BLACKADDER

Sumário

Histórico

O clíper com casco de ferro Blackadder (nome de um rio na Escócia) foi construído, para a companhia John Willis & Son, junto com seu irmão gêmeo Halloween a partir de planos do veleiro Cutty Sark, que por sua vez foi adaptado em 1862 por Jonh Willi & Sons. a partir do projeto do vapor misto The Tweed, após a retirada das rodas de propulsão.
Segundo Lubbock “o navio que nunca teve sorte”.
A construção iniciou-se em junho de 1869 e ele foi lançado em 1º de fevereiro de 1870 do estaleiro de Maudslay da Son & Field, de Londres.
Foi construído segundo os mais altos requisitos do Lloyds para navios de ferro. Com completo apetrecho para navegação a vela.

Os mastros apresentavam um grave defeito de fabricação em seus suportes, o que traria diversos problemas ao navio. Em sua primeira viagem, de Londres a cidade do Cabo e de lá para o Rio de Janeiro, o mastro começou a tombar e inclinar perigosamente o navio.
Antes que os reparos pudessem ser feitos o mastros despencou espalhando pedaços sobre o convés, destruindo parte do deck.

O Blackadder
Cutty Sark, um Cliper como o Blackadder

Dados básicos

Nome do navio: Blackadder
Data de afundamento: 05.11.1905

Dados de localização

Local: Salvador
UF: BA
País: Brasil
Posição: Praia da Boa Viagem em frente ao galpão (antiga fábrica de tecidos), junto a parte externa dos recifes.
Latitude: 12° 56′ 12″ sul
Longitude: 038° 30′ 38″ oeste
Profundidade mínima: 08 metros
Profundidade máxima: 15 metros
Condições atuais: desmantelado

Dados técnicos

Nacionalidade: norueguesa
Ano de fabricação: 1870
Estaleiro: Maudslay, Son & Field, (London)
Armador: J. Aalborg, Kragero, Noruega.
Deslocamento: 908 toneladas
Comprimento: 71,6 metros
Boca: 6,7 metros
Tipo de embarcação: cliper
Material do casco: madeira
Carga: 700 toneladas de carvão
Propulsão: vela
Motivo do afundamento: mau tempo

Partido dois metros acima da base o mastro ficou pendurado por bombordo, porém antes que ele fosse cortado definitivamente, o balanço do barco fez com que rolasse para estibordo, destruindo ainda mais o deck.
Outro mastro também apresentou problemas e buracos foram abertos no deck, por onde entrava muita água. Durante a viagem do Rio para a cidade do Cabo o Blackadder sofreu três colisões. Em 1873 perdeu outro mastro em um furacão no Pacífico.

O clíper Cutty Sark em Greenwich. A estrutura semelhante ao Blackadder

Em outubro de 1873 em viagem para Melbourne (Austrália) foi jogado por uma tempestade contra um recife costeiro. A tripulação chegou a abandonar o navio; porém como ele se recusou a afundar, a tripulação retornou a embarcação e com dificuldades conseguiu retirar o navio dos recifes e retornar a Boston para reparos.
Apesar de uma trágica história o Blackadder bateu alguns recordes de travessia como: 95 dias de Foochow até Londres com uma carga de chá.

 

 

Em 1899 ele foi vendido a companhia Norueguesa J. Aalborg, Kragero. Em 11 de setembro de 1905 parte de Barry para a Bahia com uma carga de carvão.

Posição do Blackadder em frente à praia de Boa Viagem, Salvador, BA.

Em 5 de novembro de 1905 [9 de abril segundo Sea Breezes] afundou na Bahia quando entrava ancorado junto a praia de Boa Viagem, na Bahia de todos os Santos.
Segundo moradores locais; durante um temporal no dia 4, a embarcação se soltou da amarração sendo lançada sobre os recifes da praia de Boa Viagem.  (Mary Mills)
Tradução e adaptação do texto enviado em 14.12.2001 pela senhora Mary Mills, biógrafa da família proprietária do navio, ao pedir autorização para publicação do Croqui do Blackadder em uma revista inglesa sobre o armador Maudslay Son and field’s de Greenwich.

 

 

    
O naufrágio e ricamente colonizado, com muitos cardumes de Salemas
O que sobrou das Bigotas que manipulavam os cabos do veleiro

   
Na proa, caída de lado, pode ser visto se projetando em direção a areia o gurupés
No interior da proa, além de muitos cardumes, existe uma âncora reserva praticamente enterrada

Descrição

O navio encontra-se encostado no recife, paralelamente a costa, deitado sobre o costado de estibordo. Na popa, parcialmente íntegra podemos perceber a estrutura do costado ainda armada com o volante do leme ainda em sua posição.
Neste ponto são vistas, junto ao costado, antigas roldanas de cabos, evidenciando um veleiro. Seguindo-se em direção a proa encontram-se diversos segmentos do cavername.
Não há sinal de máquinas ou caldeiras, porém três mastros caídos sobre a areia podem ser vistos a intervalos regulares (popa, meia nau e proa). A proa é a parte mais inteira permitindo ainda alguma penetração, na parte superior do casco pode ser visto o escovém, junto a proa existem dois cabeços de amarração um em cada bordo.
Este navio encontra-se em águas muito bem abrigadas da Baía de Todos os Santos e embora a condição de visibilidade não seja das melhores, se comparado a outros naufrágios de Salvador é suficientemente boa, para que com a tranquilidade do mar e a facilidade de acesso e de orientação torne o mergulho por demais agradável.


Na proa existir um mastro (gurupés), o que indicaria também um veleiro do tipo Brigue. Parece ter havido um trabalho de limpeza do casco, antes ou após o naufrágio, pois não são vistas peças do navio entre os destroços.

 

  
Parte do suporte do convés está hoje caído formando belos corredores entre os destroços
A maior parte dos destroços é formada pelo cavername
No meio do navio muitos cavernames indicam que o navio adernou

     
A intensa colonização dos destroços por grandes e variada quantidade de esponjas, corais, peixes e outros organismos é o que mais impressiona neste naufrágio no interior da Baía de Todos os Santos.
A maior parte dos destroços é formada pelo cavername, que se espalha da proa, parte mais inteira dos destroços (foto direita), até a popa, acompanhando o contorno do recife costeiro

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