Sumário
Histórico
O Ana Cristina ou Maria Cristina , foi um cargueiro da Classe Só, construído nos estaleiros de EBIN/Só S.A. de Porto Alegre, em 1977 para a empresa Navegação Mansur do Rio de Janeiro. Era um graneleiro com 80 metros de comprimento e 5.273 Toneladas, com capacidade de carga de grãos superior a 6.582 m³ distribuídos em 3 porões.
Sua máquina a diesel construídas no estaleiro Ishikawajima do Brasil do rio de Janeiro gerava 2.480 bhp , impulsionando o navio a 11 nós.
Dessa classe foram construídos nove navios:
Mansur Simão (nauyfragado no RS em 1975), Miro Fontenova (1975), Cidade de Ribamar (1976), Antônio Ramos (1976), Cidade de Tutóia (1977), Maria Ramos ( 1977), Ana Cristina (1977), Mironorte, Fonte Beirario (1977), Irmansur (1977).
(l) Graneleiro da classe Só 5.200
Pesquisa
Até janeiro de 2025 este navio era conhecido como ANA CRISTINA, e com esse nome que ele é citado em alguns blogs da empresa EBIN, mas não há citação nos jornais de época. Também é citado no documento Anais Hidrográficos da Marinha do Brasil, que deve ter sido a fonte inicial para todas as referências subsequentes. Agora, na pesquisa desse navio, descobrimos que os jornais referem-se a ele como nome na MARIA CRISTINA. Com isso, foi possível encontrar as informações do naufrágio nos jornais de época.
Agora fica a dúvida de qual seria o verdadeiro nome da embarcação.
Tanto o estaleiro Só S.A. de Porto Alegre, como a Navegação Mansur do Rio de Janeiro já encerraram as atividades e em condições confusas. Assim não há muitas informações sobre o navio.
A Navegação Mansur chegou a ter 9 navios cargueiros e uma das últimas citações da companhia foi quando o graneleiro abandonado São Luiz soltou das amarras e colidiu com a Ponte Rio-Niterói em 14.11.2022
(l) O São Luiz colidindo com a ponte Rio-Niterói
O Parcel Manoel Luís
A região é formada um conjunto de recifes distantes de cerca de 50 milhas da costa do Maranhão. Descoberto por um pescador no século XIX de nome Manoel Luís. Somente foi mapeado pelos navios de pesquisas Cannopus e Sirius de Marinha do Brasil em 1968, em função da repercussão do naufrágio do petroleiro Ilha Grande.
Apresenta mais de 9.000 milhas quadradas e segundo a Marinha, 12 naufrágios tinham acontecido no local até 1962.
Hoje, para alertar os navegantes, existe no local uma barca farol.
A região é protegida pelo Parque Estadual Marinho do Parcel do Manuel Luís.
Mas devido às condições de distância do local é pouco conhecido e o mapeamento dos naufrágios é incipiente.
(L)
Posição do Parcel Manoel Luís e distribuição dos naufrágios segundo informes: 1 – Salinas, 2 – Maria Cristina, 3 – Ilha Grande e 4 – West Point
O Naufrágio
Embora existam citações documentais a esse navio, não encontramos nenhum relato de fonte primária deste naufrágio, o que já faz supor erro de informação.
Segundo esses relatos em outubro de 1903 “o vapor Salinas da companhia inglesa” viajava de Santos (SP), com escalas no Rio de Janeiro, Recife e Fortaleza quando bateu nos cabeços do recife, derivando para uma área de formações baixas onde afundou à tarde. Mas o Salinas pertencia a companhia Paraense Gram-Pará e o Basil, do qual não há referências históricas no Brasil é que pertencia a Booth Steam Ship Company.
Assim parece que muito dessa história está faltando ou incorreta. Embora tenhamos sido capazes de localizar o pagamento do seguro do navio, o que prova que o naufrágio realmente ocorreu. Até hoje não obtivemos informações que possam confirmar essas quatro identificações e a presença do Uberaba
Dados básicos
Dados de localização
Dados técnicos
Descrição
Ainda não há confirmação de quais destroços são do Maria Cristina, pois a descrição dos naufrágios localizados apresenta algumas incongruências.
Segundo os dados recebidos, no alto do recife estão a âncora do tipo Hall, ainda passada no olhal, o que indica que não houve tempo para a estabilizar o navio, e outras partes da proa. Seguindo-se pela corrente para a região mais funda encontramos o navio deitado sobre boreste.
O casco está rachado a meia nau, apresentando dois rombos, uma no fundo a boreste na parte central e outro na proa.
(l)
Âncora ainda passada no escovém