...NAUFRÁGIO do VAPOR DE BAIXO
 

Histórico
Não se conhece a identidade do Vapor de Baixo e, mesmo a data comumente divulgada para este naufrágio é pouco confiável, já que não existem registro de fontes primárias.
Pela análise dos destroços, o Vapor de Baixo parece tratar-se e um pequeno rebocador, porém mais pesquisas precisam ser realizadas para uma determinação com segurança.
O navio, bastante deteriorado pelo tempo, encontra-se apoiado corretamente no fundo, com grande parte de suas estruturas remanescentes enterradas. Apesar de ser possível perceber junto da areia o contorno geral do navio, não existe mais casco e cavernames expostos, resta do navio seu conjunto propulsor; que é absolutamente imperdível para qualquer apaixonado por naufrágios.


Epplenton Hall (San francisco)

Rebocador de rodas, semelhante
ao que seria o Vapor de Baixo
 

DADOS BÁSICOS

Nome do navio: Desconhecido

Data do afundamento: Desconhecido

LOCALIZAÇÃO

Local: Recife

UF:PE.

País: Brasil

Posição: Em frente à Olinda - 5 milhas do Porto de Recife

Latitude: 08° 03.289' sul

Longitude: 034° 47.673' oeste

Profundidade mínima: 18 metros

Profundidade máxima: 23 metros
DADOS TÉCNICOS
Ano de Fabricação: a partir de 1850 Comprim.: cerca de 40 metros
Tipo de embarcação: Vapor de rodas
Material do casco: ferro Propulsão: vapor

CONDIÇÕES ATUAIS: desmantelado

 

Máquinas a vapor de alavanca lateral
 

Sistema de alavanca lateral máquinas do Vapor de Baixo
 


Pesquisas
Máquinas de alavanca lateral começaram a ser fabricadas em 1830 e se tornaram frequentes por volta de 1850. As rodas de pás flutuantes e excêntricas começaram a ser produzidas em 1850.
O vapor de baixo tem aproximadamente 40 metros de comprimento ( o Epplenton Hall possui 36 metros) medidas compatíveis com um vapor de reboque - termo utilizado no período para se referir a esses navios.
Navios como esse serviram em alguns portos, principalmente portos menores das nações menos desenvolvidas até meados da década de 1920.
Assim, de 1950 a 1920 tem sido o intervalo de pesquisa para se identificar esse navio. Duas companhias chamam a atenção no porto de Recife. A Companhia Pernambucana de Navegação Costeira (proprietária do Pirapama), que possuía vapores de reboque próprios e a Companhia de Serviços Marítimos de Pernambuco, embora outras empresas, muitas vezes com um único proprietário de um único rebocador, também atuassem nesse serviço.

 
 
 

 
Descrição
Nada mais resta da popa, apenas dois ou três pedaços de ferro emergem da areia à frente das caldeiras. Existem duas grandes caldeiras convencionais, que mantém sua posição original. Na frente e atrás delas, estão caídas duas câmaras de condensação das caldeiras, todo o conjunto de tubulações ou foi retirado ou está enterrado.
Dois metros atrás das caldeiras, encontramos as máquinas a vapor, constituídas por dois cilindros unidos por alavancas móveis do tipo: Side Lever Engine. Podem ser vistos os cilindros,
válvulas de admissão de pressão, partes dos pistões, bielas, conectadas ao sistema as rodas de pás.
As duas grandes rodas de pás de propulsão, de pás excêntricas flutuantes, são as maiores estruturas do naufrágio, com 4,20 metros de diâmetro. Elas mantém sua posição correta, porém já em adiantado estado de degradação.
 

Detalhe dos cilindros e bielas
 


 

Popa. Máquinas a vapor do tipo Side Level Engine condensadores sobre e por traz das caldeiras

Antigo croqui
 
 
Junto às rodas, ainda existe o casco da embarcação e estruturas de reforço. Do lado de fora do navio, partes metálicas parecem representar o que foi a cobertura superior das rodas. Da popa do navio pouco restou, vez por outra, parte do cavername emerge da areia tracejando os contornos da embarcação.
Existiam no naufrágio quatro bombas, supostamente de avião, embora pareçam mais artefatos do tipo
Hedgehogs para combate a submarinos. Alguns dizem, terem sido lançadas por aviões durante um treinamento outros que foi colocado nos destroços pro um instrutor de mergulho na década de 1990. O certo é que se trata de uma contaminação de sítio e não pertencem aos destroços. Suas posições não pode ser precisada, pois são frequentemente mudadas de local por mergulhadores. Podem se tratar de bombas de treinamento jogadas ali posteriormente ao naufrágio. Elas aparecem em posições diferentes ao longo dos anos reposicionadas por mergulhadores. Já estiveram fora dos destroços, em formato de estrela e espalhadas. Uma delas inclusive já havia quebrado sua parte traseira
 

Calderiras e condensador caido no fundo

As duas rodas e uma parte da sais ainda presentes

Rodas de propulsão
 

Contorno do casco no fundo

Repare as quatro bombas em formato de estrela

Lançadores de Granadas anti submarinos (Hedgehogs)
Shipwreck WRECK WRAK EPAVE PECIO shipwreck in brazil

 
Outras informações (estudo arqueológico):
Artigo: O sítio arqueológico Vapor de Baixo - Recife, Pernambuco, Brasil: estudo dos fatores causadores de naufrágio, 2023, Marilia Perazzo, Carlos Rios, Daniela Cisneiros e Ialy Cintra Ferreira, Navigator: subsídios para a história marítima do Brasil, Rio de Janeiro, V. 19, no 38, p. 130-148, Marinha do Brasil.
 

 

condensadores sobre e por traz das caldeiras Máquinas a vapor do tipo Side Level Engine Popa. Caldeira Rodas de propulsão Rodas de propulsão Eixo e virabrequim Cilindros das máquinas Caldeira Condensador Proa Cabeço-de-amaração