Sumário
O Parcel Manoel Luís
A região é formada um conjunto de recifes distantes de cerca de 50 milhas da costa do Maranhão. Descoberto por um pescador no século XIX de nome Manoel Luís. Somente foi mapeado pelos navios de pesquisas Cannopus e Sirius de Marinha do Brasil em 1968, em função da repercussão do naufrágio do petroleiro Ilha Grande.
Apresenta mais de 9.000 milhas quadradas e segundo a Marinha, 12 naufrágios tinham acontecido no local até 1962.
Hoje, para alertar os navegantes, existe no local uma barca farol.
A região é protegida pelo Parque Estadual Marinho do Parcel do Manuel Luís.
Mas devido às condições de distância do local é pouco conhecido e o mapeamento dos naufrágios é incipiente.Posição do Parcel Manoel Luís e distribuição dos naufrágios segundo informes: 1 – Salinas, 2 – Maria Cristina, 3 – Ilha Grande, 4 – Westpoint e 5- Altamar
Esse naufrágio também é conhecido por “Navio do Cobre” devido a carga de canos de cobre que transportava, embora no seu manifesto de carga mais comum estejam citados apenas grãos, encontramos um registro para perfis de aço.
Histórico
O Altamar foi construído como um LST (Navio de desembarque de tanques) o USS LST-1133, pela Chicago Bridge and Iron Company em Seneca, Illinois e lançado em 10 de março de 1945.
Apresentava 100 metros de comprimento por 15 de boca deslocando 4.100 toneladas.
Etre agosto de 1944 e abril de 1945 foi reclassificado como um barco auxiliar de transporte de torpedos (GP-18) e renomeado USS Chiron. Sua conversão ocorreu na Maryland Drydock Company em Baltimore, Maryland.
Prestou serviços na marinha americana depois do final da Segunda Grande Guerra e foi desativado como tantas outras embarcações em fevereiro de 1946. Em 19 de maio de 1947, o Chiron foi vendido a empresa Navemar S.A. da Argentina. E foi convertido em navio cargueiro como tantos outros que afundaram no Brasil como o Igel, Márcia, Forte dos Remédios e Gonçalo Coelho. Em 1948, servia como navio mercante sob bandeira argentina, com o nome MV Altamar da empresa Navemar Navegacion Marítima S.A. e realizava viagens regulares ao Brasil, principalmente no transporte de Grãos.
Foi o navio que fez a primeira exportação de vinho do Brasil para a Argentina
Dados básicos
Dados de localização
Dados técnicos
O naufrágio
O navio frigorífico Altamar, que frequentava com regularidade os portos nacionais trazendo da argentina carga de grãos, partiu de Buenos Aires (Argentina) em 6 de março de 1960 em direção a Belém, no dia 27 de março as 19 horas bateu em um dos cabeços de coral encalhando no Parcel Manoel Luiz na costa do Maranhão.
O Altamar partiu a proa, a casa de máquinas rapidamente foi alagada e começou a afundar rapidamente e seus tripulantes abandonaram a embarcação em botes salva-vidas, mantendo comunicação com estações radiotelegráficas da marinha do Maranhão, utilizando transmissões de emergência.
O aviso de perigo foi atendido por três navios a corveta Mearim, o mercante Gurupi e o cargueiro nacional Rio Capibaribe da CIA de navegação costeira. Este último chegou ao local primeiro e recolheu a tripulação de 35 homens. A aeronáutica enviou um avião albatroz para sobrevoar o local.
Descrição
Os destroços estão praticamente ao lado do West Point, mas não a uma descrição dos destroços a não ser que está apoiado corretamente no fundo.
Operação de resgate – Uma incrível matéria do repórter Luiz Alfredo
No início da década de 1970 um Cearense de nome Raimundo Silveira que já havia retirado muitas peças do Baron Dechmount e do Eugene Von Thayer no litoral do Ceará se interessou por explorar os destroços do Parcel Manoel Luís, pois havia visto uma matéria sobre o Ilha Grande, que na época ainda estava preso sobre os recifes.
Para isso comprou um lagosteiro que batizou de Hércules, alugou uma lancha e construiu uma balsa onde funcionavam um guincho elétrico e um compressor de ar.
Com esse equipamento de abril de 1971 a 1974 ele realizou diversas expedições ao parcel removendo muitas peças pelo menos do Ilha Grande, Altamar, que ele afirma estar praticamente do lado do West Point e possivelmente do Vênus.
Uma das expedições foi coberta pelo repórter Luiz Alfredo e teve a companhia do saudoso amigo Arduino Colassanti, que resgatou material de muitos naufrágios pelo Brasil. Essa matéria gerou não só registros fotográficos como precisas informações para elucidar algumas dúvidas de identificação.
como o navio do cobre que agora fica claro ser o Altamar, pela carga de tubos de cobre retirada dos destroços.
![]()
O navio Hércules que realizou os trabalhos de resgate, no seu convés muitas das peças retiradas. A balsa Dalva com o guincho e compressor. Na foto, examinando uma “escotilha” (vigia) o famoso ator e um dos pioneiros do mergulho no Brasil Arduíno Colassanti. A carga de canos de cobre sendo retiradas do Altamar
SINAU
Para mais informações, acesse o Sistema de Informações de Naufrágios - SINAU
Compartilhe