NAUFRÁGIO DO
COMMANDANTE MANOEL LOURENÇO

 
Histórico
Este pequeno cargueiro a vapor foi construído como Golondrina por E. Tornquist em Buenos Aires. Foi vendido ao Lloyde Brasileiro em 1891 onde passou a ser chamado de Mercedes, servindo nas linhas do sul do Brasil. Em 1922 foi rebatizado como Commandante Manuel Lourenço, passando a servir a linha dos pequenos portos do sudeste.
Estava engajado na linha Rio de Janeiro, Santos, com escalas na enseada dos Dois Rios (Ilha Grande), Paratí, Villa Bela (atual Ilha Bela), Ubatuba e São Sebastião.
Durante uma dessas viagens, e
stava âncorado na enseada dos Dois Rios pelo lado de fora da Ilha Grande, descarregando carga variada e prisioneiros para a colônia penal ali existente, quando foi acossado por violento temporal, com forte vento Sudoeste.
 
 
 

Esquema aproximado de como seria o
Commandante Manoel Lourenço de acordo
com os dados técnicos
 
 

Acabou encalhando sobre a laje, no meio das duas ilhas da enseada. Após uma tentativa de safar a embarcação acabou arremessado pelo vento contra as pedras, afundando entre as ilhas e a laje, no centro da enseada.

 

Posição do naufrágio, entre as ilhas da
Enseada dos Dois Rios.
 

DADOS BÁSICOS

Nome do navio: Commandante Manoel Lourenço

Data do afundamento: 17.03.1927

LOCALIZAÇÃO

Local:Ilha Grande

UF:RJ.

País: Brasil

Posição: Enseada dos Dois Rios.

Latitude: 23° 11' 01.91" Sul

Longitude: 044° 10' 53.06" West

Profundidade mínima: 06 metros

Profundidade máxima: 13 metros

CONDIÇÕES ATUAIS: desmantelado.

MOTIVO DO AFUNDAMENTO: encalhe
 
DADOS TÉCNICOS
Nacionalidade:Brasileira
Ano de Fabricação: 1889
Estaleiro: Stettiner Maschinenbau AG 'Vulcan'
Armador: Lloyd Brasilieiro
Comprimento: 60,5 metros Boca: 9,6 metrosCalado: 3,3 metros
Deslocamento: 883 toneladas
Tipo de embarcação: vapor
Material do casco: açoPropulsão: hélice
Carga: Carga e passageiro.
 

 
Descrição
A popa do navio encontra-se junto a ilha da Armação mais externa da enseada, com a laje boiada à bombordo e a proa está junto ao costão da ilha mais interna. Na popa podem ser vistos os dois grandes eixos, em cada um estão os pés de galinha e o corpo dos hélices; pelo menos, duas pás de cada hélice foram cortadas.
Em volta deles pequenas peças e outros destroços, que pelo volume, indica ter o navio sido sucateado.

Um dos eixos propulsores
 
 

Seguindo-se os eixos são encontradas diversas partes do costado, casco e estruturas; muitos pedaços de ferro estão espalhados entorno dos eixos.
No final dos eixos está a Máquina do navio (parece tratar-se de um Triple Expansion Engine). À frente das máquinas está um guincho, ao seu lado existe um cabeço de amarração.

Continuando em frente chega-se as duas caldeiras, em estado bastante precário, à frente das caldeiras, podem ser percebidos pedaços de costado, correntes, seções de mastro e cavername, num fundo já mais plano e com areia.

 
Visão do interior da caldeira

 

 

 

Uma das duas caldeiras do navio

Biela das máquinas a vapor


O que restou do hélice cortado

 

 

A história completa

 

As pás dos dois hélices de bronze foram cortados. sobraram os cubos e os pés de galinha Guincho guincho Guincho de âncoras Máquinas compostas Caldeiras vazadas cozinha Segmento de eixos unidos por flanges.