GALEÃO DA ILHA RASA

Sumário

Histórico

Este misterioso ponto do litoral carioca foi localizado por pescadores ao lado da Ilha Rasa e sabiam tratar-se de uma formação de rochas e por isso era chamada de Laje da ilha Rasa. Os caçadores submarinos que frequentavam o local passaram a informação que existiam destroços no local.
Do final da década de 1990 a 2010 o mergulho em naufrágio no Rio de Janeiro era muito ativo e várias escolas de mergulho como o CIMA e a Diver’s Quest tinham suas turmas me mergulhadores de naufrágio que procuravam pontos novos e logo começaram a explorar a região. O Galeão fica a cerca de 400 metros do Buenos Aires (1890), mais famoso naufrágio da cidade do Rio de Janeiro.

A área da laje ao lado da Ilha Rasa conhecida como Galeão

Mas será que no Galeão existe realmente um naufrágio. Alguns mergulhadores afirma que sim outros garantem que não. Mas o que existe nesse ponto de mergulho?

O Galeão

A área do Galeão é semelhante a uma área de meio campo de futebol e esta ente 25 e 35 metros. O fundo é formado por muitas rochas pequenas. No meio delas, enterrado na areia existiam muitas peças pequena como moedas, balas de mosquete, balas de revolver, botões de casaca, garrafas e outros itens. Na caça de souvenirs os mergulhadores o batizaram  como Galeão.
Nesse período conta-se que foram localizados artefatos dos mais diferentes tipos e datas como: um prato com a inscrição Companhia Brasileiras de Paquetes a Vapor , um caco de prato com o símbolo do Lloyde Brasileiro. Uma garrafa de xarope quadrada e vidro marrom – com a Inscrição Brasil, João da Silva Silveira, Chim Pharm, Pelotas), o mesmo tipo de garrafa do navio Rio Macahuan e até mesmo uma moeda de ouro da Coroa Portuguesa de 1722. Embora eu nunca tenha visto a moeda, só a foto que circulou e que me parecia uma moeda em estado muito bom para um naufrágio.
Mas mergulhadores e pescadores são famosos pelas mentiras…

Munições de vários tipos , louças de várias companhias, entre elas a Companhias Brasileira de Paquetes a Vapor e até uma moeda de ouro foram encontradas no galeão. Pelo menos é o que se diz!”

Dados básicos

Dados de localização

Local: Rio de Janeiro
UF: RJ
País: Brasil
Posição: A cerca de 300 metros do lado leste da Ilha Rasa
Latitude: 23º 03. 047′ sul
Longitude: 043º 08.185′ oeste
Profundidade mínima: 25 metros
Profundidade máxima: 30 metros
Condições atuais: desmantelado e enterrado

Dados técnicos

Descrição

Muitas pedras e entre elas as peças

Na verdade, no fundo não existe o corpo de um naufrágio, nem peças de grande porte. No local não se encontra pedras de lastro, âncoras, canhões, ou mesmo qualquer resíduo de madeira foi encontrado. O que de certa forma descarta  a presença de um galeão verdadeiro ou mesmo outra informação.
Mas então quem é o Galeão?

Teorias
Depois de ouvir muitos mergulhadores e pesquisar bastante ao longo dos anos, duas explicações me parecem as mais razoáveis.

A primeira explicação é que o Galeão seria parte da carga do Buenos Aires, que está afundado a cerca de 400 metros da laje. Muitas peças são semelhantes e contemporâneas, como os botões, garrafas e munição. Segundo os mergulhadores Arduino Colassanti e Antônio Carlos Jacques, dois pioneiros do mergulho no Rio de Janeiro na década de 1960 o que restava inteiro do Buenos Aires foi dinamitado e parte da estrutura foi arrastada com cabos de aço na direção da laje e as peças se espalharam”. O vento forte de sudoeste poderia empurrar as peça menores na direção da laje, onde elas fiariam presas entre as rochas.
Mas se isso fosse verdade, no Galeão não deveria existir moedas de ouro de 1722 nem tão pouco louças da Companhias Brasileira de Paquetes a Vapor e do Lloyd Brasileiro.

A segunda explicação, que particularmente me agrada mais, seria a de que essa região poderia ser uma área de lançamento do material da dragagem do porto do Rio de Janeiro no início do século. As dragas retiravam o material do fundo do porto e depositavam em batelões (alvarengas), que a transportava para “alto mar” onde o material era descartado.
Esse material representa um testemunho de séculos de descartes e perdas de toda sorte de objetos sob as águas do porto.
Seria a moeda de ouro parte do tesouro do Rainha dos Anjos (15.06.1722) ?
Em alguns jornais do período da reforma do porto, as companhias reclamavam do alto custo e negociavam áreas mais próximas para o descarte. O serviço era fiscalizado pela capitania dos portos e um fiscal permanecia na Ilha Rasa controlando o despejo dos batelões, evitando que o material fosse jogado muito perto da saída da Baía de Guanabara. Os jornais indicam o descarte “nas immediações”  da Ilha Rasa.

Até agora, não se tem uma conclusão da identidade desses destroços e se eles realmente pertencem a um naufrágio. As cartas náuticas da DHN (Diretoria de Hidrografia e Navegação) da Marinha do Brasil, não registravam o naufrágio e começaram a  indicar o local com o símbolo de um naufrágio nas versões a partir do ano 2000.

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