HATHOR

Sumário

Texto e Informações: Carlos Bruno, Daniel Degan e Maurício Carvalho
Fotos: Alessandro Freitas

 

Histórico
O vapor Hathor pertencia ao pequeno armador inglês Gourlay, registrado na empresa Hathor Steamship Co. Realizava viagens regulares aos portos da América do Sul, trazendo carga geral e regressando a Europa com gêneros agrícolas. Em sua última viagem, já carregado com café embarcado no Rio de Janeiro, seguia para o porto de Santos, de onde deveria retornar a Inglaterra.
A noite do dia 21 de março reservava uma desagradável surpresa para o cargueiro inglês. Um enorme temporal com forte nevoeiro cobria a Ilhabela e tornava a navegação difícil. Ao passar pelo farol da Ponta do Boi, o navio foi violentamente jo gado pelo vento sobre as pedras da Ponta da Sepituba.
Por três dias, o vapor permaneceu preso pela proa, batido pelo forte mar, sem que nenhum auxílio fosse prestado ou que os 22 tripulantes pudessem desembarcar. Já certos do naufrágio, dois tripulantes arriscaram-se sobre as pedras passando uma tirolesa (cabo esticado inclinado) entre a proa do navio e a costa, por onde desembarcaram os apreensivos marinheiros.
Mas aflição não parou por aí, na costa inabitada da Ilhabela, os náufragos continuavam isolados. Pescadores que passavam pelo local, fugindo da tempestade aproximaram-se do navio sinistrado; dois tripulantes lançaram-se ao mar agitado, sendo recolhidos e levados a São Sebastião onde conseguiram socorro para o grupo.
Nos dias que se seguiram o Lloyd’s, segurador do navio, enviou uma equipe ao local a fim de examinar as reais condições do navio. Diversas tentativas de desencalhe foram feita e mostraram-se infrutíferas. Nas semanas seguintes, foi retirada a carga ainda não perdida e toda a equipagem possível. Dado como perdido o Hathor engordava o cemitério de navios da Ilhabela.

(L) Hathor, encalhado no Saco do Padre   

Dados básicos

Nome do navio: Hathor
Data de afundamento: 24.03.1909

Dados de localização

Local: Ilha de São Sebastião
UF: SP
País: Brasil
Posição: entre o Saco do Cação e a ponta de Sepituba
Latitude: 23° 55′ 642 sul
Longitude: 045° 26′ 964 oeste
Profundidade mínima: 12 metros
Profundidade máxima: 25 metros
Condições atuais: desmantelado

Dados técnicos

Nacionalidade: inglesa
Ano de fabricação: 1894
Estaleiro: Palmer’s Shipbuilding & Iron Co. Ltd., Newcastle
Armador: Hathor Stemship Co.
Deslocamento: 2641 toneladas
Comprimento: 104 metros
Boca: 14 metros
Tipo de embarcação: cargueiro
Material do casco: aço
Carga: Geral – Principalmente café.
Propulsão: vapor
Motivo do afundamento: choque contra a ilha

Descrição
O naufrágio está paralelo ao costão com a proa voltada para sul. Aos seis metros, visualizamos uma âncora Hawkins, um aglomerado de correntes e um escovém. Logo abaixo, espalhado pelo fundo, turcos, dois cabeços-de-amarração e fragmentos do casco de bombordo e estibordo, sendo que a estibordo os cavernames estão expostos.
Aos doze metros, parcialmente apoiado sobre uma grande pedra, a belíssima máquina a vapor tipo Triple Expansion Engine e outras peças do maquinário como pistões, bielas e cilindros.

Aos dezesseis metros, uma caldeira integra aquatubulare com 3,5 metros de altura e a outra quebrada com trocadores de calor expostos. Nessa mesma profundidade, muito próxima as grandes caldeiras, partes de uma caldeira auxiliar parcialmente soterrada.
A popa do naufrágio está completamente destruída e só é possível identificar o que restou do casco.

  (L) A grande âncora Hawkins     (L) Parte do guincho de proa    (L) Parte do eixo excêntrico

 

(L) Daniel nos trabalhos de medição da caldeira (L) Interior da caldeira partida, com vista
dos orifícios do trocador de calor (L)   (L) Carlos Bruno, Maurício Carvalho
e Daniel Degan

 

Fotos Sérgio Gurgel

(L) Interior das Caldeiras com os trocadores de calor

Texto e Informações: Carlos Bruno, Daniel Degan e Maurício Carvalho
Fotos: Aleandro Freitas

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