Sumário
Histórico
O Cap Frio foi o primeiro de uma série de três vapores, junto com o Cap Verde e Cap Roca que a companhia de navegação Hamburg Sudamerikanische Dampfschiff (Hamburg-Sud) mandou construir para atender a sua crescente linha para a América do Sul (Hamburgo – Rio de Prata).
O Cap Frio foi construído nos estaleiros de Reiherstiegwerft em Hamburgo. Esse vapor possuía 180 metros de comprimento, com mais de 5.600 toneladas de deslocamento distribuídas em três decks de superestruturas e 4 porões. Ele foi lançado ao mar em 25 de novembro de 1899.
Dados básicos
Dados de localização
Dados técnicos
O Naufrágio
Saiu de Hamburgo com 100 passageiros em uma viagem até Montevidéu. Em sua viagem de volta, deixou o porto carioca no dia 15 de agosto de 1908, com escala prevista para Salvador para recompor seu estoque de carvão e água.
O Cap Frio entrou na Baía de Todos os Santos às 9 horas da manhã; 60 horas depois de deixar o Rio de Janeiro.
Às 11:20 horas da manhã do dia primeiro de setembro de 1903, o Cap Frio iniciou os preparativos para deixar o seu ancoradouro, levantou ferro e partiu com a maré vazante.
O paquete seguiu pelo canal de dentro da Baía de Todos os Santos, quando o navio decaiu para bombordo, chocou-se violentamente de proa com as rochas do costão de Santo Antônio, próximo ao farol da barra e a menos de 100 metros de onde afundaram o Maraldi (1875), Germania (1876), La France (1894) e Bretagne (1903). Com o choque, o Cap Frio quebrou a mastreação, rompeu o casco e a água penetrou nos porões 1 e 2. Foi tentado o salvamento, porém a tarefa foi abandonada. Afundando possivelmente em 3 de setembro pois o navio partiu-se ao meio afundando. Houve tempo para a recuperação dos passageiros e carga valiosa.
Cap Frio encalhado sobre o recife da barra de Salvador
Posição do naufrágio do Cap Frio visto da saída da Baía de Todos os Santos
Posição do naufrágio do Cap Frio visto do interior da Baía de Todos os Santos
Descrição
O navio encontra-se bastante desmontado, porém mantendo sua continuidade no fundo, ele está disposto paralelamente ao costão do farol da Barra. A proa bastante desmontada encontra-se caída para boreste, mostrando parte do casco de bombordo, escovém desmontado e murada. Seguindo-se em direção à popa (interior da Baía de Todos os Santos), podem ser vistos um grande mastro ainda com a escada, parte do cavername e dois grandes cabeços de amarração caídos um de cada lado dos destroços; pouco mais atrás da proa está um grande guincho.
Todo o cavername de bombordo está aberto e caído sobre as rochas do costão, enquanto o de boreste de espalha sobre a areia. No centro da embarcação estão cinco grandes caldeiras de tripla alimentação, dispostas em três e atrás delas mais duas unidas (caldeiras acopladas) por suas partes traseiras. Olhando pelas fornalhas pode se ver de um lado ao outro. Este tipo de caldeira não é encontrada em nenhum outro naufrágio brasileiro.
Para trás das caldeiras só podemos encontrar pedaços espalhados e uma grande âncora que não podemos afirmar pertencer ao navio, indicando que o navio partiu e foi parcialmente resgatado. Fato também afirmado na documentação de época. Na extremidade dos destroços está o volante e a cana do leme, do qual restam poucos pedaços.
Fotos: Roberto Amarante Costa Pinto
instagram@robertocostapinto
Caldeira com a couraça rompida, mostrando os tubos da fornalha e do trocador de calor
Volante mecânico e cana do leme
Caldeiras acopladas pela traseira e com fornalhas para os dois lados. Únicas no Brasil
SINAU
Para mais informações, acesse o Sistema de Informações de Naufrágios - SINAU
Compartilhe