Eventos – Arqueologia subaquática em Itaparica

Projeto de Pesquisa dos Naufrágios da Baía de Todos os Santos e

1º Curso de Introdução à arqueologia subaquática da Baía de todos os Santos

LogoitaparicaDo dia 07 a 10 de dezembro de 2006 realizou-se nas dependências do Hotel Icaraí na cidade de Itaparica, BA. o lançamento do projeto de Pesquisa dos Naufrágios da Baía de Todos os Santos e simultaneamente o 1º Curso de Introdução à Arqueologia Subaquática da Baía de Todos os Santos.


mapaitaparicaO evento foi organizado pela secretaria de turismo de Itaparica, com apoio da Prefeitura Municipal de Itaparica, da Universidade Federal da Bahia, juntamente com a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Departamento de Antropologia) e do CEANS (Centro de Estudos Arqueologia Náutica e subaquática).
O encontro visava iniciar o projeto para a proteção e estudo sistemático dos sítios arqueológicos da Baía de Todos os Santos, um projeto dos mais necessários, mas de porte gigantesco. Os organizadores do evento procuraram convidar pessoas e entidades que possuíssem forte ligação com a pesquisa de naufrágios e arqueologia.
A convite da prefeitura de Itaparica fomos participar do evento e trazemos a vocês o que aconteceu de relevante durante os trabalhos e no curso.

Cidade de Itaparica

Conhecer Itaparica foi uma agradável surpresa. A ilha de Itaparica é muito famosa, mas a pequena cidade que fica localizada na contra costa da ilha e por isso escondida de Salvador, me surpreendeu pela boa infraestrutura náutica, contando com uma marina muito bem equipada, hotel e restaurantes.
Itaparica31BO acesso a Itaparica é muito fácil, já que existe regularmente uma linha de ferry boats, com travessia de pouco mais de 40 minutos e um serviço de lanchas, um pouco mais rápidas, que partem do ancoradouro do mercado modelo de Salvador.
Protegendo a ponta de Itaparica existe o forte de São Lourenço, construído em 1647 e reconstruído em 1711, muito bem conservado e guarnecido por diversos canhões antigos e que esperamos venha a ser utilizado como parte da proteção do patrimônio histórico da Bahia. As diversas praias são muito tranquilas e de águas muito claras e protegidas dos ventos predominantes da região, o que faz de Itaparica um excelente local para a prática de esportes náuticos e de apoio a essas atividades.

 

 

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Bica da fonte de 1842, água mineral de alta qualidade.
Forte de São Lourenço protegia a contra costa de Itaparica.
Hotel Icaraí, posição de destaque em Itaparica.

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Marina de Itaparica, restaurante e outras facilidades.
Marina de Itaparica, boa infraestrutura náutica.

A marina de Itaparica tem sido utilizada como sede de regatas e outros eventos e grandes Iates têm procurado suas instalações para fugir do agito de Salvador.
Além dos naufrágios já conhecidos da região de Itaparica: Utrech, Carvão e Piaçava, a surpresa foi encontrar o Ariadne Pandellis, naufragado em julho de 1936 e hoje posicionado a menos de 50 metros da costa, em frente ao Hotel Icaraí.
A visita a Itaparica é uma ótima pedida para aqueles que buscam o turismo náutico e uma fuga dos centros mais agitados, em locais onde ainda podem ser encontrados praias mais vazias e de águas calmas e limpas. Além disso, existem caminhadas como a da Reserva Ecológica de Venceslau.

Evento – Naufrágios da Baía de Todos os Santos
Na noite do dia 07 a abertura do evento foi realizada por diversos convidados entre eles; o Prefeito de Itaparica Cláudio Neves; o Reitor da Universidade Federal da Bahia; Naomar Monteiro de Almeida; o arqueólogo Gilson Rambelli; o diretor do Museu de Arqueologia da Universidade da Bahia Carlos Coroso; a secretária de turismo de Itaparica Eliana Dumêt e por mim, como representante do projeto SINAU (Sistema de Informações de Naufrágios).
Após a abertura o conhecido Arqueólogo Gilson Rambelli proferiu palestra sobre a Arqueologia Subaquática.
Na noite do dia 08 foi a vez do professor Diretor do Museu de Arqueologia da Universidade da Bahia Carlos Coroso apresentar um painel sobre a arqueologia na Bahia.
O Professor José Góes, um dos maiores conhecedores dos naufrágios da Bahia, não pode comparecer por motivo de saúde e com certeza, por seu conhecimento e carisma, fez muita falta ao evento.
Na noite do dia 09, foi minha vez de apresentar palestra sobre o SINAU e sobre a Pesquisa e Mapeamento dos Naufrágios da Baía de Todos os Santos e encerrando a noite, o Professor de Arqueologia da Universidade Federal da Bahia Carlos Etchevarne, que falou a respeito dos Sítios Arqueológicos da Bahia. 

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A mesa composta por: Eliana Dumêt, Maurício Carvalho, Gilson Rambelli, o Prefeito de Itaparica Cláudio Neves, Naomar de Almeida e Carlos Coroso
Maurício Carvalho, do Projeto SINAU e Website Naufrágios do Brasil
Professor Carlos Coroso, do Museu de Arqueologia da Bahia
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Tânia Correa e André Lima  –  Pescadores e moradores de Itaparica

A surpresa agradável do evento foi a intensa participação de pescadores, mergulhadores e moradores de Itaparica; que diversas vezes apresentaram informações sobre sítios desconhecidos, naufrágios inexplorados, os já explorados e acontecimentos relativos a eles na Ilha. Pudemos ouvir entre outras histórias, a descrição dos trabalhos de explosão do Cavo Artemidi, a localização e resgate do Sacramento, Utrech, Santa Escolástica e Santo André.
A participação no evento foi bastante eclética, mostrando a interdiciplinalidade da Arqueologia. A professora de engenharia da Universidade Federal da Bahia Tatiane Dumêt, a muito incentivadora das pesquisas de naufrágios na Bahia. Oficiais da polícia ambiental, que buscaram no curso, subsídios para melhor proteção do patrimônio subaquático. Professores de história da rede pública de Itaparica, buscando conhecimento para atuar junto as comunidades locais.
Alguns operadores de mergulho de Salvador também prestigiaram o evento, como: Tânia Correa da Underwater e André Lima, que prestou apoio logístico as atividades de mergulho do curso de Introdução a Arqueologia Subaquática.


Curso de Introdução à Arqueologia Subaquática
O Curso de Introdução a Arqueologia Subaquática da Nautical Archaelogy Society é ministrado pelos doutores em Arqueologia subaquática do CEANS (Centro de Estudos de Arqueologia Náutica e subaquática) do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais da Universidade Estadual de Campinas (NEPAM / UNICAMP), Gilson Rambelli, Paulo Bava Camargo e Flávio Callipo.
O curso procura apresentar os aspectos básicos da Arqueologia Subaquática, informando aos alunos o procedimento técnico, ético e legal do contato com sítios arqueológicos.
O Curso foi muito agradável, servindo para uma apresentação geral de todo universo da Arqueologia, com foco principalmente na Arqueologia subaquática para indivíduos que não tem oportunidade de entrar em contato com o conhecimento técnico-científico envolvido na arqueologia.
Outro ponto muito positivo no curso é abrir aos leigos a possibilidade de adquirir conhecimentos além de adquirir respaldo técnico da Nautical Archaelogy Society para participar voluntariamente de escavações arqueológicas já instaladas e sob supervisão de arqueólogos mergulhadores, ampliando o conhecimento do interessado.
O curso é dividido em duas partes. Nas aulas teóricas são apresentados os conceitos e técnicas da atividade arqueológica e nas práticas os alunos tem a oportunidade de verificar em campo as técnicas e dificuldades envolvidas no trabalho.
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Paulo Bava de Camargo, Gilson Rambelli, Maurício Carvalho, Flavio Calippo.
A equipe de doutores em arqueologia do curso: Gilson Rambelli, Flavio Calippo e Paulo Bava de Camargo.

Resumo do curso de Introdução À Arqueologia Subaquática (ministrado em Itaparica)
Teoria:
* História da arqueologia aplicada ao ambiente aquático.
* A arqueologia de sítios submersos.
* Métodos e técnicas de investigação arqueológica em ambiente aquático.
* O potencial arqueológico subaquático brasileiro.
* Aspectos legais do Patrimônio Cultural Subaquático Brasileiro; O futuro do * Patrimônio Cultural Subaquático Brasileiro; A Convenção da UNESCO.

Prática:
* Técnicas de mapeamento de sítios (praia do forte).
* Prática de atividades subaquáticas.

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Posições medidas com precisão  –  Práticas de Mapeamento


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