Sumário
Histórico
O N/M Castor era um navio a motor construído pelos estaleiros EMAQ, Caneco e Só do Rio de Janeiro e lançado em 1974. Possuía 79 metros de comprimento e 3.040 toneladas.
Em 1984 seu proprietário era a Empresa São Geraldo Mini-Tour Cargas Ltda. e foi adquirido com o objetivo de transportar material da siderúrgica COSIPA, o que fez durante alguns anos transportando chapas para o nordeste (Salvador, Recife e Fortaleza). No dia 1º de fevereiro de 1984 o Castor partiu do porto de Vitória (ES) com destino a Salvador carregado com 2.448 toneladas de tubos de ferro para a Petrobras.
l) Foto do Castor e ilustração do Castor a partir das plantas originais
(l) OBS: N/M (Navio a motor)
Navegou até o través dos Abrolhos e a partir desse ponto rumou para Salvador. Às 17:00 horas o radar parou de funcionar e a navegação começou a ser feita apenas pela bússola. Às 22:40 horas o navio passou no través da Ponta de Cumuruxatiba, sul da Bahia. Soprava um forte vento de sudoeste e o mar estava agitado, a visibilidade era precária, o radar estava inoperante e o ecobatímetro desligado. Às 3:00 horas da madrugada o N/M CASTOR navegava sob comando do piloto Benedito da Silva, quando encalhou no banco de areia em frente a Coroa Vermelha em Santa Cruz de Cabrália,
As várias tentativas de desencalhe foram infrutíferas. Com o amanhecer o comandante pôde verificar sua localização e concluir que haviam encalhado a 2 milhas da praia da Coroa Vermelha,
O comandante do Castor não solicitou socorro de outras embarcações, apenas, por rádio, através da estação costeira de Salvador, requisitou reboque à empresa armadora. A carga não foi lançada ao mar, já que o casco encontrava-se fortemente apoiado nas pedras.
Transcorridos treze dias do encalhe, o navio permanecia encalhado entre as pedras. Com movimentação das ondas e as tentativas de desencalhe, o casco se rompeu e a água começou a inundar os porões. As máquinas se tornaram inoperantes, bombas já não davam conta da água que entrava no Castor, e o salvamento do navio encalhado tornou-se difícil.
Na noite do dia 15 de setembro, a situação a bordo tornou-se insustentável. O comandante reuniu a tripulação e foi decidido o abandono do navio. No dia 9 de outubro, a companhia providenciou a recuperação da carga, que não havia sido afetada.
A movimentação da carga provocou o adernamento do navio para bombordo. Finalmente no dia 18 de outubro de 1984, por volta das 6:00 horas da manhã o N/M Castor acabou de naufragar, permaneceu apoiado sobre o fundo raso, com seus mastros e casario marcando o local do sinistro. No navio restaram apenas cerca de 600 toneladas de tubos de aço.
(l) O Castor dois anos após o naufrágio, os mastros de proa e a chaminé ainda eram visíveis na superfície
É interessante notar, de de alguns anos para cá (2010), ele têm sido chamado na região de “Castor de Andrade”, não sabemos ao certo por que razão, porém podemos garantir que o nome do navio é apenas Castor.
O fato ilustra bem a importância do levantamento histórico de nossos naufrágios, pois como já ocorreu com outros navios como o Rosalina (Rosalinda), a medida que o tempo passa o popular modifica inclusive o nome da embarcação.
(l) Apoio, imagens submarinas e croqui gentilmente cedidas
pela equipe da Beach Bahia Dive – Crele Cristina, Raimundo Bernardes,
Rosana Schimandeiro e Caroline Saad .
(l) Popa com a visão do volante do leme
(l) Convés de popa a cerca de 10 metros
Dados básicos
Dados de localização
Dados técnicos
Descrição
O navio encontra-se assentado no fundo perpendicularmente aos recifes e partido em três seções. A primeira fratura está atrás do castelo de proa e a segunda à frente do casario. Parte da proa está adernada sobre bombordo e os mastros em V de proa caídos para bombordo.
No casco da proa, à boreste, restam ainda as letras STOR do nome do navio. Existe uma âncora e sua corrente sobre os recifes, a segunda foi retirada juntamente com a corrente.
A meia nau está caído o segundo conjunto de mastros em V e no que restou nos porões parte da carga de tubos de aço. Os mastros em H à frente do casario, do qual nada restou, ainda aparecem fora d’água.
Uma gaiuta de iluminação está acima da casa de máquinas e os cilindros de ar comprimido da ignição estão visíveis.
A popa está mais completa, com parte do casario caído a bombordo, o volante de leme no convés de popa está a 20 metros. O leme e o hélice estão a 15 metros de profundidade.
As fortes correntes no local e a água, frequentemente turva, dificultam o mergulho, que é mais favorável durante o verão. A fauna é muito variada e o navio encontra-se muito colonizado.
(L) Vista de bombordo da popa
(L) Popa com hélice e leme a cerca de 15 metros
(L) Convés de popa
(L) Segundo mastro caído sobre o convés a meia nau.
Repare a configuração em ” V ” dos mastros
(L) Parte da carga de tubos de aço da Petrobras que nãofoi recuperada, no que restou do segundo porão
(L)As letras STOR do nome do navio junto ao escovém
(L)Grande quantidade de vida coloniza os destroços
(L) Frades, moreias e meros frequentam o naufrágio
Rua das Palmeiras 280, Praia de Muta, Santa Cruz Cabrália, BA
55 (73) 99961-2345
beachbahiadive@gmail.com
(L) Vista de bombordo da popa
(L)Hélice apoiado a 15 metros
(L)Lateral do casario
(L) Mastros ainda fora d’água
Fotos e colaboração: Eduardo Macedo