Heain Maru

Chuuk Lagoon

Micronésia - janeiro de 2017
 

Naufrágios de Chuuk Lagoon

Amagisan Maru, Betty Bomber G4M1, Fujikawa Maru , Fumitzuki Destroyer, Heain Maru, I - 169 Submarino ,
Kensho maru,
Kiyosumi Maru, Nippo Maru, Rio de Janeiro Maru, San Francisco Maru, Sankisan Maru, Shinkoku Maru, Yamagiri Maru

Outros naufrágios de Chuuk Lagoon

 

Histórico

O Heian Maru é o segundo maior navio em Chuuk Lagoon.
Construído entre 1929 e 1930, com um peso de 11.614 toneladas dividido em três conveses, era um paquete misto de grande porte, projetado na década de 1920 junto com outros dois navios (classe Hikawa Maru) pela empresa japonesa Nippon Yusen (NYK) para o serviço de luxo entre o oriente e a América do Norte.
Com um custo de US$ 15.000.000 foi batizado em homenagem ao santuário de Heian em Kyoto, foi lançado ao mar em novembro de 1930 com confortáveis e modernas acomodações e tinha a capacidade para levar mais de 300 passageiros.
Na viagem inaugural estabeleceu o recorde de velocidade de travessia do Pacífico e realizava viagens de luxo entre Yokohama e Seattle, com escalas em Hong Kong, Xangai, Moji, Kobe e Victoria, com partidas a cada três semanas.
Esteve intimamente envolvido nos problemas diplomáticos entre o Japão e os Estados Unidos, quando, entre julho e agosto de 1941, o presidente Roosevelt ordenou o congelamento de todos os ativos japoneses nos Estados Unidos.
Ameaçado de ser apropriado pelos americanos, desembarcou todos os passageiros, não recebeu carga, os passageiros japoneses embarcados sofreram constrangimento e no último embarque em território americano, retornou ao Japão em lastro (sem carga). Crescia a tensão entre Japão e Estados Unidos.

 

Após seu retorno, foi incorporado pela marinha japonesa e convertido nos estaleiros da Mitsubishi Heavy Industries de Kobe em navio de apoio a submarinos. Durante sua reforma inicia-se o conflito (Pearl Harbor - 07.12.1941) sendo incorporado a 6ª frota de submarinos inicialmente baseado em Kwajalein e posteriormente, estacionado em Chuuk.

 
Dimensões: 155 x 20.1 X 12.5 metros
Tonelagem bruta: 11.614 toneladas
Construção: abril de 1930, Nippon Yusen Kaisha (N.Y.K line), Osaka
Tipo: misto de carga e passageiros
Máquinas: diesel, 2.190 n.h.p., 2 hélice, 18 nós
Armamento: 1 canhão de 120 mm, 2 metralhadoras duplas de 25 mm e 2 de 13.2 mm
 

Entre as alterações, foram instalados quatro canhões navais de 150 mm, duas metralhadoras duplas de 13 mm, holofotes e um telêmetro (equipamento para ajuste da mira dos tiros de canhão). Posteriormente as armas foram substituídas por 2 canhões 120 mm, dois canhões antiaéreos de 96 mm, instalado um sistema de sonar e o casco foi pintado com um padrão de camuflagem.
Entre 1942 a 1943, devido a seu grande porte o Heian Maru transportou além de suprimentos para os submarinos, carga geral e tropas entre o Japão e as bases japonesas em Chuuk, Rabaul (Nova Guiné), Ilhas Salomão e portos japoneses como Yokosuka e Kure. Em 1943 escapou de dois grandes ataques aéreos em Rabaul.

     

O Hein Maru com sua pintura de camuflagem

O Ataque

No final de 1943 e início de 1944 transportava suprimentos para abastecer a base de apoio as dezenas submarino que eram abastecidos na ilha de Dublon em Chuuk Lagoon e que atuavam no Pacífico.
No dia 17 quando o ataque da operação Hailstone começou, estava ancorado e descarregando a 500 metros ao largo da Ilha de Dublon. A seu lado estava ancorado o Hikawa Maru, seu sister ship, que funcionava como navio hospital. Apesar das defesas das armas costeiras foi atacado por bombardeiros de mergulho SBD-3 Dauntless do USS Yorktown.

 
O comandante Tamaki ordenou que o Heian Maru levantasse ancora e contornou a ilha de Doblon, possivelmente tentando alcanças águas abertas. No meio da manhã foi atingido por duas bombas na popa que danificaram um dos eixos e uma bomba de 1.600 libras que o atingiu perto da proa explodindo a superestrutura. Fotos tiradas ao meio-dia mostram a superestrutura envolta em chamas e todo navio soltando muita fumaça.
 
Mapas segundo Daniel E. Bailey - World War II Wrecks of Truk Lagoon,
2000 North Valley Diver Publication
 
Na proa ainda pode ser lido o nome do navio em letras ocidentais e ideograma japonês
 
Durante a noite, com a interrupção dos ataques, retornou a ilha de Dublon sofrendo reparos emergenciais, porém no dia 18 uma nova leva de aviões sela seu destino. Dois torpedeiros dos aviões do USS Bunker Hill causaram avarias, finalmente foi atingido por um torpedo de um avião Avenger, um enorme rombo foi produzido a meia-nau e o Heian Maru começa a afundar. As cinco horas o comandante Tamaki da a ordem de abandonar o navio. O navio submerge rapidamente e os tripulantes em balsas salva-vidas, chegam a costa. Dezoito oficiais e tripulantes foram mortos e vinte e oito feridos.
 


Os chamados torpedos "lança longa" eram montados com a união
de diversas seções que podem ser identificadas no esquema acima
e vistas separadas nas fotos seguintes.
As ogivas da cabeça explosiva, por questão de segurança, eram transportadas separadamente até sua montagem final dentro dos submarinos ou navios torpedeiros.
Na foto ao centro, os torpedos armazernados na base de submarinos
de Chuuk estão sem as ogivas.
Na foto da esquerda estão na horizontal a câmara de oxigênio
separada da seção de lubrificante e a seção final, na vertical,
onde estavam alojadas as máquinas, lemes e hélices
 
 
Câmara de oxigênio a 3.200 psi, separada da seção de lubrificante
 
Seção final com as máquinas, lemes e hélices duplos
 

 

Mergulho - Profundidade: de 12 a 36 metros

O Heian Maru, segundo maior naufrágio de Chuuk Lagoon, encontra-se na posição de latitude 07° 22' 58.3" norte e longitude 151° 51' 20.7" leste. Ele está deitado sobre boreste em um fundo a 36 metros.
Ainda existem os mastros e chaminé presos ao navio

Na proa, ainda pode ser lido no casco de bombordo a 12 metros o nome do navio em letras ocidentais e em ideograma japonês.
No porão 1 na proa, está praticamente vazio, mas no segundo nível existem cartuchos de munição de canhão, embora o canhão de proa não exista mais.
No segundo nível do porão 2, ainda na proa e que apresenta uma entrada estreita, estão vários dos corpos com as hélices propulsoras, ogivas explosivas e demais partes dos torpedos, algumas bombas e compressores de ar e outros equipamentos.
Na ponte existe um dispositivo de sinalização óptica. No interior do navio, já com muitas partes desmoronadas existem muitos restos mortais dos tripulantes japoneses.
No corredor que segue paralelo ao costado de bombordo, a partir da cabine de comando, estão alinhados vários periscópios de observação, ataque e snorkers para os submarinos, a entrada é mais fácil por trás do casario ou por algumas das aberturas laterais do que pela frente do casario.
A sala de máquinas apresenta acesso pelo teto atrás do casario principal. Na carga do porão 3 e 4, existem madeiras, e garrafas de cerveja.

Heain Maru
Medidas: 155 metros / 11.614 toneladas
Construção - abril de 1930
Afundamento - 17.02.1944

 

 

Croqui do Capt. Lance Higgs S.S. Thorfinn - modificado

 
Os mastros ainda estão posicionados no navio
 
Sobre o bordo muitos artefatos intenos estão espalhados
 
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Os dois níveis do primeiro porão estão quase vazios
No fundo do porão 1 está a munição do canhão de proa
No corredor de bombordo está uma carga de periscópios
 

 

Os periscópios

Durante a segunda guerra mundial os periscópios eram a única forma de obter informações precisas da superfície, já que os sistemas de sonar ainda não estavam bem desenvolvidos e emitiam sinais que podiam revelar a posição dos submarinos.
Assim, dois tipos de periscópios eram utilizados. Um modelo de navegação usado para varrer a superfície do mar e parte do espaço aéreo em torno da posição da embarcação. Esse modelo tinha uma lente grande na parte superior e fornecia um amplo campo de visão, mas com baixa ampliação (pouca precisão de posição).
O periscópio de ataque, fino na extremidade, tinha um campo de visão menor mas ampliava a imagem gerando uma maior capacidade de mira. Isso era fundamental uma vez que os torpedos japoneses não apresentavam sistema de navegação.

 
Os periscópios são uma das peças mais emblemáticas dos submarinos, encontrar no fundo uma carga com vários tipos de periscópios
e que permite visualizar todo o equipamento fora do submarino é simplesmente fantástico para os mergulhadores de naufrágio.
Os periscópios deviam estar sendo transportados fora dos porões por serem equipamentos ópticos frágeis
 
No corredor de bombordo estão agrupados tipos diferentes de periscópios que podem ser diferenciados pelas cabeças.
Na foto da esquerda as extremidades dos periscópios de observação (esquerda) e de ataque (meio)
 

 

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