Ivo Brasil é um desses pesquisadores sérios, que não inventa informações para obter reconhecimento, e não baseia suas deduções em Sites que deixam de existir repentinamente. Tem a paciência necessária a incansáveis e longas buscas por documentos em bibliotecas, prática comum na pesquisa de naufrágios. |
Maurício
Carvalho
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A
Descoberta do |
A Pesquisa |
Highland Scot, um dos mais conhecidos da costa carioca, a existência deste naufrágio já era |
do conhecimento de qualquer pesquisador de naufrágio à algum tempo, diria mesmo a muito tempo, mais precisamente desde 1938, quando foi listado no Subsídio para História Marítima, vol. 1 de 1938, ponto de partida para muitas das pesquisas de naufrágios em águas brasileiras. Pode também ser facilmente encontrado em outras obras conhecidas dos pesquisadores de naufrágio, como "Desastres Marítimos no Brasil" de Dario Paes Leme, e "Dictionary of Disasters at Sea During the Steam Age (1824-1962)" de Charles Hockins, de 1969. Também registrado desde 1995 no SINAU (Sistema de Informações de NAUfrágios), e utilizado como exemplo no material didático do curso de mergulho em naufrágios, ministrado pelo instrutor Maurício Carvalho. |
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A Busca |
No entanto faltavam detalhes precisos, entre eles a data correta do naufrágio, e o mais importante, localizar os destroços, que até então só se sabia estarem na região da praia de Maricás. |
A primeira tentativa, ainda sem sucesso, foi feita em 1999 por Maurício
Carvalho, Sérgio Salvador, José Luis Oliveto e Célio
Durães, infrutífera no que diz respeito a uma localização
positiva, mas o suficiente para aguçar a curiosidade após
confirmação de pescadores de que havia de fato não
um, mas três naufrágios na região.
No dia 25/02/2003 Ivo Brasil e Maurício Carvalho voltaram à praia de Maricás, aproveitando o mar calmo e as águas claras de uma terça-feira de carnaval, porém inicialmente as informações desencontradas não inspiravam confiança, até que membros da colônia de pescadores da praia de Maricás, deram a pista da localização do naufrágio mais próximo à praia, "logo ali Dotô, depois do aeroclube, onde a pista começar a |
![]() Junto a arrebentação podem ser vistas as manchas de rebojo provocadas pelas peças maiores. |
afastar do mar"... um tipo de "marca GPS nativa", a localização foi imediata, ajudados pelas condições do mar foi possível avistar o contorno das peças maiores a olho nú do alto de uma pequena duna da região. |
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O Naufrágio |
De
fato o naufrágio se encontrava bem próximo à praia,
e a exploração foi feita em mergulho livre, o naufrágio
se encontrava muito próximo da região da arrebentação
com profundidades variando de 1 a 4 metros. Praticamente todo enterrado
pela ação da arrebentação, foi possível
identificar precisamente o contorno do navio, já que em função
de ter sido enterrado muito rápido, provavelmente o mesmo não
chegou a ter sua estrutura muito comprometida, sendo possível identificar
inclusive os dois escovéns na proa. Outra peça que ajudou
na identificação posterior e que podia ser claramente identificada
foram as máquinas do tipo Triple
Expansion Engine. Foram encontradas também, três caldeiras,
| ![]() Vista da Ilha de Maricás, do ponto do naufrágio |
girabrequim, o volante do leme e o |
próprio leme, além do hélice e um guincho de proa. Agora ficava a pergunta, o naufrágio estava localizado, mas seria mesmo o Highland Scot? Para responder esta pergunta seria necessário encontrar indícios do seu naufrágio naquela que é provavelmente a melhor fonte para estabalecer as condições e a data do naufrágio, por relatá-lo no momento de seu acontecimento, jornais da época. |
![]() |
Analisando a História |
Iniciando
a pesquisa próximo do que se sabia até então (maio/1918),
foi possível descobrir o relato do encalhe e posterior naufrágio
do Highland Scot em praticamente todos os jornais importantes da época.
O sinistro ocorreu no dia 06.05.1918. |
Agradecimentos
especiais a colônia de pescadores da praia de Maricás |
Pesquisas
realizadas por:Ivo Brasil e Maurício
Carvalho |
Fontes Subsídio para História Marítima, vol 1, 1938 - Desastres Marítimos no Brasil" - Dario Paes Leme "Dictionary of Disasters at Sea During the Steam Age (1824-1962)" - Charles Hockins - Borough Librarian of Action, 1969 Jornal "O Paiz" "Jornal do Comércio" Jornal "Correio da Manhã" Jornal "O Fluminense" |
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Outras
matérias de Ivo Brasil |