Sumário
Histórico
Lançado em 14 de agosto de 1885, seu primeiro comandante foi o Capitão de Mar e Guerra Custódio José de Melo. Em 16 de abril de 1894, durante a Revolta da Armada, na barra norte de Florianópolis (Anhatumirim), foi afundado parcialmente por um torpedo lançado pelo Contra Torpedeiro Gustavo Sampaio. Posto a flutuar e parcialmente reparado, foi levado para os estaleiros Vulcan, em Stettin na Alemanha, e Elswik, em New Castle no rio Tyne na Inglaterra.
Em 1906 fazia parte da 1ª Divisão Naval, quando realizou uma viagem à Ilha Grande para “exercícios de telegrafia sem fio. Na tarde do dia 21 recebeu ordem para seguir com o Cruzador “Almirante Barroso” que transportava uma comitiva com a função, de inspecionar a Baía de Jacuacanga para a escolha do local de montagem do Arsenal de Marinha. Às 22:15, quando estava fundeado na enseada de Jacuacanga, uma tremenda explosão estremeceu o navio foi e em menos de 5 minutos.
A causa da explosão nunca foi totalmente comprovada o mais provável é que tenha sido o Cordite, um explosivo instável que também vitimou outras embarcações.
A Explosão e o rápido afundamento, causaram a morte imediata de 112 pessoas. Entre os mortos: os Contra-Almirantes Rodrigues da Rocha, Cândido Brasil e Calheiros da Graça.
Após o naufrágio o local do sinistro foi marcado com boias e logo escafandristas começaram o trabalho de resgate, retirando da água corpos deformados, roupas e utensílios.
Três relógios encontrados ajudaram a estabelecer a hora aproximada da explosão. O do capitão Santos Porto marcava 22h42; o do segundo tenente Enéas Cadaval, 22h45; e do Almirante Calheiros 22h47.
Conheça a participação do Aquidabã na
Revolta da Armada e seu primeiro naufrágio
(L) Baía de Jacuacanga
(L) Maquete do encouraçado Aquidabã
(L) Monumento ao Aquidabã
(L) Os três relógios encontrados no fundo do mar dão a hora aproximada da tragédia
* Embora existam publicações citando a nome como “Aquidaban”, a escrita correta de registro para a Marinha do Brasil é Aquidabã.
(L) Costão da Monsuaba até 2023, no alto do morro o monumento do Aquidabã
(L) Costão da Monsuada em 2024, no alto do morro o monumento do Aquidabã
Infelizmente um enorme condomínio, praticamente na linha do mar, está sendo construído no local, descaracterizando completamente o costão.
Não sou contra o progresso, mas exageraram, que coisa de mal gosto, sem nenhum respeito ao cenário do litoral e respeito a um monumento da história do Brasil.
Na parte do alto do morro está o obelisco que marca a tragédia. Triste país sem memória, como as autoridades puderam consentir tal absurdo.
O Encouraçado Aquidabã nas suas 3 fases de construção
(L)O encouraçado Aquidabã no ano de
sua construção – 1885 (L) De 1896 à 1898 a mastreação foi substituída
por dois mastros militares (L) Em 1906, ano de seu afundamento
Dados básicos
Dados de localização
Dados técnicos
Descrição
O navio está partido em diversos pequenos segmentos da proa a popa, com continuidade; o casco encontra-se ligeiramente adernado para bombordo.
A proa esta totalmente adernada, nela pode ser visto no convés, o orifício do escovém e parte do reforço de proa. Sob a estrutura da proa pode ser feita uma pequena penetração.
Tanto por bombordo, como por estibordo, podemos seguindo os ferros, contornando a embarcação.
Em direção a popa, encontramos um segundo agrupamento de ferros, onde está a torre cônica de uma das metralhadoras.
A meia nau, encontrarmos uma boa secção de casco e a grande torre do canhão de 203 mm. O formato é de um bolo de noiva adernado para bombordo. No centro da torre do canhão uma grande abertura retangular e uma escotilha de acesso ainda com a tampa aberta. Um dos canhões ainda preso a torre e aponta para o fundo lodoso.
No centro da embarcação (parte mais rasa), estão as três grandes caldeiras (três fornalhas), uma delas, totalmente descoberta e as outras parcialmente soterrada por destroços, abaixo das caldeiras encontra-se grande quantidade de ferros, porém a água é frequentemente turva.
Das caldeiras para a popa, são encontrados estruturas metálicas que se projetam para a superfície; tratar-se do local onde ficavam as máquinas que foram retiradas nos trabalhos de resgate.
Atrás dessa estrutura encontramos uma grande bacia que chega ao fundo de areia, nesse local estava o canhão de popa, que também foi retirado. Ainda pode ser visto o sistema de rotação do canhão, formado por uma grande cinta, onde estão fixadas diversas roldanas.
O casco de estibordo está praticamente integro de proa a popa, nele estão presas muito redes e ele está coberto por grandes gorgônias.
A popa mergulha suavemente no lodo até desaparecer.
(L) Side Scan Sonar do Aquidabã realizado pelo Navio Taurus do Serviço de Hidrografia e Navegação da Marinha
(L)
Fotos dos destroços no fundo
Embora os destroços do Aquidabã estejam em um local de águas frequentemente turvas, podemos encontrar visibilidade maior do que 15 metros nos períodos de maré cheia e vento favorável. Nessas ocasiões podemos desfrutar da grande extensão dos destroços; porém, o reconhecimento das peças, como canhão, sistemas de giro, metralhadora, caldeira etc. requer experiência.
(L) Escotilha superior da torre do
canhão de proa (L) Inserção do canhão na torre de proa,
a ponta está enterrada no lodo (L) Espessura (279 mm.) da couraça. Considerado na época
como encouraçado de papel, pela fina couraça (L) Base do mastro
(L) Caída de lado, a torre cônica da metralhadora Nordenfelt, com a abertura de tiro visível
(L) Sistema de giro com roldanas da torre
de canhão de popa (retirado)