Ulyssis
Mar Vermelho - afundamento 16.08.1887

Estreito de Gubal, recife de Sha’ab Abu Nuhas - Egito
Posição: lat. 27°34'48” N e long. 033°56’00” E

Principais naufrágios do Mar Vermelho
Carnatic, Chrisoula K, Dunraven, El Minya, Giannis D, Kimon M, SS.Kingston, Rosalie Moller, Salem Express, SS. Thistlegorm, Umbria (Sudão).

Outros naufrágios
Almirante Barroso, Aida, Barge, Blue Bell (Sudão), Carina, Cedar Pride (Jordânia), Jolanda, Numidia, Précontinente II (Sudão).


 
Histórico
O Ulysses era um cargueiro de ferro, com propulsão a vapor com 1.989 GRT construído nos estaleiros da R. & W. Hawthorn Leslie& Comp, Ltd, em Hebburn no rio Tyne na Inglaterra, para a companhia Ocean Steamship Comp de Londres.
Com 95,1 metros de comprimento, 10,2 metros de boca e 7,7 metros de calado, foi equipado com máquinas a vapor de dupla expansão, construída pela empresa P. Stephenson & Cowhich de Newcastle.
Foi lançado ao mar em 08 de novembro de 1870 e em 1871 juntou-se à frota de vapores da Ocean. O navio e seu maquinário provaram ser tão eficientes que os navios da frota da Ocean ficaram conhecidos como os “Barcos da China”, porque conseguiam fazer a viagem da Inglaterra para a China sem reabastecer-se de carvão.
Em julho de 1887, partiu de Londres com uma carga de mercadorias destinadas a Penang, na China e Rolos de fios de cobre e isoladores para uma nova rede telegráfica descarregada em Bombaim na Índia. No comando estava o experiente capitão Arthur Bremner, que no entanto navegava para o Mar Vermelho pela primeira vez (Canal de Suez - inauguração 1869).
O navio cruzou o Mediterrâneo e o Canal do Suez sem nenhum problema, deixou o Golfo de Suez para trás e continuou seguindo para o sul. O Ulysses seguia firme para o mesmo destino de outros naufrágios da região do Estreito de Gubal como o Dunraven (1876), Kimon M (1978), Chrisoula K (1981) e Giannis D. (1983).
     
Naufrágio
Na noite do dia 15 de agosto, o capitão Bremner verificou as cartas de navegação pela última vez e se retirou para sua cabine, entregando o navio a seu imediato.
Na madrugada do dia 16, o navio subitamente atingiu o lado norte da pequena ilha de Gubal Seghir e ficou encalhado.
O capitão Arthur Bremner realizou a inspeção do navio, e concluiu que os danos eram leves e as bombas dariam conta de retirar a água que entrava água mantendo o navio na superfície. Assim decidiu aguardar o auxílio de uma embarcação que passasse. Pouco antes do amanhecer, o vapor britânico Kerbala aproximou-se para prestar auxílio. Foi solicitado que ele fosse com velocidade para Suez providenciando ajuda para o navio que permanecia encalhado. Enquanto aguardava pelo socorro, a tripulação mantinha o navio flutuando e se preparava para descarregar o navio de modo a que voltasse a flutuar soltando-se do recife. O auxílio chegou 3 dias depois com o HMS Falcon e duas chatas.
As tripulações do Ulysses e das chatas, transportavam a carga por mais de 600 metros através do recite até onde estavam ancoradas as balsas. Como a carga era maior do que as balsas podiam suportar, parte dela foi acomodada no convés do HMS Falcon.
Durante o período do dia 16 ao dia 20, enquanto esteve encalhado sobre o topo do recife, o constante movimento causou muitos danos ao casco do Ulyssis. Isto decretou o fim do navio. Assim que o navio foi descarregado, começou a escorregar lentamente da borda do recife e suavemente afundou na popa, permanecendo apenas a proa com o gurupés acima da superfície.
O HMS Falcon, as balsas e toda a tripulação do Ulyssis retornaram a Suez onde chegaram em 06 de setembro de 1887. O navio foi considerado pelo capitão como perdido. O inquérito determinou erro de navegação, mas inocentou o capitão Bremner, que apesar disso, nunca mais voltou a comandar um navio.
Nos meses que se seguiram, o mau tempo causou ainda mais danos e a proa do Ulisses desapareceu da superfície na posição lat. 27° 41.12' N e long. 33° 48.10' E entre 4 e 28 metros de profundidade.


 

Dimensões: 95,1 x 10,2 X 7,7 metros
Tonelagem bruta: 1.989 GR toneladas
Construção: 1870, R. & W. Hawthorn Leslie & Co, Ltd, em Hebburn-on-Tyne, Inglaterra
Tipo: paquete de carga e passageiros
Motores: vapor - 2 de dupla expansão (P. Stephenson & Cowhich, Newcastle)
Armador: Ocean Steamship Company, Londres
Carga: variada e carga de tambores de cabo
 


Trabalho excepcional do Shipwreck from the Red Sea
 

 


Mergulho - Profundidade: de 04 a 28 metros

Este naufrágio conhecido também como “The Cable Wreck” devido a sua carga de rolos de fios está na face norte da ilha de Gubal Sheghir na extremidade do Estreito de Gubal. Esta área está sujeita a fortes correntes e a ondulação da superfície é muitas vezes grande, tornando a atracação do barco quase impossível, por isso são necessárias condições muito calmas.
Os destroços que restam da proa estão caídos a 5 metros de profundidade, o restante do naufrágio desce pelo recife até o hélice que está parcialmente enterrado a 28 metros. Parte da carga de grandes tambores de cabo de cobre está localizada nas encostas do recife entre destroços.
Sobrou pouco do navio até meia nau, onde o mastro esta caído para bombordo. O deck de madeira desapareceu deixando apenas o cavername e estruturas de suporte do convés de ferro do navio. Isso permite uma fácil penetração no naufrágio. No interior da sala de máquinas é possível ver as máquinas a vapor.
Localizados no leito do mar ao redor do naufrágio também estão pedaços do navio, incluindo um guincho, chaminé e uma banheira.
De meia nau a popa o navio está mais completo e deitado sobre bombordo. O convés apresenta estrutura semelhante a do Carnatic e ainda podem ser vistos cabeços de amarração, guincho de cabrestante e outras peças. O eixo, a partir das máquinas é claramente visível e na areia a 28 metros está o hélice e leme parcialmente enterrados.


Shipwreck - Red Sea - Hurghada

 

Maurício Carvalho - Modificado de Tryton Centrun Nurkowe
 
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Coral de fogo
 
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