Sumário
Histórico

Lançado em 14 de agosto de 1885, seu primeiro comandante foi o Capitão de Mar e Guerra Custódio José de Melo. Em 16 de abril de 1894, durante a Revolta da Armada, na barra norte de Florianópolis (Anhatumirim), foi afundado parcialmente por um torpedo lançado pelo Contra Torpedeiro Gustavo Sampaio. Posto a flutuar e parcialmente reparado, foi levado para os estaleiros Vulcan, em Stettin na Alemanha, e Elswik, em New Castle no rio Tyne na Inglaterra.
Ao longo e sua história de 21 anos na Marinha do Brasil o Aquidabã passou por três grandes reformas estruturais, que foram modernizando o encouraçado ao só os seus armamentos como na própria superestrutura e mastros, até sua explosão e naufrágio em 1906.
Conheça a participação do Aquidabã na Revolta da Armada e seu primeiro naufrágio
O Encouraçado Aquidabã nas suas três fases de construção
O encouraçado Aquidabã no ano de sua construção – 1885
De 1896 à 1898 a mastreação a vela foi substituída por dois mastros militares
Configuração em 1906, ano de seu afundamento
Dados básicos
Dados de localização
Dados técnicos
* Embora existam publicações citando a nome como “Aquidaban”, a escrita correta de registro para a Marinha do Brasil é Aquidabã.
O Naufrágio

Em 1906 fazia parte da 1ª Divisão Naval, quando realizou uma viagem à Ilha Grande para “exercícios de telegrafia sem fio. Na tarde do dia 21 recebeu ordem para seguir com o Cruzador “Almirante Barroso” que transportava uma comitiva com a função, de inspecionar a Baía de Jacuacanga para a escolha do local de montagem do Arsenal de Marinha. Às 22:15, quando estava fundeado na enseada de Jacuacanga, uma tremenda explosão estremeceu o navio foi e em menos de 5 minutos.
A causa da explosão nunca foi totalmente comprovada o mais provável é que tenha sido o Cordite, um explosivo instável que também vitimou outras embarcações.
A Explosão e o rápido afundamento, causaram a morte imediata de 112 pessoas. Entre os mortos: os Contra-Almirantes Rodrigues da Rocha, Cândido Brasil e Calheiros da Graça.
Após o naufrágio o local do sinistro foi marcado com boias e logo escafandristas começaram o trabalho de resgate, retirando da água corpos deformados, roupas e utensílios.
Três relógios encontrados ajudaram a estabelecer a hora aproximada da explosão. O do capitão Santos Porto marcava 22h42; o do segundo tenente Enéas Cadaval, 22h45; e do Almirante Calheiros 22h47. (L) Monumento ao Aquidabã
O monumento erguido no alto da ponta da Monsuaba
Os três relógios encontrados no fundo do mar dão a hora aproximada da tragédia
“Hontem” e hoje
(
Costão da Monsuaba até 2023, no alto do morro o monumento do Aquidabã
Costão da Monsuada em 2024, no alto do morro o monumento do Aquidabã
Infelizmente um enorme condomínio, praticamente na linha do mar, está sendo construído no local, descaracterizando completamente o costão.
Não sou contra o progresso, mas exageraram, que coisa de mal gosto, sem nenhum respeito ao cenário do litoral e respeito a um monumento da história do Brasil.
Na parte do alto do morro está o obelisco que marca a tragédia. Triste país sem memória, como as autoridades puderam consentir tal absurdo.
Descrição

O navio está partido em diversos pequenos segmentos da proa a popa, com continuidade; o casco encontra-se ligeiramente adernado para bombordo.
A proa esta totalmente adernada, nela pode ser visto no convés, o orifício do escovém e parte do reforço de proa. Sob a estrutura da proa pode ser feita uma pequena penetração.
Tanto por bombordo, como por estibordo, podemos seguindo os ferros, contornando a embarcação.
Em direção a popa, encontramos um segundo agrupamento de ferros, onde está a torre cônica de uma das metralhadoras.
A meia nau, encontrarmos uma boa secção de casco e a grande torre do canhão de 203 mm. O formato é de um bolo de noiva adernado para bombordo. No centro da torre do canhão uma grande abertura retangular e uma escotilha de acesso ainda com a tampa aberta. Um dos canhões ainda preso a torre e aponta para o fundo lodoso.
No centro da embarcação (parte mais rasa), estão as três grandes caldeiras (três fornalhas), uma delas, totalmente descoberta e as outras parcialmente soterrada por destroços, abaixo das caldeiras encontra-se grande quantidade de ferros, porém a água é frequentemente turva.
Das caldeiras para a popa, são encontrados estruturas metálicas que se projetam para a superfície; tratar-se do local onde ficavam as máquinas que foram retiradas nos trabalhos de resgate.
Atrás dessa estrutura encontramos uma grande bacia que chega ao fundo de areia, nesse local estava o canhão de popa, que também foi retirado. Ainda pode ser visto o sistema de rotação do canhão, formado por uma grande cinta, onde estão fixadas diversas roldanas.
O casco de estibordo está praticamente integro de proa a popa, nele estão presas muito redes e ele está coberto por grandes gorgônias.
A popa mergulha suavemente no lodo até desaparecer.
Fotos dos destroços no fundo
Embora os destroços do Aquidabã estejam em um local de águas frequentemente turvas, podemos encontrar visibilidade maior do que 15 metros nos períodos de maré cheia e vento favorável. Nessas ocasiões podemos desfrutar da grande extensão dos destroços; porém, o reconhecimento das peças, como canhão, sistemas de giro, metralhadora, caldeira etc. requer experiência.
Inserção do canhão na torre de proa, a ponta está enterrada no lodo
Escotilha superior da torre do canhão de proa
Sistema de giro com roldanas da torre de canhão de popa (retirado)
Espessura (279 mm.) da couraça. Considerado na época como encouraçado de papel, pela fina couraça
Caída de lado, a torre cônica da metralhadora Nordenfelt, com a abertura de tiro visível
Base do mastro
SINAU
Para mais informações, acesse o Sistema de Informações de Naufrágios - SINAU
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