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Histórico |
O
Mercurius da empresa Wilson,
sons, era um rebocador
de porte médio, utilizado em serviços gerais nos portos atendidos
pela companhia. Junto com o Saveiros, teve importante papel no reboque do vão central da Ponte Rio-Niterói na década de 70. Os dois rebocadores gêmeos atuaram nos portos de Recife e Suape. Nos últimos anos de serviço o Mercurius esteve atuando no porto de Cabedelo, PB., terminando suas operações em 2004, devido ao desgaste dos mais de 30 anos de serviço, nesse mesmo ano foi descomissionado e enviado para Recife. |
Em 2006 foi doado pela companhia, junto com o Saveiros e o Taurus, ao projeto de formação de Recifes Artificiais da cidade de Recife. | ![]() | |||
O Mercurius foi mantido durante um ano, longe das operações de mergulho turístico, estando aberto apenas aos pesquisadores do projeto do Parque de Naufrágios Artificiais. | ![]() |
![]() Grande quantidade de vida | Com
isso, ele serviu de controle para o impacto ambiental causado pelos mergulhadores,
já que ele é idêntico ao Saveiros
e os dois naufrágios estão a apenas 1 milha de distância. A liberação das operações de mergulho no Mercurius ocorreu em agosto de 2007 e durante o Workshop de Mergulho em Naufrágios de 2007 foram apresentados os primeiros resultados comparando os dois naufrágios. Os primeiros resultados indicam que não há impacto na ação dos mergulhadores na freqüência que hoje ela ocorre. Durante a realização do Workshop, organizado pela operadora Aquáticos de Recife, pudemos mergulhar no rebocador agora liberado. |
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Preparação |
O naufrágio do Mercurius, assim como o Saveiros e o Taurus estão ligados ao projeto de formação do Parque de Naufrágios Artificiais no litoral de Recife, PE. |
Os afundamentos foram uma realização da AEMPE - Associação das Empresas de Mergulho do Estado de Pernambuco e contou com a participação das universidades UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), UFPE (Universidade Federal de |
![]() | ![]() |
Pernambuco) UPE (Universidade de Pernambuco) e UFC (Universidade Federal
do Ceará), que estão fazendo o acompanhamento do processo de colonização,
ocupação biológica e impacto ambiental. A empresa Wilson, sons, através de seu representante Sr. Helio Vaisman, doou três rebocadores, Taurus, Saveiros e Mercúrius à AEMPE; arcando também com os custos de preparação, limpeza e logística de reboque das |
Durante
a preparação no pier da Wilson,Sonsem Recife, em seqüência
Mercurius, Saveiros e Taurus. | embarcações
até os pontos determinados para o afundamento. Cabe lembrar, que a mesma
empresa já havia doado quatro outros rebocadores que também foram
afundados em frente ao Recife, são eles; Lupus,
Minuano, Servemar
X e Saveiros |
Após cinco meses de apreciação do projeto pelo IBAMA, Marinha do Brasil e CPRH, foram concedidas as autorizações necessárias e no dia 03 de maio de 2006 as três embarcações foram afundadas ao largo do litoral em frente a Recife. |
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Durante
as etapas de preparação estive nos rebocadores, onde o amigo José
Mário atenciosamente me explicou os trabalhos de limpeza e preparação. |
![]() | ![]() Vista do casario a partir da popa. | ![]() |
Vista
do porão de popa durante os trabalhos
de limpeza | No
interior do casario, uma das aberturas preparadas para a casa de máquinas. |
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Afundamento Os três rebocadores foram levados a reboque até as posições predeterminadas e fixados ao fundo por poitas de concreto. Abertas as válvulas, à água rapidamente encheu os porões e o mar atingiu as aberturas feitas no casco, os rebocadores afundaram rapidamente. O Saveiros e o Taurus foram imediatamente abertos a visitação dos mergulhadores. Já o Mercurius, idêntico ao Saveiros, permaneceu durante um ano, com a visitação restrita a pesquisadores devidamente autorizados. | ![]() Escada ligando a sala de máquinas a cabine superior. |
Descrição O Mercurius encontra-se apoiado corretamente no fundo praticamente intacto. Na proa, está uma poita de concreto que foi utilizada para estabilizar a embarcação durante o afundamento. Existem ainda cabeços de amarração, uma escotilha e as marcas de inserção do guincho de âncora. |
![]() |
O
casario está inteiro e a cabine de comando está completamente limpa.
No "fly bridge" existe apenas uma mesa. Seguindo-se para a popa está a chaminé, com uma abertura de cada lado. Na parte de baixo do casario existem portas em ambos os bordos que dão acesso, através de uma escada, ao compartimento da sala de máquinas. Na popa, o gato de reboque e toda a cobertura da sala de máquinas foram retirados, deixando ampla abertura para penetração. |
| ![]() A cabine de comando intacta | ![]() Cabos de reboque flutuam na proa |
Em
cada uma das laterais da sala de máquinas foi aberta no casco uma janela
que também permite uma passagem, embora mais restrita, de mergulhadores.
Ao contrário do Saveiros,
no Mercurius ainda existe o cano de guia do cabo.
No final do rebocador foi aberta a tampa da sala do comando do leme. O hélice, tubulão giratório para manobra e o leme ainda estão no local. | ![]() Cardumes escurecem os destroços |
| ![]() O apoio de reboque guarnece a popa | ![]() Águas claras favorecem o mergulho |
Nossos
agradecimentos aos colaboradores da matéria |