Sumário
Histórico

O vapor Reliance foi construído em Ferro em um estaleiro de Delaware, USA, sendo lançado ao mar em abril de 1883, pertencendo a companhia U S & Brazil Mail S S Co.
Em sua quarta viagem para o Brasil, deixou o porto do Rio de Janeiro com uma carga principal de 5773 sacas de Café com destino à Nova York e escala em Salvador.
Segundo o comandante “o Reliance após chegar a Salvador no dia anterior o paquete de saída transpôs a barra da Baía de Todos os Santos ás 18:20 horas, com grande cerração e chuva torrencial. Meia hora depois, o navio foi arrastado repentinamente e encalhou no local denominado Ponta das Quintas, entre o Farol da Barra e São Lazaro (hoje morro do Cristo)”.
Dados básicos
Dados de localização
Dados técnicos
Naufrágio
No final da tarde o Reliance deixou o porto de Salvador com destino a Nova York sob muita chuva, às 19:00 horas os tripulantes sentiram o primeiro choque contra o fundo no canto da praia do Cristo e embora tenham trabalhado para safar o paquete, não obtiveram resultado.
Um segundo choque, mais forte, que abriu quase cinco metros de rombo na proa, aterrorizou os passageiros, que produziram um tumulto a bordo, subindo ao tombadilho a procura de meios de salvação.
Segundo o Jornal do Commércio de SC, publicou no dia seguinte ao acidente, “abriu-se um rombo de 5 metros na proa. Passageiros e malas foram salvos mas a carga esta invariavelmente perdida.”
O navio ficou por meses preso ao costão do Morro do cristo, aliviando a carga . A força do mar abriu o fundo do navio que começo a fazer água e foi dado como perdido.
O Reliance preso no morro do Cristo sendo descarregado
Posição do Reliance no Morro do Cristo, Salvador, BA.
Outros naufrágios: Germania, Maraldi, Cap Frio e Bretagne ( mapa – Google Earth)
Com pequena demora, foram arriados os escaleres que em um quarto de hora depois do abalroamento já conduziam os passageiros até a praia, através da cerração e chuva que reinavam. O desembarque ocorreu quase sem incidentes, com um dos escaleres sendo jogado pelas ondas de encontro as rochas.
As 21:00 horas já estavam em terra todos os passageiros ficando a bordo do Reliance apenas os oficiais, alguns marinheiros e guardas da alfândega. As malas do correio e bagagens desembarcaram na manhã do dia 18. Uma vistoria no Reliance verificou haver a bordo quase seis metros de água o que condenou o navio.
A agência ofereceu passagens em outro vapor para os passageiros que seguiam para Pernambuco e apenas parte da carga pode ser salva.
Biela do pistão das máquinas Volante do leme
Descrição
O naufrágio conhecido como Reliance está afundado junto ao costão do Morro do Cristo, no canto da Praia de Barlavento.
O navio parece estar bastante desmantelado e enterrado, sofre a ação das ondas e da areia, que cobre e descobre certas seções dependendo do período do ano.
Na popa podem ser vistos parte do casco praticamente de cabeça para baixo, no meio do arco do hélice está uma das pás do hélice e caído no fundo logo a frente, o leme e seu volante, que se destaca da areia projetando-se em direção à superfície.
Seguindo em direção a proa, a bombordo, inicia-se um grande conjunto de cavername que se estende continuamente até o costão do Morro do Cristo, seguindo paralelamente à costa em uma profundidade de cerca de 5 metros.
Isolada em uma porção de areia existe uma seção pequena do eixo, que segue em direção às máquinas.
No meio dos destroços encontra-se as máquinas a vapor do tipo Duble Expansion Engine. Ela está tombada para bombordo, mostrando todo o sistema de engrenagens, virabrequins, bielas e eixo. Em volta dela pouco sobrou do casco.
Um pouco mais em direção a proa estão duas grandes caldeiras com cerca de 4 metros de diâmetro e 5 de comprimento, caídas de cabeça para baixo, seus apoios originais estão a cerca de 2 metros a boreste. A caldeira de bombordo está bastante enterrada e a de boreste sofreu muito com o embate do mar e uma de suas faces está aberta e dobrada mostrando todo o conjunto do trocador de calor.
Seguindo-se em direção a proa, pouco existe do navio, uma grande tampa de porão ainda com as beiçolas e partes do cavername de boreste. Quase nada sobrou da proa, entre alguns ferros estão os dois escovéns invertidos, indicando que a proa do navio também adernou para boreste.
Nos dois bordos existe parte do cavername, além de outros destroços.
Máquinas de dupla expansão Caldeira parcialmente corroída Cardume dentro das caldeiras
Cavername de bombordo Caldeira de boreste
Agradecimentos
Gilson Galvão da Bahia Scuba
pelas belas fotos e apoio na operação
SINAU
Para mais informações, acesse o Sistema de Informações de Naufrágios - SINAU
Compartilhe