ELENI STATHATOS

Sumário

Observação: o nome do navio aparece escrito com a grafia errada Eleani Stathatos muitas vezes

 

Histórico
Este é um dos três naufrágios de navios gregos da mesma linha registrados em Fernando de Noronha os demais são: Themoni Stathatos, do qual ainda faltam dados confiáveis para a confirmação do naufrágio e o Maria Stathatos (1937, naufragado perpendicularmente a popa do Eleni Stathatos (1929).
(l)Eleni Stathatos

Segundo Amorim Netto (Fernando de Noronha, notas de viagem de 1930), que ouviu relatos dos moradores da ilha na época do naufrágio. O comandante do Eleni Stathatos jogou o navio de forma proposital sobre as rochas da ponta sul da ilha de Fernando de Noronha.
Após o choque, com dois enormes rombos na proa, navegou para o lado norte da ilha encalhando no Porto de Santo Antônio onde permaneceu.
O navio estava carregado com material ferroviário para uma estrada de ferro na Argentina, além de outros valiosos produtos, todos garantidos com excelente seguro.

Permaneceu encalhado e em alguns meses foi abandonado pela tripulação apesar de os porões de popa permaneceram lacrados e conterem um carregamento de máquinas de escrever. Parte das 800 toneladas de carvão foi roubadas.
Houve oferecimento em jornais de época e negociações para a compra do casco do navio pelo governo de Pernambuco.
Pretendia-se, depois de retirar a carga útil, utilizar seu casco recheado com concreto como forma para um pequeno píer, que segundo os estudos permitiriam a atracação de pequenas alvarengas.

O autor do texto, Amorim Netto, esteve na Ilha para avaliar as condições do casco a fim de formalizar-se a proposta de compra.
Finalmente o cargueiro foi realmente arrematado pelo governo Pernambucano pela quantia de 50 Contos de Réis, porém o projeto não foi levado a cabo em função da construção de um porto completo. O casco terminou de submergir em 1946.
O Maria Stathatos afundou em 1937 paralelo a praia da enseada e os destroços da popa dos dois navios tocam-se no fundo.

(L)Eleni Stathatos encalhado na enseada de Santo Antônio (L)A Foto tirada do Zepelin, que passava sobre Fernando de Noronha,
mostra o navio encalhado dentro da Baía de Santo Antônio. Posição que viria a afundar (L)Material ferroviário para a Argentina
(L)Boia de Perigo Isolado, na entrada do Porto de Santo Antônio,
que marca a proa do Eleni Stathatos

Dados básicos

Nome do navio: Eleni Stathatos
Data de afundamento: 28.10.1929

Dados de localização

Local: Fernando de Noronha
UF: PE
País: Brasil
Posição: Baía de Santo Antônio – 50 metros da praia
Latitude: 03° 50′ 0″ sul
Longitude: 032° 24′ 24″ oeste
Profundidade mínima: 03 metros
Profundidade máxima: 08 metros
Condições atuais: desmantelado

Dados técnicos

Nacionalidade: grega
Ano de fabricação: 1919
Estaleiro: Earles Shipbuilding & Engineering Co. Ltd.
Armador: DD Stathatos Brothers
Deslocamento: 5625 Toneladas
Comprimento: 119,8 metros
Boca: 15,5 metros
Tipo de embarcação: cargueiro a vapor
Material do casco: aço
Carga: Carvão Mineral e material ferroviário
Propulsão: vapor
Motivo do afundamento: encalhe

Descrição
A proa do navio está caída sobre o bordo de boreste, logo abaixo da boia de perigo isolado na saída do porto de 12 a 3 metros de profundidade.
Na proa, parte do casco está destruido deixando a mostra o escovém de bombordo e parte do escovém de boreste.
Existem duas pequenas estivas abertas no convés. Caído ao lado da proa estão o guincho das âncoras, que está afastada do conjunto da proa em cerca de 20 metros.
Dois cabeços de amarração e outras ferragens estão junto a proa, que está desviada em cerca de 45º do resto dos destroços.
Atrás da proa seccionada está o restante dos destroços dispostos perpendicularmente ao costão do fundo da Baía de Santo Antônio.
Na primeira parte dos destroços, podemos localizar 6 eixos e rodas de trem, que faziam parte da carga. O casco está parcialmente aberto e caído para fora da embarcação, no centro está à abertura da estiva do porão de proa e nas laterais existem dois grandes cabeços de amarração. À bombordo, já fora do conjunto principal dos destroços, está o mastro de proa.
Seguindo-se a embarcação podem ser vistas as três caldeiras ainda alinhadas transversalmente à embarcação e caídas em pé, duas delas têm partes das couraças abertas, sendo visível a tubulação do interior.
Atrás das caldeiras pode ser vista a máquina a vapor, do tipo Triple Expansion Engine, dois dos cilindros, com seus pistões e virabrequins estão em suas posições corretas, ainda ligadas ao eixo, o terceiro cilindro está faltando e parte da biela está pendurada ainda presa ao virabrequim do eixo.
Seguindo-se o eixo, em direção à popa, encontramos o sistema de reversão e o gerador elétrico. A partir deste ponto, o fundo do navio é plano e nele está apoiado, ao longo de 12 metros, a casa do eixo, dentro do qual pode ser visto o eixo caído dos mancais.
Ao término da casa do eixo os mancais estão alinhados em direção a popa, porém o eixo esta caído a estibordo dos mancais. Fora do conjunto principal dos destroços a estibordo está caído o hélice e outras ferragens. Do lado de bombordo, fora dos destroços, estão seções do casco, cavername e boa parte do mastro de popa.
Na popa, pode ser localizado o leme e seu volante, ainda unidos, caídos ligeiramente a estibordo.
Neste ponto pôde ser encontrado, a bombordo, outros destroços que pertencem ao segundo navio naufragado na Baía de Santo Antônio (registrado no SINAU como Porto de Noronha).
(L)Boia de Perigo Isolado, na entrada do Porto de Santo Antônio, que marca a proa do Eleni Stathatos

(L)As fornalhas de uma das caldeiras  (L)Convés e escovém na proa adernada (L)Casa do eixo, após as máquinas   (L)Parte do cilindro, pistão e biela da máquina a vapor (L)Leme
(L) Hélice reserva

A história completa

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