IGEL (Navio do gás)

Sumário

Histórico

Um LCI (Landing Craft Infantary)

Após a 2ª Guerra Mundial uma grande quantidade de embarcações utilizadas nos desembarques nas praias foi transformada em navios de pesca ou cargueiros. Com o término deste conflito, muitos deles seguiram o mesmo destino e foram reformados e vendidos a países de menor capacidade econômica como o Brasil; alguns afundaram por aqui como o Forte dos Remédios (CE), Gonçalo Coelho (PE) e Márcia (RJ).
O IGEL era um LCI (Landing Craft Infantary) construído nos Estados Unidos em 1944, ex Correa Sena, com 48,2 metros de comprimento, 7,3 metros de boca.
Chegou ao Brasil  pelas mãos da empresa Ultragás, recebendo o nome de família IGEL, controladora da empresa. Nas décadas de 1950 e 1960 seu presidente era o Sr. Pery Igel. Em 1958 é fundada a empresa holding  – Grupo Ultra – , que abrangia a Ultragás, Ultralar, Ultrafértil e empresas menores. Na época do naufrágio pertencia a Ceará Gás Butano de Fortaleza, mas o Igel já navegava pela companhia a muito tempo.
Segundo o Tribunal Marítimo em maio de 1957 o iate Igel havia encalhado no litoral do Ceará e em julho de 1957, colidiu com navio Apolo no porto de Caiçara.

Dados básicos

Nome do navio: Igel
Data de afundamento: 29.05.1959

Dados de localização

Local: Porto de Galinhas
UF: PE
País: Brasil
Posição: A 500 metros da ponta sul da praia de Porto de Galinhas, entre os recifes
Latitude: 08° 31.106′ sul
Longitude: 035° 00.054′ oeste
Profundidade mínima: 06 metros
Profundidade máxima: 12 metros
Condições atuais: semi-inteiro

Dados técnicos

Nacionalidade: brasileira
Ano de fabricação: 1944
Estaleiro: (Estados Unidos)
Armador: Ceará Gás Butano
Deslocamento: 400 toneladas
Comprimento: 48,2 metros
Boca: 7,3 metros
Tipo de embarcação: LCT convertido em cargueiro
Material do casco: aço
Carga: bujões de gás
Propulsão: motor diesel
Motivo do afundamento: chocou-se com os recifes

O naufrágio

Deixou o porto de Salvador no dia 25 de junho de 1959, sob o comando do Sr. Pedro Guilherme, tripulado por 12 homens, com uma carga de 4.686 bujões e 1.938 cilindros de gás butano, estava navegando vindo de Maceió e deveria escalar em Caiçaras, RN, seguindo em direção a Fortaleza CE.
No dia 28, o navio enfrentou um forte temporal, com vento e mar, que durou até às 4 horas do dia seguinte. Ao clarear o dia, o carvoeiro notou que o motor disparará e foi confirmado a ruptura do eixo, o eixo foi amarrado e o navio continuou a viagem apenas com a máquina de boreste.
Logo depois, o primeiro piloto verificou que o navio começava  a fazer muita água, junto a antepara das máquinas . Bombas foram acionadas, sem que dessem resultado satisfatório.
Como não era possível impedir o afundamento, o capitão dirigiu o navio para a costa emitindo sinais de socorro. O comandante ancorou o navio antes de atingir os recifes perto de Porto e Galinhas (PE). Pouco tempo depois o navio afundava. Os tripulantes foram salvos no bote e em jangadas que atenderam aos pedidos de socorro.
Ele transportava uma carga de bujões de gás de uso domésticos, que foi saqueada pelos moradores locais. Os bujões industriais, ainda estão  arrumados dentro do porão de proa. Muitos deles ainda vazavam em 1995. Segundo os pescadores, “em dias de pouco vento pode-se sentir o cheiro de gás junto à superfície” e era verdade eu senti…


Vista aérea de Porto de Galinhas. Em vermelho a posição do naufrágio 

Vista de Porto de Galinhas da posição do naufrágio

Descrição

O navio está caído sobre estibordo, mantém a proa e popa ainda em bom estado de conservação, enquanto o meio do navio está totalmente partido, possivelmente devido a ação de resgate do motor e outras peças, que não foram encontradas nos destroços.
A proa, bastante inteira, possui uma projeção para lançamento de âncora, semelhante a existente em lanchas. Um grande guincho pode ser visto logo atrás desta peça, dois conveses de proa já estão unidos pela destruição do convés superior pelo tempo.
Seguindo-se para a popa, encontramos a entrada do primeiro porão; dentro dele, são encontrados, ainda arrumados em seus lugares, cerca de 60 bujões de gás do tipo industrial, que constituíam parte da carga do navio. Muitos deles ainda vazam e segundo os pescadores em dias de pouco vento pode-se sentir o cheiro de gás junto à superfície.
Um pouco mais atrás da estiva do 1º porão está o mastro de proa, ainda suspenso, com sua escada e estrutura de topo.

Para trás do 1º porão o navio encontra-se desmantelado. Neste ponto está a cabine de comando, que parece ter sido separada do resto do casario.
A popa mantém sua integridade apesar de parcialmente enterrada na areia fina do fundo, pode ser visto o eixo emergindo do casco e o pé de galinha que sustentava o hélice, que foi retirado. Uma chapa semi enterrada pode ser o leme, mas não foi possível confirmar o fato.

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