Alguns dos melhores naufrágios do mundo
Naufrágios Top 10 do Caribe:
Antilla, Bianca C, Felipe Xicotencatl, Hilma Hooker, Kittiwake, Rhone, Rio Jibacoa e Sparta, Superior Producer, Theo’s wreck, Windjammer.
ES Antilla – 10.05.1940 – De 06 a 18 metros
Caribe, Aruba – Antilhas Holandesas

Em julho de 1939 o Antilla partiu de Hamburgo com destino a Curaçao, nas Antilhas Holandesas. De lá, partiu para Galveston no Texas, onde carregou 3.000 toneladas de enxofre, que deveriam seguir para a Europa. Ainda no Texas, o capitão Ferdinand Schmidt recebeu ordens cifradas que ordenavam que o navio procurasse um porto neutro. Em 1º de setembro, dia em que a Alemanha invadiu a Polônia, o Antilla abasteceu em Cartagena (Colômbia) e navegou para Curaçao, mas como o porto estava cheio de navios mercantes alemães, ele e outros três navios alemães mudaram o rumo para Aruba.
O navio permaneceu cercado pelo bloqueio naval inglês. Outros navios alemães que tentaram furar o bloqueio foram interceptados e seus tripulantes afundaram seus navios para não cair nas mãos dos ingleses, assim como provavelmente fez o Wakama no litoral de Búzios, RJ.
DADOS TÉCNICOS
Nome: ES Antilla
Data do Naufrágio: 10.05.1940
Armadora: Hamburg America Line (HAPAG)
Estaleiro: Deutsche Werft, Hamburgo
Construção: 1939
Tipo navio: cargueiro
Tipo navio: cargueiro
Dimensões:
Comprimento: 121,4 metros – 17,0 metros boca
Deslocamento: 4.363 toneladas
Máquinas: turboelétricas impulsionadas por duas caldeiras a óleo, movimentando um hélice – 15 nós]Tripulação: 35


Em 10 de maio, a Alemanha invadiu os Países Baixos, então o governo holandês ordenou a apreensão de todos os navios alemães nas Antilhas Holandesas. Fuzileiros navais holandeses aproximou-se do Antilla para abordá-lo, mas o capitão Schmidt ordenou o alagamento da sala de máquinas e atear fogo nos porões 4 e 5 do navio.
Às 06:50, o Antilla estava em chamas da proa à popa e adernava para bombordo acabando por afundar. A tripulação de 35 homens foi presa e transferida para a Jamaica onde permaneceu até o final da guerra.
O Antilla é um dos maiores naufrágios do Caribe, repousa sobre bombordo, partido em dois, a 18 metros de profundidade na Baía de Malmok a oeste da ilha.
Boa parte das peças do navio encontram-se ainda no fundo.
O ES Antilla pose ser visto da superfície nas claras águas de Aruba
Superior Producer – 30.09.1977 – De 21 a 30 metros
Caribe, Curaçao – Antilhas Holandesas


A embarcação mudou de proprietário diversas vezes nos anos seguintes, até novembro de 1970, quando foi vendida para a agência marítima Pan-Ven Line SA. O Superior Producer foi rebatizado para representar seu novo porto de origem panamenho e passou a ser utilizado para o transporte rotineiro de cargas entre Curaçao e a Ilha Margarita, na Venezuela.
DADOS TÉCNICOS
Nome: NM Superior Producer
Data do Naufrágio: 30.09.1977
Armadora: Pan-Ven Line SA
Estaleiro: Handel & Scheepsbouw Maatschappij Kramer & Booy, Holanda
Construção: 1957
Tipo navio: cargueiro
Dimensões: Comprimento: 50,2 metros – 7,8 metros boca
Deslocamento: 400 toneladas
Tripulação: 9 homens



Na manhã de 30 de setembro de 1977 o Superior Producer entrou no porto de Curaçao pela Baía de Santa Ana para carregar mercadorias com destino à Venezuela, segundo denúncias da época o navio estava sobrecarregado com mercadorias como uísque, frascos de perfume, roupas e bolsas de dois comerciantes locais. Às 13h30 a tripulação o Superior Producer partiu. Pouco depois o navio começou a adernar e diversas tentativas de endireitar o navio foram feitas por rebocadores.
Como as tentativas não surtiam efeito, o capitão do porto decidiu afastar o navio antes que afundasse na entrada do porto prejudicando à navegação.
Em poucos dias, o navio foi completamente saqueado por mergulhadores e moradores que recolhiam tudo que dava a praia.
O naufrágio está inteiro e apoiado corretamente no fundo a 30 metros, com a proa voltada para oeste e a oeste do Mega-píer de Curaçao. O grande porão está aberto e o casario está conservado e é possível explorar a casa de máquinas e as cabines da tripulação a 21 metros.
Por razões de segurança, os mergulhos são proibidos quando os navios de cruzeiro estão atracados no mega píer de Curaçao.
Windjammer – 05.12.1905 – De 50 a 60 meros
Caribe, Bonaire – Antilhas Holandesas


DADOS TÉCNICOS
Nome: Windjammer (nome oficial Mairi Bhan)
Data do Naufrágio: 05.12.1905
Armadora: para a MacIntyre Company.
Estaleiro: Barclay, Curl and Company em Glasgow, Escócia
Construção: 1874
Tipo navio: clipper de3 mastros
Dimensões: Comprimento 72,8 metros – 11,3 metros boca
Deslocamento: 1.315 toneladas
Tripulação: 32 homens

Em sua última viagem em 1905, com o navio já em mal estado, partiu de Gênova (Itália) para Trinidad (Caribe) sob o comando do Capitão L. Razeto, carregado com azeite, vinhos italianos, mármore e roupas. o navio zarpou em sua última viagem — de e depois de volta para Marselha. Enquanto estava em Trinidad, o navio recolheu uma carga de asfalto e seguiu em direção à a Venezuela.
No dia 5 de dezembro 1905 o navio atracou em Bonaire, mas segundo os registros devido a má fama da tripulação foi obrigado a deixar o porto. No dia 7, o navio partiu de Kralendijk, atingindo o recife na extremidade norte deserta da ilha de Bonaire onde ficou encalhado. Os barris de asfalto viraram e os gases em contato com uma lamparina provocaram um incêndio.
O capitão e 28 tripulantes abandonaram o navio, levando tudo o que poderiam vender, quatro perderam a vida. A população local também arrancou do navio tudo que podia, madeira e o cobre que revestia o casco, velas, o cordame.
Após várias semanas, o mastro principal caiu, mas o navio continuou preso ao recife. Em 1912, um furacão deslocou o Windjammer, o navio adernou e afundou.


Na parte norte da ilha o Windjammer não pode mais ser acessado por terra devido ao terminal da Banaire Petroleum Corporation
O Naufrágio encontra-se em frente ao terminal de armazenamento e transporte de óleo combustível da Bonaire Petroleum Corporation. Descendo pela costa, a 9 metros de profundidade, existe a base de um mastro metálico que aponta para a posição do naufrágio no fundo.
Entre 42 a 55 metros está o casco do Windjammer deitado sobre o costado de boreste. O gurupes apontava para a frente através da areia, com toda a sua ferragem intacta. Nadando pela lateral do navio pode ser visto o guincho de cabrestante, cabeços de amarração, parte do cavername, casco e os dois mastros, um deles com a gávea, cujas pontas atingem 60 metros. Parte do asfalto da carga escorreu dos porões e endureceu no fundo, formando uma planície negra e plana a partir dos destroços.
Bianca C – 22.10.1961 – De 33 a 60 metros
Caribe – Granada, Saint George


Com supervisão de oficiais alemães da Kriegsmarine a construção foi reiniciada, porém os trabalhadores franceses realizaram manobras para sabotar e atrasar a construção. Obrigando os alemães a prender operários até que o casco estivesse concluído.
Em 10 de junho de 1944, mesmo com a Normandia sendo invadida pelos aliados, foi lançado o grande e moderno navio batizado de Marechal Pétain, nome do general que comandava as forças francesas durante a ocupação. Porém, devido ao forte bombardeio aliado, o Marechal Pétain não pôde navegar e foi rebocado de La Ciotat para Toulon, onde permaneceu ancorado até o fim da guerra. Quando a normalidade retornou a França, o navio retornou à La Ciotat e finalmente em 1949, voltou a estar em condições de navegar e foi entregue a Compagnie des Messageries Maritime sendo renomeado La Marseillaise.
O navio apresentava 163 metros de comprimento e 23 metros de boca, com potentes motores de 31.000 hp, podendo atingir 20 nós. O luxuoso transatlântico podia acomodar 341 passageiros em primeira classe e 302 em classe econômica.
DADOS TÉCNICOS
Nome: Bianca C
Data do Naufrágio: 22.10.1961
Armadora: Royal Mail Steam Packet Company
Estaleiro: Millwall Iron Works, em Londres
Construção: 1939 a 1949
Tipo navio: vapor misto com casco de brigue e 2 mastros
Dimensões: comprimento 163 metros – boca 23 metros
Deslocamento: 2.738 toneladas
Máquinas: 31.000 NHP
Tripulação: 250 homens
Em abril de 1949 o La Marseillaise fez sua viagem inaugural rumo à Ásia.
Em 1952 retornou o serviço para o Mediterrâneo, transportando passageiros para Alexandria até que em setembro de 1956, quando eclodiu a crise do Canal de Suez. O La Marseillaise foi requisitado e serviu como navio-hospital e transportando tropas para Limassol e Bizerta, até 1957 quando retornou a Marselha.
No final de 1957 o navio foi vendido ao armador italiano e rebatizado e Arosa Sky, atuando em rota rumo a Nova Iorque. Em 1958 houve um incêndio a bordo e o proprietário decidiu leiloá-lo. A empresa que arrematou o navio foi a Costa Line. O navio voltou ao estaleiro para adaptações e reformas e foi rebatizado de Bianca C. Em março de 1959 iniciou uma nova etapa com cruzeiros entre Gênova e o Caribe.
Após um ano de cruzeiros pelo Caribe, na manhã de 22.10.1961 o Bianca C navegava em viagem de Nápoles para La Guaira na Venezuela. Quando se aproximava do porto de Saint George na ilha de Granada, com 362 passageiros a bordo, uma série de explosões ocorreu a a sala de máquinas.

O comandante deu ordem de desembarcar imediatamente os 700 passageiros e tripulantes, os barcos de resgate e barcos de pesca ajudaram a transportar todos para o cais, que foram abrigados pelos moradores da pequena ilha. À rapidez da manobra, permitiu que não houvessem muitas vítima, embora os passageiros não compreendessem o que ocorria. As explosões mataram um tripulante e feriu outros oito.
Após a explosão foi emitido um pedido de socorro, já que a ilha não possuía meios adequados para socorrer um navio tão grande. A fragata britânica HMS Londonderry, que estava em Porto Rico, levou dois dias para chegar e, nesse momento, o Bianca C já começava a afundar.
A empresa dona do Bianca C agradeceu aos habitantes de Granada pela ajuda aos náufragos com uma estátua do Cristo do Abismo, instalada no porto da cidade de St. George.
O Bianca C ficou conhecido como o”Titanic do Caribe” e é um dos melhores naufrágios do Caribe. Ele está pousado a 60 metros de profundidade, mas sua ponte de comando encontra-se a 33 metros. O local está sujeito a fortes correntes e, que em certa época do ano, levam as escuras águas do rio Orinoco até Granada, o que envolve o naufrágio em uma água esverdeada. Assim o período de dezembro a abril, na época seca, são mais recomendáveis.
Ao longo dos anos alguns mergulhadores perderam a vida buscando souvenirs e bebidas no interior dos destroços. Na década de 1970, uma empresa de Trinidad recuperou as hélices do Bianca C, vendendo o como sucata.
Felipe Xicoténcatl (C-53 ) – 06.06.2000 – De 13 a 31 metros
Caribe – México, Cozumel


Em outubro de 1962, foi vendido à Marinha do México e renomeado ARM DM-05. Em 1994, finalmente recebeu o nome ARM General Felipe Xicoténcatl (C-53) em homenagem ao coronel Felipe Santiago Xicoténcatl que liderou o exército mexicano na Batalha de Chapultepec e recusou-se a permitir que as forças americanas capturassem a bandeira mexicana, morrendo em combate.

O USS Scuffle (AM-298) e depois o ARM General Felipe Xicoténcatl (C-53)
DADOS TÉCNICOS
Nome: General Felipe Xicoténcatl C-53
Data do Naufrágio: 06.06.2000
Armadora: Marinha Mexicana
Estaleiro: Winslow Marine Railway & Shipbuilding Company, Seattle
Construção: 1943
Tipo navio: caça minas
Dimensões: comprimento: 56.2 metros – boca: 10 metros
Deslocamento: 650 toneladas
Máquinas: 539 diesel, 1.710 NHP
Em 1999, foi descomissionado pela marinha mexicana e posteriormente doado ao Parque Subaquático de Cozumel na Península de Yucatan. O navio foi estabilizado devidamente preparado para dar segurança aos mergulhadores e no dia 06 de junho de 2000 foi ancorado com uma série de grandes blocos de concreto e afundado para formar um recife artificial e atração de mergulho próximo a ilha de Cozumel.
O navio esta apoiado corretamente no fundo de 18 a 25 metros de profundidade. Em outubro de 2005, o furacão Wilma (categoria 5) deslocou para o norte a posição original do navio em 30 metros, mas não alterou sua posição em relação ao fundo.
USS Kittiwake (ASR-13) – 0 .0 .2017 – De 12 a 18 metros
Caribe – Grand Cayman

Apresentava 76,6 metros de comprimento e 4,3 de boca, com um deslocamento de 1.780 toneladas. suas máquinas permitiam atingir uma velocidade de 16 nós.
Armado apenas com uma metralhadora de calibre .50 possuía equipamento para suporte de mergulhadores sistemas de cabos de erguimento e uma torre de mergulho que podia se acoplar aos submarinos acidentados.
Depois da incorporação entre 1946 e 1994 participou de muitos treinamentos e de alguns resgates estando sempre associado a frota de submarinos, apesar disso seu grupo e mergulhadores atuava em encalhes e naufrágios de outros navios, quase sempre atuando no Atlântico. Deixou uma grande lista de tarefas e missões, inclusive a famosa missão para localizar o submarino desaparecido USS Scorpion em 1968 e nos esforços de recuperação do ônibus espacial Challenger em 1986.
DADOS TÉCNICOS
Nome: USS Kittiwake (ASR-13)
Data do Naufrágio: 22.10.2011
Armadora: Marinha dos Estados Unidos
Estaleiro: Savannah Machine & Foundry Co., Geórgia
Construção: 1945
Tipo navio: Navio de resgate de submarino da classe Chanticleer
Dimensões: Comprimento 76,6 metros – boca 4,3 metros
Deslocamento: 1.780 toneladas
Máquinas: NHP – velocidade 16 nós
Tripulação: 102 homens


O navio está apoiado corretamente no fundo com profundidades entre 6,1 metros e 20 metros de profundidade. Em outubro de 2017, os destroços foram empurrados pela tempestade Nate para próximo a um recife natural e provocou o adernamento para bombordo do navio.
Theo’s wreck – 16. 10.1982 – De 20 a 31 metros
Caribe – Grand Bahamas

Nos primeiros dez anos de navegação transportou cargas entre a Noruega e a Espanha pelo menos até 1969. Em 1970 foi adquirido pela companhia Bahama Cement Company de Nassau, convertido em um navio graneleiro para transporte de cimento e renomeado MV Island Cemente, com a função específica de transportar cimento da empresa em Freeport (Bahamas) e Fort Pierce, Port Canaveral, Fort Lauderdale (Flórida), além das ilhas Eleuthera e New Providence nas Bahamas.
DADOS TÉCNICOS
Nome: MV Island Cement (Theo’s wreck)
Data do Naufrágio: 16.10.1982
Armadora: Bahama Cement Company
Estaleiro: Estaleiro Bergens Mekaniske Verksted, Noruega
Construção: 1958
Tipo navio: cargueiro
Dimensões: comprimento 70 metros – boca 11 metros
Deslocamento: 1.444 toneladas
Máquinas: tipo GMB 8 de 960 NHP
Propulsão: Hélice simples de 4 pás atingindo velocidade de 11,75 nós

Em 1982 foi posto fora de serviço devido ao mal estado do casco e o plano era vender o navio como sucata. Entretanto, o engenheiro da empresa e entusiasta do mergulho chamado Theo (Thanassis) Galanopoulos convenceu a companhia a afundar o navio como ponto de mergulho. O casco foi preparado com a ajuda de voluntários e afundado intencionalmente em 16 de outubro de 1982 para se tornar um recife artificial.
O MV Island Cement foi rebocado cerca de 1,5 milha ao largo de Williamstown, na Ilha de Grand Bahama até a posição de Latitude: 26.477949 norte e Longitude: 78.691635 oeste e posto no fundo, tornando-se o primeiro recife artificial nas Bahamas.
O navio está no fundo de 25 a 31 metros de profundidade, apoiado sobre o casco de bombordo.








