grande proporção, foi dada ordem de guinar. A intenção era volta ao porto e caso não fosse possível imbicar o vapor na praia.
Porém, já não havia mais tempo para o Alice. A cerca de 4 milhas ao sul da barra e a 3,5 milhas da praia do Bessa em João Pessoa, o Alice afundava com a proa voltada para terra.
Quando não havia mais esperanças de salvar o navio, o comandante e a tripulação passaram aos botes e atingiram em segurança o porto de Cabedelo, PB. no meio do dia 20.
O casco da embarcação assentou no fundo a 14 metros de profundidade permanecendo apenas com os mastros e as vergas fora d´água.
Sobre as condições em que ocorreu o naufrágio; existem diversas versões intrigantes, mas ainda nenhum relato com confirmação de fontes primárias.
Dados básicos
Dados de localização
Dados técnicos
Compartimento junto as máquinas
Proa caída para boreste (l)Uma das âncoras (almirantado)
Descrição
É o navio mais próximo da praia do Bessa, João Pessoa e por isso, com a água mais turvas. Este cargueiro está caído no fundo sobre o costado de estibordo, apenas a proa e popa mantém alguma integridade, o restante da embarcação está desmantelado.
A proa do Alice está adernada, em apenas alguns metros estão duas âncoras do tipo almirantado, um grande guincho, quatro turcos, adriças e cabeços de amarração. Sob o casco da proa, pode ser tentada uma pequena penetração.
Para trás da proa, o navio encontra-se totalmente desmantelado, apresentando um costado ainda com cabeços e murada, parte do costado oposto com suas vigias; no meio do navio pode ser visto o cavername e um grande guincho de estilo pouco comum, talvez se trate de máquinas de um guindaste.

A meia nau estão aglomeradas duas caldeiras cilíndricas e suas câmaras de condensação, uma à frente e a outra atrás das caldeiras, onde também estão as máquinas do navio. Parece tratar-se de um Duble Expansion Engine, e os dois grandes cilindros e pistões estão bem visíveis. A partir das caldeiras, ladeadas por partes do casco, podem ser vistas engrenagens e o eixo que segue até o arco do hélice.
Na popa encontramos o hélice armado (pás presas por parafusos), o leme e seu volante. Essa peça se confronta com a identificação do Mariana pois ela só passou a ser fabricada a partir de 1890.
Mostrando que a popa era bastante projetada, atrás do leme ainda se encontra uma superestrutura que devia sustentar o convés de popa, nela existem cabeços de amarração e o volante do leme.
SINAU
Para mais informações, acesse o Sistema de Informações de Naufrágios - SINAU
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