Sumário
Histórico
O Eire era um elegante vapor misto, de formas finas e proa reforçada, construído no porto de New-Bury, no Massachussetts em 1867. Seus três mastros e as máquinas a vapor impulsionavam suas 3.502 toneladas a 12 nós.
Ele foi originalmente construído para a American SS Co. uma empresa de linha ferroviária que fazia a linha de Jersey City a Nova York. Em 1868 foi é vendido para Nathaniel Winsor para explorar a linha do lago Eire até a costa do Golfo do México.
Em 1871 foi novamente transferido de propriedade, desta vez para a U.S. & Brazil Mail SS Co., empresa criada após o final da Guerra Secessão (Guerra Civil Americana – 1861 a1865) incumbida do comércio e serviço postal entre os Estados Unidos e o Brasil e portos intermediários no Caribe. Nesta companhia era comandado pelo capitão Sr. Tinklepaug e tripulado por 80 homens.
Dados básicos
Dados de localização
Dados técnicos
O naufrágio
Em dezembro de 1873, durante sua segunda viagem, largou do Rio de Janeiro com destino aos Estados Unidos. A bordo, além da tripulação, estavam 10 passageiros e um carregamento de 21.676 sacas com café, no valor aproximado de 99;000$.00 (contos de réis).
Escalou em Recife, de onde partiu no dia 02 com destino a Nova York. As dez horas da noite e a 12 milhas do través da costa da praia de Tambaú (João Pessoa, PB), manifestou-se um grande incêndio a bordo, que, mesmo arrombando-se o tombadilho para o combate adequado, não pode ser controlado.
Assim o comandante ordenou o abandono da embarcação, passando todos para os botes.
Pescadores de região, ao verem o forte clarão no horizonte, deslocaram-se para lá em seis jangadas, encontrando um grande vapor em chamas e 90 pessoas em 8 escaleres. Toda a tripulação e passageiros estavam salvos, permanecendo no local até que ao amanhecer o navio em chamas, acabou por afundar, marcando o navio para sempre como o “Queimado”. Os pescadores conduziram os náufragos para terra, sendo posteriormente transportados ao porto de Recife (PE) pelo vapor Pirapama.
Descrição
O naufrágio está desmantelado e parcialmente enterrado, está apoiado em uma areia muito clara que juntamente com o próprio lastro esconde a maior parte do madeirame que restou. Os destroços se estendem por cerca de 100 metros de comprimento por 15 de largura.
Na proa existe um grande aglomerado de peças, onde podemos distinguir dois guinchos, uma âncora reserva ainda desmontada e muito disfarçada e dois cabeços de amarração.
Afastado do primeiro aglomerado por 20 metros, que deviam representar o primeiro porão, estão as quatro grandes caldeiras quadradas. Cada uma delas está conectada, por tubulação, à outra do mesmo lado. Existe uma larga passagem entre as caldeiras cheia de carvão, entre as caldeiras. As caldeiras estão apoiadas sobre grande quantidade de lastro.
O terceiro conjunto de destroços constituído basicamente pelas máquinas a vapor de dois cilindros (dupla expansão) e demais engrenagens. As máquinas de bom tamanho estão caídas para o lado e para a popa. jangadas, encontrando um grande vapor em chamas e em 81 pessoas em 8 escaleres toda a tripulação e passageiros foram salvos.
Para trás das máquinas, segue-se um longo eixo com cerca de 20 metros, unido por quatro conjuntos de flanges de bronze. Ao lado do eixo poucas peças aparecem cabeços e partes das chapas de bronze que revestiam o casco de madeira. aparentemente pouco restou dos porões de popa e o que existe encontra-se enterrada.
No final do eixo pode ser encontrado um hélice de quatro pás, com duas dela enterradas, O hélice bem antigo tem um formato pouco frequente, com pás finas, retas e longas, mostrando-se muito primitiva, como a do vapor Moreno, afundado na Ilha de Maricás RJ.
O hélice muito primitivo, com pás retas Grande quantidade de peixes
Imagens mostrando a vista inferior e superior de uma das caldeiras quadradas.
Essas caldeiras não eram exatamente quadradas, mas acompanhavam na parte de baixo, a curvatura do casco.
As fornalhas eram alimentadas pelo corredor central e podem ser vistas no Queimado
Para saber mais
Queimado e seus cubos mágicos
Queimado – Destino selado a fogo
SINAU
Para mais informações, acesse o Sistema de Informações de Naufrágios - SINAU
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