Sumário
Histórico
O paquete a vapor Buenos Aires foi lançado ao mar em 18.10.1829 pelos estaleiros J. Laing Sunderland, como um dos mais modernos navios de transporte de carga e passageiro para as linhas da América do Sul da companhia Hamburg Sud. O vapor deixou Hamburgo em 1890 em sua 60ª viagem para o continente sul-americano com destino final a Buenos Aires e escalas em Lisboa, Salvador, Rio de Janeiro, Santos e Montevidéu.
O Naufrágio
Segundo as informações dos marinheiros, o vapor, que já se encontrava bastante maltratado pelos anos de viagem, saiu de Hamburgo fazendo água e com suas bombas a funcionar. Ao sair de sua escala na Bahia, houve um defeito que causou a explosão em uma das caldeiras, o que fez o paquete deslocar-se mais lentamente. Ao aproximar-se da entrada da Baía de Guanabara, o comandante Karl Löewe indicou o rumo a ser seguido ao oficial de quarto, Imediato Zessin, e retirou-se para sua cabina. “A medida que o paquete adiantava-se a aproximação da ilha que se levantava à sua frente diversos passageiros, que estavam na tolda, tomaram-se de pressentimento e receio comunicaram ao comandante seu temor.
(l) A ilustração foi restaurada de uma fotografia de um quadro, mas o reflexo do flash danificou toda a popa, a imagem foi completada segundo as características do navio
(L) Posição do Buenos Aires vista do continente
(L) Posição do Buenos Aires vista do mar
(L) Esquema de suas máquinas a vapor
Este respondeu-lhes ” o navio estava bem navegado entregue ao oficial de quarto, profissional habilitado”. “Com a proa, segundo os náufragos, a cortar o farol ao meio, os passageiros foram de novo e insistentemente ao comandante, que subiu rápido ao tombadilho conhecendo a iminência da desgraça. Às 00:25 da madrugada do dia 24 de julho de 1890 o comandante retornou ao convés e percebeu que o navio estava em rota de colisão com a ilha Rasa, ordenou então a reversão das máquinas.
“Era tarde de mais, já se não podia evitar o sinistro, e alguns poucos minutos depois o Buenos Aires chocava-se contra o rochedo na parte leste da Ilha Rasa”. Eram 00:30, a noite era de lua cheia, o farol estava aceso, o tempo bom, e o mar calmo, não havia motivo aparente para o acidente.
(L) Guincho das âncoras a 12 metros
(L) Junto as máquinas a 30 m está a terceira caldeira em pé
(L) Caldeira a 25 m, a segunda desmontou por volta do ano 2000
É indescritível a cena que então se passou a bordo.
“Com o choque do navio vieram a tolda, despertados em sobressalto, ao reconhecimento do perigo acompanharam o tumulto, a confusão e a disputa que
cada um empregava para salvar-se e aos brados angustiados de mulheres e crianças, de moços e velhos, que pediam misericórdia e salvação”.
O texto extraído do jornal O Paiz do dia 24.07.1890 – com atualização gramatical.
O comandante ordenou que os escaleres e lanchas salva vidas fossem abaixados dos turcos e em pouco tempo eles estavam ocupados por quantos se achassem a bordo. Os passageiros embarcados nos escaleres remavam em direção ao porto do Rio de Janeiro. Apenas o capitão e dois marinheiros permaneceram a bordo, tentando juntar documentos de maior responsabilidade, valores e dinheiro, postos em seu camarim e a mão. As 3:05 h. o navio afundou deixando de fora apenas a ponta dos mastros, o capitão e os dois marinheiros nadaram até um escaler, sendo resgatados.
Os passageiros e tripulantes remaram por toda a noite, vestidos de forma sumária, até alcançarem na manhã o interior da Baía de Guanabara. Os passageiros e tripulação receberam o apoio da agência da Hamburg Sud, no Rio de Janeiro. A marinha enviou um rebocador para vigiar os destroços evitando o roubo de carga e meses após o naufrágio foi aberto um inquérito para apurar denúncia de que o navio tinha sido deliberadamente provocado.
Dados básicos
Dados de localização
Dados técnicos
Descrição
A proa está totalmente destruída a cerca de 12 metros sobre o costão. Neste ponto podem ser vistas três grandes âncoras (Almirantado), ainda com os escovéns e aglomerados de correntes que levam até um dos guinchos, também existe uma âncora auxiliar.
Na altura dos guinchos, o fundo torna-se quase plano e com sedimento. Os destroços seguem em declínio suave até 25 metros. Neste área, encontra-se a maior parte dos destroços e o que sobrou da carga do primeiro porão.
(L) Uma das âncoras principais
(L) Âncora auxiliar a 12 metros
(L) Segundo o livro da Hamburg Sud, esse seria o Buenos Aires.
Mas na imagem só existe um guincho de proa, mas o Buenos Aires apresenta dois guinchos, como pode ser visto no croqui. Assim pode haver um erro de identificação
(L) Hélice reserva de duas pás a 15 metros
(L) Máquinas do tipo Duble Expansion Engine