Sumário
Fotos, Mosaico e descrição: László Mocsári
Histórico

Sabe-se apenas pelo aspecto dos destroços no fundo que a embarcação deve ser uma Alvarenga. Essas embarcações eram responsáveis inicialmente por levar material até os vapores ancorados ao largo do cais, porém, acabavam sendo rebocadas por vapores para aumentar a capacidade carga, Já que a capacidade de carga dos vapores brasileiros da época era baixa. Como eram construídas para atividades em portos, com fundo achatado e pouca estabilidade, em condições de mar grosso, acabavam naufragando com muita frequência. Vejam, entre outras a Alvarenga (PB), Batelão do norte (PE) e o Piaçava (BA.).
Sabe-se apenas, que era uma Alvarenga de casco de madeira e foi relatado no passado grande quantidade de carvão no fundo (Pedras de carvão não tem sido vistas nos últimos mergulhos nesse naufrágio). Como as Alvarengas não apresentavam máquinas, é provável que fosse sua carga.
Era bastante comum o transporte de carvão em Alvarengas, de portos principais, onde esse combustível chegava, para portos menores. Na Bahia, provavelmente a rota seria de Salvador para portos do sul como Ilhéus, Belmonte etc.
A aparência dos destroços faz supor que houve um incêndio a bordo, pois as estruturas estão muito comprometidos.
Existiu durante alguns anos confusão sobre a identidade de dois naufrágios muito próximos e de estrutura semelhante, o Piaçava e o Carvão, que estão separados por apenas 400 metros. O que faz supor inclusive que tenham afundado no mesmo reboque.
Mas agora com os trabalhos de mapeamento do mergulhador László Mocsári de Salvador, as duas identificações estão claras.
Dados básicos
Dados de localização
Dados técnicos
Âncora na proa e o aglomerado de correntes O cavername já tombado no fundo
Descrição
Pouca coisa sobrou no fundo dos destroços. A embarcação parece caída em sua posição de navegação, ligeiramente adernada para bombordo, já bastante desmontada e limitada por um pequeno conjunto da cavernas. O fundo é coberto por algas calcáreas típicas dessa região.
Na proa existe uma âncora almirantado com cerca de 2 metros, com suas unhas caídas debaixo dos destroços, ou corrente solidificada, o que indica que possivelmente o navio afundou enquanto navegava. Debaixo dela parecem estar duas golas redondas de escovéns (o que pode indicar casco de madeira). A cerca de dois metros da anilha da âncora, que se projeta em 45º, está um cabeço de amarração com cerca de 40 centímetros. Não há sinal claro das correntes.
A frente da proa existe uma haste de cerca de dois metros presa a alguma estrutura. Uma segunda âncora plana está caída ao lados dos destroços. Atrás desse primeiro aglomerado parece existir um turco.

Em direção ao meio do navio a estrutura só é evidenciada por um conjunto de cavernas finas e caídas para fora, poucas peças existem na canoa, já totalmente aberta e muito pouco se percebe do casco que parece ser ferro doce.
Do meio da embarcação para a popa, caído junto ao costado de bombordo existe uma estrutura plana com uma abertura circular no centro, que parece se ligar a uma caixa, com cerca de 4 metros parcialmente destruída, pode tratar-se de um tanque de água.
No final do casco a popa forma um segundo aglomerado e terminando este aglomerado é nítida a estrutura do volante do leme. Parte do leme e sua governadura parecem estar caídos após a popa.
Vídeo do Carvão – László Mocsári
Cavername de bombordo Argola de amarração do reboque
Um dos cunhos de amarração Um dos cabeços de amarração Parte de uma caixa d’água
SINAU
Para mais informações, acesse o Sistema de Informações de Naufrágios - SINAU
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