ILHA GRANDE

 

O Parcel Manoel Luís

A região é formada um conjunto de recifes distantes de cerca de 50 milhas da costa do Maranhão. Descoberto por um pescador no século XIX de nome Manoel Luís.
  Somente foi mapeado pelos navios de pesquisas Cannopus e Sirius de Marinha do Brasil em 1968, em função da repercussão do naufrágio do petroleiro Ilha Grande.
Apresenta mais de 9.000 milhas quadradas e segundo a Marinha, 12 naufrágios tinham acontecido no local até 1962.
Hoje, para alertar os navegantes, existe no local uma barca farol.
A região é protegida pelo Parque Estadual Marinho do Parcel do Manuel Luís.
Mas devido às condições de distância do local é pouco conhecido e o mapeamento dos naufrágios é incipiente.

Posição do Parcel Manoel Luís e distribuição dos naufrágios segundo informes: 1 – Salinas, 2 – Maria Cristina, 3 – Ilha Grande, 4 – West point e 5 – Altamar

O naufrágio

O Ilha Grande partiu do Rio de Janeiro em 27.02.1962, com escala em São Luís (MA), Belém (PA). transportando 50.000 barris de óleo combustível. No dia 02 de março, recebeu ordem da Fronape para suprimir a escala e prosseguir direto a Belém e destino final a Curaçao para receber um noivo carregamento de combustíveis.
No dia 08 navegava com a rota para passar a 12 milhas ao norte dos recifes de Manoel Luís. À meia-noite, o comandante passou o serviço ao primeiro piloto e a navegação corria bem. As 01h10 do dia 09, o navio sofreu um forte baque a meia nau e encalhou, ficando preso na região da praça de máquinas. O Ilha Grande começou a alagar e foi emitido um pedido de socorro.
Às 21h00, o navio Rio Jaguaribe aproximou-se do parcel e verificou-se que o Ilha Grande já afundava. Os tripulantes foram recolhidos por uma das baleeiras do Rio Jaguaribe.
No dia 11, a corveta Mearim retornou ao local do encalhe com o comandante e dois oficiais do Ilha Grande. O comandante, oficiais e mergulhadores da Marinha foram a bordo do navio encalhado para avaliar a condição de salva-lo. Mas regressaram ao Mearim, dizendo que isso era impossível.
A proa e o mastro de proa permaneceram de pé no local do choque e a popa derivou 200 metros para o sul. Isso permitiu sua fácil localização por saqueadores, em 1971 realizaram uma grande operação de savatagem de peças de bronze e cobre. Em seguida dinamitaram a estrutura que sustentava o mastro, pondo-o abaixo, provavelmente para não deixar vestígios.

Descrição

Ainda não há confirmação que o Uberaba tenha sido encontrado, pois a descrição dos demais naufrágios localizados apresenta algumas incongruências.
Segundo as informações o Ilha Grande está partido em dois, com as duas partes afastadas em cerca de 200 metros.

Operação de resgate – Uma incrível matéria do repórter Luiz Alfredo

No início da década de 1970 um Cearense de nome Raimundo Silveira que já havia retirado muitas peças do Baron Dechmount e do Eugene Von Thayer no litoral do Ceará se interessou por explorar os destroços do Parcel Manoel Luís, pois havia visto uma matéria sobre o Ilha Grande, que na época ainda estava preso sobre os recifes.
Para isso comprou um lagosteiro que batizou de Hércules, alugou uma lancha  e construiu uma balsa onde funcionavam um guincho elétrico e um compressor de ar.
Com esse equipamento de abril de 1971 a 1974 ele realizou diversa expedições ao parcel removendo muitas peças pelo menos do Ilha Grande, Altamar, que ele afirma estar praticamente do lado do West Point e possivelmente do Vênus.
Uma das expedições foi coberta pelo repórter Luiz Alfredo e teve a companhia do saudoso amigo Arduino Colassanti, que resgatou material de muitos naufrágios pelo Brasil. Essa matéria gerou não só registros fotográficos como precisas informações para elucidar algumas dúvidas de identificação.
como o navio do cobre que agora fica claro ser o Altamar, pela carga de tubos de cobre retirada dos destroços.

 
O navio Hercules que realizou os trabalhos de resgate, no seu convés muitas das peças retiradas. A balsa Dalva com o guincho e compressor. Na foto, examinando uma “escotilha” o famoso ator e um dos pioneiros do mergulho no Brasil Arduíno Colassanti. A carga de canos de cobre sendo retiradas do Altamar