NAUFRÁGIO TOCANTINS
 

Histórico:
O Tocantins viajava do Rio Grande do Sul para Manaus. No dia 28 de Agosto de 1933, pela manhã havia deixado o porto de Paranaguá com escala prevista para Santos, onde deixaria uma carga de madeira e alimentos. Ao cair da noite, o mar estava calmo, porém devido a espessa cerração, que tornou a visibilidade praticamente nula, não foi avistado o farol da ilha de Queimada Grande, ocorrendo o encalhe de proa.
Passada a surpresa do choque, o comandante ordenou uma inspeção do navio, foi constatada uma infiltração de água nos porões 1 e 2.

 
 
O comandante ordenou o envio de um radio à agência do Lloyd Brasileiro em Santos no qual comunicava o ocorrido e requeria providências.
Após o acidente o mar começou a virar, começou a soprar um forte vento sudoeste. O mar revolto arrancou o vapor de sua posição original e o lançou contra as escarpas. O navio começou a afundar.

Na madrugada do dia 31 o tempo melhorou ligeiramente e chegou ao local o rebocador São Paulo. Mas ao invés do navio intacto encontraram apenas seus restos às 19:00 horas da noite precedente,
todos os tripulantes haviam abandonado o vapor, podendo ser recolhidos pelo rebocador.
 
 

DADOS BÁSICOS

Nome do navio: Tocantins

Data do afundamento: 30 .08.1933

LOCALIZAÇÃO

Local: Ilha Queimada Grande

UF: SP.

País: Brasil

Posição: Na face norte da ilha, Saco da banana

Latitude: 24° 29' Sul

Longitude: 046° 40' West

Profund. mínima: 08 metros

Profund. máxima:21 metros

MOTIVO DO AFUNDAMENTO: choque

CONDIÇÕES ATUAIS: desmantelado
DADOS TÉCNICOS
Nacionalidade: Brasileira
Ano de Fabricação: 1901
Armador: Lloyd Brasileiro
Estaleiro:U. Blummer Co. (Inglaterra).
Comprimento: 115,5 metrosBoca: 15,3 metrosCalado: 6,2 metros
Tipo de embarcação: Cargueiro
Material do casco: açoPropulsão: hélice
Carga: madeira, carga e passageiros
 

 
Descrição:
Apesar de informações históricas afirmarem que "ao entrar em contato com a água a caldeira principal do navio explodiu", todas as caldeiras encontran-se perfeitamente intactas no fundo. Os destroços estão paralelos ao costão com a proa virada para sudoeste.
A estrutura geral do navio está mantida com exceção da popa, que partida repousa a direita do final dos destroços. Aparentemente, à frente do porão de proa o navio quebrou apresentando-se em profundidades diferentes. Praticamente todos os fragmentos do casco e outras partes dos destroços estão caídas a boreste.
A proa está parcialmene inteira, podemos acompanhar as duas correntes até as âncoras, sobre as pedras. Na proa existem escovêns, guinchos e cabeços de amarração.
No centro do navio existem três caldeiras, uma auxiliar e duas principais. O maquinário é formado por um Triple Expansion Engine. Em direção a popa segue-se o eixo e casa do eixo, até o ponto onde a popa foi partida. Neste ponto do navio existe uma passagem por debaixo do casco.
A popa, praticamente inteira, esta caída sobre boreste ainda com o hélice, parte do leme e o volante do leme.

Válvula de vapor das Máquinas
 
 

máquinas âncoras caldeiras guinchos     


Máquina a vapor do tipo
Triple Expansion Engine
 

 
 

Âncora sobre as pedras

Estrutura de proa


Caldeira auxiliar

 

Máquinas de Tripla Expansão

Popa e eixo

Interior da popa
 
A história completa
 

 

Agradecimentos ao amigo Armando de Luca e equipe da Nautilus pelo apoio durante os mergulhos.
 
shipwreck in brazil
Máquinas a vapor do tipo Triple Expansion Engine e válvula de admissão de vapor. Passagem por baixo do casco não é apertada, mas só permite um mergulhador de cada vez. Túnel do eixo Caldeiras principais Caldeira auxiliar Abaixo desta seção do casco está o mastro Guincho de proa Proa com turcos Âncoras ligadas ao navio pelas correntes. Pequena penetração na popa caida de lado.