Matéria – Mergulho em água doce

Jornal sub, , ano III, Nº 17, julho, 1993 - Texto e Ilustrações: Maurício Carvalho

OBSERVAÇÃO: É importante lembrar, que desde a publicação do artigo muitas técnicas de mergulho foram aperfeiçoadas e adoptadas. Assim o texto técnico, deve servir como fonte de pesquisa histórica, não devendo ser as técnicas de mergulho tomadas como as melhores e mais atuais.


Com o desenvolvimento do mergulho por todo o Brasil. tornou-se cada vez mais frequente esta atividade no interior do pais. Com isso, devido a distância do litoral, os mergulhadores voltaram-se para lagos, rios e cavernas.
Assim, achamos importante traçar algumas linhas sobre as características peculiares do mergulho em água doce.
Poucas diferenças existem entre as técnicas de mergulho na água salgada e na água doce. O primeiro cuidado a tomar e verificar a altitude local; caso ela esteja acima de 300 metros, será necessário adorar procedimentos de mergulho em altitude.

MERGULHO EM ALTITUDE
A altura de nossa atmosfera imprime sobre a superfície do mar uma pressão de 760 mmHg (1 atmosfera), deste modo, à medida que a altitude aumenta. diminui a pressão. Como muitos fenômenos decorrentes do mergulho dependem diretamente da pressão — e consequentemente de sua variação –, o mergulho acima dos 300 metros obriga a adoção de tabelas corretivas ou computadores adaptados à altitude.
A água doce é menos densa que a água salgada, com isso, a flutuabilidade de um mergulhador, com o mesmo equipamento usado no mar, será menor — Princípio de Arquimedes. Assim, um ajuste da quantidade de lastro no cinto é fundamental. Comece retirando 30 % do peso; o que normalmente será suficiente para equilibrá-lo na nova condição.
Procure conhecer a fauna e flora local, isto permitira aproveitar melhor o mergulho. No entanto, o maior cuidado nas imersões em água doce esta na seleção do local da atividade. Em algumas áreas típicas, o sucesso e segurança mergulho dependem de técnicas sofisticadas.

LAGOS
FiglagoEmbora calmas, geralmente as águas são turvas e por vezes poluídas. Cheque as condições sanitárias e a origem do lago; nas hidrelétricas por exemplo, as águas costumam inundar cidades e matas, que podem ser um risco ao mergulho (FIGURA 1).

RIOS
A constante correnteza dificulta a natação; além disso, arrasta resíduos. corno galhos, que tornam o mergulho arriscado. Águas turvas constituem uma característica da maioria de nossos rios.

CAVERNAS
Algumas vezes já tive oportunidade de descrever sobre o mergulho em gruta. Devido as condições de ausência de luz e superfície — que impede uma subida de emergência –, os caminhos labirínticos e o sedimento. que pode turvar a água, este tipo de mergulho é um dos mais críticos sob o aspecto técnico, devendo ser executado por quem possui treinamento específico.
Em outras oportunidades. voltaremos a abordar as técnicas de mergulho em altitude, bem como cada uma das áreas típicas de mergulho em água doce.


OBS: Na matéria original constam outros fotos.

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Espeleo-sub: Um mergulho nas cavernas
Espeleologia Subaquática, resumo das principais técnicas
Em busca das águas subterrâneas
Grutas Marinhas


Curso de Mergulho em Naufrágios


Maurício Carvalho é Biólogo e instrutor de mergulho, com especialidade em Rescue e Naufrágios, tendo sido supervisor de mergulho do GREC, autor do SINAU (Sistema de Identificação de Naufrágios) e responsável pelo site Naufrágios do Brasil.

 
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