HARLINGEN

Sumário

Histórico
A Capitânia dos Portos do Rio de Janeiro recebeu um telegrama do faroleiro da Ilha de Cabo Frio (Hoje localizada em frente da cidade de Arraial do Cabo, RJ.) confirmando a notícia de que estava encaixado sobre as pedras do Boqueirão o vapor inglês Harlingen.
O vapor Harlingen vinha de Buenos Aires, com carga de vários gêneros e naufragou a 1:00 hora da tarde devido a forte e densa cerração no local.
Felizmente o navio conservou-se na superfície durante muitas horas, dando tempo para a salvação da tripulação. Foram arriados os escaleres, partindo os tripulantes para a cidade de Cabo Frio (a cidade de Arraial do cabo ainda não existia).

(l) Vapor Harlingen em um porto da Holanda

 

(L) Foto da Ilha dos Franceses da posição do Harlingen

(L) Posição do naufrágio do Harlingen

(L) Foto do boqueirão da posição do Harlingen

(L) Desenho estilizado do navio Harlingen

(L) Âncora passada no escovém

(L) Cabeço de amarração

 

Dados básicos

Nome do navio: Harlingen
Data de afundamento: 04.11.1906

Dados de localização

Local: Arraial do Cabo
UF: RJ
País: Brasil
Posição: Costão do Pontal do Atalaia
Latitude: 22° 59′.698 sul
Longitude: 042° 00′.990 oeste
Profundidade mínima: 18 metros
Profundidade máxima: 25 metros
Condições atuais: desmantelado

Dados técnicos

Nacionalidade: inglesa
Ano de fabricação: 1905
Estaleiro: W. Gray & Co. Ltd. (West Hartlepool – Inglaterra).
Armador: J. & C. Harrison Ltd. (London).
Deslocamento: 3.471 toneladas
Comprimento: 113 metros
Boca: 16,3
Tipo de embarcação: cargueiro
Material do casco: aço
Carga: milho
Propulsão: vapor
Motivo do afundamento: choque contra o Pontal do Atalaia

Descrição
Os destroços encontram-se distribuídos ao longo e paralelo ao costão, com a proa voltada para o Boqueirão. Resta pouco da popa apoiada na areia, o leme esta a maior parte do tempo enterrado e o encaixe do eixo e o volante do leme pode ser visto. Afastada 10 metros da popa encontra-se uma hélice de 4 pás apoiada sobre ferros, porém frequentemente a areia cobre estes ferros.
Continuando em direção a proa, pode ser visto parte do eixo e alguns mancais, tubulação de vapor e parte do cavername (esta parte dos destroços está direcionada em ângulo de 45º com o costão). A meia nau está o bloco de máquinas caído de lado, ainda são visíveis os três pistões, bielas e o eixo excêntrico (eixo de manivela).
Partindo-se das máquinas em direção a areia, encontram se as três caldeiras (cerca de 4 metros de diâmetro). Seguindo paralelamente ao costão, podem ser vistos parte do casco, cavernas, lanças de carga do mastro de proa e alguns guinchos de carga.
Na proa existem três âncoras do tipo Hawkins, a de bombordo, ainda passada no escovém e ligada ao guincho por sua corrente.
Existem nesta parte mais dois guinchos, muitos cabeços de amarração e duas âncoras Almirantado (acredita-se não pertencerem ao mesmo navio). Grande quantidade de ferros está espalhado por todo o naufrágio.

(L) Diagonal Compound Engine

O naufrágio repousa em local de águas normalmente mexidas e que por isso são comumente turvas. Além disso, a temperatura baixa é o mais frequente na região, gira em torno de 17ºC, mas podendo atingir no verão até 9ºC, o que dificulta o mergulho. Apesar disso o Harlingen, vele o esforço, pois é um dos mais belos naufrágios do Rio de Janeiro.

     (L) A âncora, passada no escovém, mostra que pouco
tempo houve para providências antes do naufrágio

(L) O grande guincho de proa está ligado as
âncoras pelas correntes

    (L) Três grandes caldeiras, cada uma com três fornalhas,
impulsionavam a máquina a vapor do Harlingen

   (L) O interior das fornalhas é habitado por muitos peixes

  (L) A grande máquina – Diagonal Compound Engine
– mostrando a biela e a conexão com o eixo

 (L) Na popa, o gigantesco hélice (possivelmente a reserva)
repousa tranquilamente na areia

(L)

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